Browsing by Author "Azevedo, Alda Sofia Condez Anes de"
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- Uso de opióides na dor crónica não oncológicaPublication . Azevedo, Alda Sofia Condez Anes de; Santos, Vitor Manuel dosIntrodução: A dor crónica é um problema atual de saúde pública com altos custos individuais e sociais e que afeta uma percentagem considerável da população portuguesa. As principais causas de dor crónica são as patologias do foro osteoarticular e musculosquelético, que são particularmente frequentes nos cuidados de saúde primários. Os opióides são um pilar importante no tratamento da dor crónica não oncológica moderada a forte. No entanto, existe ainda alguma resistência à prescrição de opióides, o que pode levar ao subtratamento da dor e à diminuição da qualidade de vida dos pacientes. Os objetivos desta dissertação são, através de uma revisão bibliográfica da literatura, perceber as crenças e atitudes dos médicos relativamente ao uso de opióides e identificar as razões que levam ao receio de os prescrever. O foco será nos cuidados de saúde primários, por serem os médicos de família os principais responsáveis pelo tratamento da dor crónica. Pretende-se também desmitificar algumas ideias incorretas que ainda existem relativamente à utilização de opióides no tratamento da dor crónica não oncológica. Metodologia: Foi feita uma pesquisa bibliográfica na base de dados Pubmed, na revista DOR e nas plataformas online da Direção-Geral da Saúde, European Pain Federation e International Association for the Study of Pain. Os termos da pesquisa foram uma associação das palavras-chaves: “chronic pain”, “opioids”, “chronic non-cancer pain” e “primary health care”, “opióides”, “dor crónica” e “dor crónica não oncológica”. Foram excluídos os estudos que se focassem em especialidades que não os cuidados de saúde primários e que abordassem apenas dor crónica de etiologia oncológica. Resultados: Nos últimos anos tem-se verificado um aumento global no consumo de opióides. No entanto, apesar das várias guidelines e recomendações existentes, ainda se observa uma grande relutância no uso de opióides para a dor crónica não oncológica, tanto por parte dos médicos, como dos pacientes. As principais razões referidas pelos médicos para a sua resistência na prescrição de opióides são a possível ocorrência de comportamentos abusivos e de adição, e a falta de formação e experiência prática. Esta insuficiente formação parece ser um problema que vem já da formação pré-graduada, pois a maioria das escolas médicas europeias tem um tempo insuficiente dedicado ao ensino sobre a dor no seu currículo. Discussão e conclusão: É urgente o investimento na educação pré e pós graduada relativamente à dor crónica e o seu tratamento, com especial destaque para a prescrição de opióides. Existe ainda evidência fraca relativamente à eficácia e segurança do uso de opióides a longo prazo, sendo assim necessários mais estudos realizados a longo prazo.