Browsing by Author "Baptista, Ana Margarida Ferreira"
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- Relação entre volume de tecido hemorrágico na apresentação e volume de lesão final no AVC de tipo hemorrágico comparando as TC à entrada e TC com resultado final de lesãoPublication . Baptista, Ana Margarida Ferreira; Pérez, Francisco José ÁlvarezIntrodução: O Acidente Vascular Cerebral (AVC) faz parte de um leque de doenças cardiovasculares que no seu conjunto, integram a principal causa de mortalidade em Portugal e na Europa (1). A hemorragia intraparenquimatosa apresenta ainda uma mortalidade significativa sendo que a sua abordagem não sofreu avanços significativos. Cada caso deve ser avaliado individualmente de modo a obter uma intervenção adequada em todos os fatores relacionados com o evento, obtendo assim o melhor prognóstico possível. Assim, este estudo tem como objetivo estudar a relação entre o volume de hemorragia intraparenquimatosa aguda na tomografia computadorizada crânioencefálica (TC-CE) de apresentação e a área final de lesão na TC-CE de controlo, já sem hemorragia. Tem também um objetivo secundário, estudar a relação do volume reabsorvido, e a percentagem deste com várias outras variáveis explicitadas na secção dos métodos, assim como o seu impacto no prognóstico destes doentes. Métodos: Estudo de investigação retrospetivo. Recolheram-se dados dos processos clínicos armazenados no Sclinico de doentes hospitalizados na unidade de AVC do Hospital Universitário Cova da Beira entre janeiro de 2008 e abril de 2012. Foram excluídos os doentes que não apresentavam hemorragia intraparenquimatosa ou que não apresentavam um exame de imagem de seguimento. A análise estatística destes dados foi feita no SPSS. Resultados: De 146 doentes com diagnóstico de AVC hemorrágico nestas datas, apenas 50 apresentavam todas as condições para serem incluídos no estudo. Há uma clara relação entre o volume de hemorragia inicial medido na TC-CE e o volume de lesão final, sendo que o volume de lesão inicial explica cerca de 35,6% da variância do volume de lesão final (p-value < 0,001). As variáveis secundárias que contribuem para o volume de lesão final na TC-CE são a afetação intraventricular, o volume de edema na lesão inicial, a toma de antiagregantes, a contagem de plaquetas à admissão, a topografia da lesão e a história pessoal de eventos cardiovasculares prévios e dislipidemias. Em relação à sobrevivência no 1º ano após o evento agudo e independência para as atividades de vida diária (AVD), apenas a topografia da lesão inicial apresentou uma relação estatisticamente significativa (p-value 0,034 para independência AVD e p-value 0,032 para sobrevivência 1º ano após evento agudo). Discussão: Este estudo estabelece uma clara relação entre o volume de hemorragia intraparenquimatosa inicial e o volume da lesão final na TC-CE, quanto mais elevado o primeiro, mais elevado irá ser o volume de lesão final, e ainda destaca outras variáveis a considerar para este volume final, como a influência do volume do edema perihematoma, a toma habitual de antiagregantes, a expansão intraventricular do hematoma, a ocorrência de eventos cardiovasculares prévios, o diagnóstico de dislipidemias, a topografia da lesão e a contagem de plaquetas à admissão. Os fatores de prognóstico estudados apenas sofreram maior influência pela topografia da lesão, sendo que lesões na fossa posterior estão associadas a piores outcomes.
