Browsing by Author "Barata, Juliana Sofia de Jesus"
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- HepatocarcinomaPublication . Barata, Juliana Sofia de Jesus; Banhudo, António José DuarteIntrodução: O Hepatocarcinoma é um dos cancros mais comuns no mundo atingindo 600.000 indivíduos por ano. É causado, principalmente, pela infeção pelo vírus da hepatite B e C seguido pelo alcoolismo crónico, infeção por aflotoxina e esteato-hepatite não alcoólica. O rastreio é realizado através da a-fetoproteína e pela ecografia abdominal sendo o diagnóstico confirmado por tomografia computadorizada e ressonância magnética. O tratamento efetuado, baseado no estadiamento Barcelona-Clínic Liver Cancer, pode ser curativo (resseção cirúrgica, transplante hepático, radiofrequência ou injeção percutânea com etanol), paliativo (quimioembolização transarterial) ou sintomático. Objetivos: Caracterizar clínico-patologicamente doentes admitidos e tratados no Hospital Amato Lusitano – Castelo Branco com o diagnóstico de hepatocarcinoma entre janeiro de 2008 e dezembro de 2012. Materiais e Métodos: Estudo retrospetivo realizado através da consulta dos processos do arquivo clínico de 29 doentes registados no Hospital Amato Lusitano com o diagnóstico de hepatocarcinoma entre janeiro de 2008 e dezembro de 2012. Avaliou-se a prevalência por sexo e idades, as principais causas, a presença ou não de sintomas associados, quadro clínico e bioquímica hepática, a evolução da doença e a terapêutica instituída. O tratamento estatístico dos dados foi realizado recorrendo ao uso do programa SPSS versão 19 (IBM, Estados Unidos da América). Resultados: Foram analisados 29 processos clínicos, dos quais 93% dos doentes eram do sexo masculino com uma idade média de 67,4 anos. O alcoolismo foi a principal etiologia encontrada e o diagnóstico de cirrose foi firmado em 89,3% dos casos. 50% dos doentes apresentou sintomas associados (dor abdominal, ascite, perdas sanguíneas gastrointestinais, perda ponderal, náuseas e vómitos, astenia e anorexia), 75% exibiram um valor de alfafetoproteina elevado, a maioria encontrava-se no CHILD-Pugh B (45,8%) e apresentava um score MELD entre 10 e 19 (51,9). 37% enquadravam-se no estadio C da classificação Barcelona- Clínic Liver Cancer e 11,1% dos doentes encontrava-se já no estadio D. Foram propostos para tratamento curativo 20,7% dos doentes, para tratamento paliativo 31% e para tratamento sintomático 48,3% dos casos. Durante o período em estudo 82,8% dos doentes acabou por falecer, sendo a sobrevida média de 11 meses. Existe uma correlação significativamente estatística entre a sobrevida e a terapêutica instituída (?=0,002). Discussão: Apesar de no mundo a principal causa do hepatocarcinoma ser a infeção pelo vírus da hepatite B e C, neste estudo retrospetivo o alcoolismo foi a principal causa apresentada e a maioria dos doentes apresentou diagnóstico de cirrose. A maior parte dos doentes apresentava alterações no quadro clínico e na bioquímica hepática e encontrava-se já num estadio avançado da classificação Barcelona-Clínic Liver Cancer (B e C), cujo modo de abordagem se limitou a uma terapêutica paliativa ou sintomática. Nos casos analisados, o hepatocarcinoma apresentou uma alta taxa de mortalidade e uma sobrevida média de apenas 11 meses. Verificou-se que os doentes submetidos a terapêuticas paliativas e sintomáticas são aquelas que tem menor tempo de sobrevida, enquanto que os submetidos a terapêuticas curativas apresentam hipóteses maiores de sobrevida. Não se encontrou uma correlação estatisticamente significativa entre o estadio Barcelona-Clínic Liver Cancer e o tratamento instituído e apesar de estar em aparente contradição com os dados apresentados, tal resulta da dimensão da amostra.