Browsing by Author "Batista, Carolina Martins"
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- A transversalidade do vírus Epstein-Barr e suas consequências benignas e malignas mais frequentesPublication . Batista, Carolina Martins; Vicente, Leopoldina Luis AntónioO vírus Epstein-Barr (EBV) é um vírus de DNA, pertencente à família gammaherpesvirus, causador de 2% dos tumores a nível mundial. Trata-se de um vírus com tropismo para células B e células epiteliais, associando-se a patologias benignas, mais frequentemente a mononucleose infeciosa (MI), a patologias malignas, como o linfoma de Burkitt (LB), o linfoma de Hodgkin (LH), o linfoma extranodal de células NK-T (LENKT)- tipo nasal, o linfoma difuso de grandes células B (LDGCB), o carcinoma nasofaríngeo (CN) e a doenças autoimunes como a esclerose múltipla (EM). A sua descoberta deu-se em 1964, num linfoma de Burkitt de uma criança originária da África Subsariana e sabe-se que atualmente aproximadamente 90% dos adultos saudáveis são portadores deste mesmo vírus. Os programas encontrados nestes indivíduos são os mesmos que os encontrados nos indivíduos que desenvolveram tumores associados. A transmissão do vírus é mais frequentemente realizada através da saliva embora possa ocorrer através de outras vias, como transplantes e transfusões sanguíneas. A infeção primária por EBV possui dois picos de incidência, um durante a infância e outro durante a adolescência/início da idade adulta, sendo que no primeiro é habitualmente assintomática e no segundo, manifesta-se maioritariamente pelo quadro de MI. A MI é uma doença benigna que habitualmente necessita apenas de tratamento sintomático, baseado no alívio da febre e dor, da hidratação e repouso. O diagnóstico da infeção primária por EBV efetuase habitualmente pelo “teste monospot”. No entanto, em alguns casos é necessário recorrer ao teste dos anticorpos específicos contra o EBV devido a forte suspeita de infeção por EBV, apesar de um monospot ser negativo. A patologia autoimune mais associada ao EBV é a EM, e sabe-se que os indivíduos que no curso da infeção primária desenvolvem MI têm um risco 2-3 vezes superior de desenvolver EM. A presente dissertação pretende efetuar uma revisão da literatura existente, no âmbito de melhor caracterizar a epidemiologia, sintomatologia, fisiopatologia e mecanismos de ação do vírus EBV nas doenças benignas e malignas a ele mais frequentemente associadas, assim como as estratégias terapêuticas e/ou preventivas baseadas no mecanismo pelo qual o vírus se associa a cada patologia.