Browsing by Author "Cardoso, Diogo Henrique Matoseiro dos Santos"
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- Cirurgia sem cicatrizes: Que abordagens?Publication . Cardoso, Diogo Henrique Matoseiro dos Santos; Matos, José Manuel Novo de; Pastor Borgoñón, Guillermo JoséA “era moderna” da cirurgia laparoscópica tem as suas bases no século XIX, quando Philipp Bozzini criou o primeiro endoscópio a que chamou Lichtleiter. Desde aí, verificou-se uma evolução gradual da mesma, enfrentando grande cepticismo e tendo o seu apogeu no final do século XX. As suas vantagens face à cirurgia aberta são inúmeras, não só em termos cosméticos, mas também relativamente a incidência de infecções, herniação, dor e estadia pós-operatória. Ultrapassou as técnicas clássicas enquanto “gold standard” para a maioria dos procedimentos e tornou-se sinónimo de cirurgia minimamente invasiva. Sendo a medicina uma área em permanente revolução, seria expectável que, com o passar dos anos, novos desenvolvimentos ocorressem na cirurgia minimamente invasiva. Foi o que aconteceu, tendo resultado no nascimento de NOTES (Natural Orifice Transluminal Endoscopic Surgery). Esta técnica visa realizar procedimentos cirurgicos através das aberturas naturais do corpo humano, como a boca, o ânus, a vagina ou a uretra, eliminando, dessa forma, os traumas externos à parede abdominal. Foi o florescer do conceito de cirurgia sem cicatrizes. Na mesma época duas outras técnicas de cirurgia minimamente invasiva começaram a ser desenvolvidas, a SILS (Single Incision Laparoscopic Surgery) e a Minilaparoscopia. A primeira procura realizar cirurgias através de uma incisão única na superfície externa do corpo, preferencialmente transumbilical – preservando desta forma a integridade da parede abdominal, ao utilizar uma cicatriz natural – e a última, tal como o nome indica, baseia-se nos mesmos princípios da laparoscopia convencional, mas através da utilização de instrumentos de pequeno diâmetro (3mm), minimizando assim a agressão à parede abdominal. Com o desenvolvimento destas técnicas minimamente invasivas pretende-se melhores resultados cosméticos, redução da incidência de infecção da ferida cirúrgica e da herniação, menor tempo de internamento e de dor pós-operatória. Para tal, foram realizados inúmeros estudos e ensaios clínicos sobre cada uma das técnicas. Actualmente, devido à falta de desenvolvimento tecnológico que permita criar novas plataformas e instrumentos adequados para a realização destes procedimentos e, consequentemente, validação dos mesmos, observa-se uma fusão destas técnicas, com predominância para a minilaparoscopia. Enquanto se assiste ao desenvolvimento tecnológico na área, continuar-se-á em busca do equilibrio perfeito entre instrumentação e técnica, aliado a aposta na formação e a novos ensaios clínicos.