Browsing by Author "Cardoso, Francisca Silva"
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- Embriões congelados - Qual o seu destino, qual a decisão dos casais?Publication . Cardoso, Francisca Silva; Martins, Renato Alessandre Silva; Panaro, Mariana Pais de RamosIntrodução: A infertilidade é reconhecida como um problema de saúde pública que prejudica a qualidade de vida de inúmeros casais. Na atualidade, existem métodos de procriação medicamente assistida que tentam contornar esta dificuldade, sentida por parte dos casais, em criar descendência. É importante estudar estas aparentes soluções que, contornando a dificuldade dos casais, acabam por criar problemas éticos em relação à criação de embriões em excesso, não transferidos e criopreservados. Objectivos: Realizar uma análise retrospetiva relativamente aos embriões criopreservados dos casais acompanhados na Unidade de Medicina da Reprodução do Centro Hospitalar Cova da Beira; avaliar respostas obtidas nos consentimentos prévios à realização das técnicas de procriação medicamente assistidas; caracterizar os casais submetidos a transferência de embriões criopreservados (TEC) assim como o sucesso desta técnica. Materiais e métodos: Estudo observacional, analítico e retrospetivo. A população em estudo corresponde aos casais submetidos a tratamentos de 2º linha para a infertilidade, com criopreservação de embriões, inseridos na Unidade de Medicina da Reprodução do Centro Hospitalar da Cova da Beira, no período entre janeiro de 2010 a junho de 2015. Resultados: Os casais que realizaram TEC são maioritariamente casados (91,7), residentes no concelho da Covilhã (26,7%) e no distrito de Castelo Branco (16,7%). Do total de casais estudados (n=99), 49,5% mantém embriões criopreservados, num total de 178 embriões. A média de idade do membro feminino do casal aquando da TEC é de 34,4 anos e do membro masculino é de 36,8. A média de embriões criopreservados por mulher é de 3,6 embriões. Nos consentimentos informados escritos analisados, relativamente à questão de doação para outros casais inférteis, a resposta foi positiva em cerca de 55,6%. Em relação à hipótese de doação para investigação científica a resposta foi maioritariamente positiva (73,9%). Dos ciclos estudados 86 realizaram TEC. Após TEC 14% obtiveram teste de BhCG positivo. Dos resultados positivos, 91,6% evoluíram como gravidez clínica e 8,3% como gravidez bioquímica. A infertilidade de causa feminina foi superior à masculina (50% vs. 31,7%). A infertilidade primária apresentou maior prevalência do que a secundária (70% vs. 28,3%). O tempo médio de infertilidade até à realização da técnica de PMA na amostra estudada é de 62,9 meses. Conclusão: Em relação à decisão de doar os embriões a outros casais inférteis e para investigação científica as deliberações obtidas são maioritariamente positivas, o que contraria os dados nacionais já publicados. Os restantes resultados vão ao encontro da bibliografia consultada.