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- Gravidez na adolescênciaPublication . Sá, Sofia Laura Guimarães Pereira Dias de; Martins, Renato Alessandre Silva; Ferreira, Ana Sofia RodriguesIntrodução: Todos os anos há 16 milhões de adolescentes a serem mães a nível mundial. No caso português registaram-se em 2010 cerca de 3660 partos. A análise de variáveis materno-infantis tem importância por dois motivos basilares: por um lado, as complicações na gravidez são uma das principais causas de morte em adolescentes, e por outro, estas veem o seu desenvolvimento biopsicossocial comprometido, assim como a sua educação. Objetivos: Estudar variáveis sociodemográficas e variáveis clínicas relacionadas com vigilância pré-natal, parto e puerpério, bem como complicações materno-infantis, em mães adolescentes. Comparar os resultados com um grupo controlo constituído por mães dos 20 aos 34 anos. Métodos: Este estudo é observacional, analítico e retrospetivo. Foi efetuada a recolha de dados do processo das grávidas e recém-nascidos cujo parto ocorreu entre 2012 e 2015 no Centro Hospitalar Cova da Beira. Resultados: A amostra é constituída por 60 adolescentes e 123 mulheres do grupo controlo. Apenas 37,93% das grávidas adolescentes iniciaram vigilância antes das 12 semanas, ao contrário do grupo controlo, que contou com cerca de 80%. Estes valores traduzem-se numa diferença estatisticamente significativa (X2=33.33, p<0.01). Verifica-se também um número significativamente maior de gravidezes mal vigiadas em mães adolescentes (X2=27.52, p<0.01). Há uma maior prevalência de anemia no 3º trimestre em mães adolescentes (X2=4.98, p=0.03). 15,25% das adolescentes tiveram parto pré-termo, em comparação com 2,44% no grupo controlo (X2=10.63, p<0.01). Cerca de 40% das adolescentes e/ou os seus recém-nascidos foram sinalizados aos serviços sociais. No que se refere ao tipo de aleitamento, tanto no internamento como na consulta do puerpério, não se registaram diferenças significativas. No entanto, há um número significativamente maior de adolescentes a faltar à consulta do puerpério (X2=31.66, p<0.01). Não se verificaram complicações neonatais significativas, exceto no peso e comprimento. Porém, quando ajustadas para a idade gestacional, essas diferenças dissipam-se. Conclusão: A taxa de gravidez na adolescência no Centro Hospitalar Cova da Beira é semelhante à observada em Portugal. Verificou-se que as grávidas adolescentes têm uma vigilância pré-natal precária, maior risco de anemia e de partos pré-termo. Também no pós-parto o acompanhamento destes casos é insuficiente, em grande parte resultado do absentismo às consultas. É essencial continuar a apostar na prevenção, mas também no acompanhamento e orientação destas jovens por equipas multidisciplinares que englobem as áreas da Ginecologia/Obstetrícia, Pediatria, Enfermagem, Psiquiatria, Psicologia e Assistência Social. Deste modo, poderá ser acompanhado o caso na sua vertente biológica, social e familiar.
- Embriões congelados - Qual o seu destino, qual a decisão dos casais?Publication . Cardoso, Francisca Silva; Martins, Renato Alessandre Silva; Panaro, Mariana Pais de RamosIntrodução: A infertilidade é reconhecida como um problema de saúde pública que prejudica a qualidade de vida de inúmeros casais. Na atualidade, existem métodos de procriação medicamente assistida que tentam contornar esta dificuldade, sentida por parte dos casais, em criar descendência. É importante estudar estas aparentes soluções que, contornando a dificuldade dos casais, acabam por criar problemas éticos em relação à criação de embriões em excesso, não transferidos e criopreservados. Objectivos: Realizar uma análise retrospetiva relativamente aos embriões criopreservados dos casais acompanhados na Unidade de Medicina da Reprodução do Centro Hospitalar Cova da Beira; avaliar respostas obtidas nos consentimentos prévios à realização das técnicas de procriação medicamente assistidas; caracterizar os casais submetidos a transferência de embriões criopreservados (TEC) assim como o sucesso desta técnica. Materiais e métodos: Estudo observacional, analítico e retrospetivo. A população em estudo corresponde aos casais submetidos a tratamentos de 2º linha para a infertilidade, com criopreservação de embriões, inseridos na Unidade de Medicina da Reprodução do Centro Hospitalar da Cova da Beira, no período entre janeiro de 2010 a junho de 2015. Resultados: Os casais que realizaram TEC são maioritariamente casados (91,7), residentes no concelho da Covilhã (26,7%) e no distrito de Castelo Branco (16,7%). Do total de casais estudados (n=99), 49,5% mantém embriões criopreservados, num total de 178 embriões. A média de idade do membro feminino do casal aquando da TEC é de 34,4 anos e do membro masculino é de 36,8. A média de embriões criopreservados por mulher é de 3,6 embriões. Nos consentimentos informados escritos analisados, relativamente à questão de doação para outros casais inférteis, a resposta foi positiva em cerca de 55,6%. Em relação à hipótese de doação para investigação científica a resposta foi maioritariamente positiva (73,9%). Dos ciclos estudados 86 realizaram TEC. Após TEC 14% obtiveram teste de BhCG positivo. Dos resultados positivos, 91,6% evoluíram como gravidez clínica e 8,3% como gravidez bioquímica. A infertilidade de causa feminina foi superior à masculina (50% vs. 31,7%). A infertilidade primária apresentou maior prevalência do que a secundária (70% vs. 28,3%). O tempo médio de infertilidade até à realização da técnica de PMA na amostra estudada é de 62,9 meses. Conclusão: Em relação à decisão de doar os embriões a outros casais inférteis e para investigação científica as deliberações obtidas são maioritariamente positivas, o que contraria os dados nacionais já publicados. Os restantes resultados vão ao encontro da bibliografia consultada.
- Efeito da Terapêutica Biotecnológica nas Manifestações Extra-Articulares na Espondilite AnquilosantePublication . Pinto, Ana Luísa Rodrigues; Pessoa, Cláudia Cristiana de Carvalho Vaz; Inês, Luís Pedro Bolotinha de SousaIntrodução: Os fármacos biotecnológicos anti-TNFa (infliximab, etanercept, adalimumab, golimumab e certolizumab pegol) são eficazes e estão aprovados no tratamento da artrite da espondilite anquilosante (EA). No entanto, a evidência é escassa acerca da eficácia destes medicamentos nas manifestações extra-articulares da EA, nomeadamente da uveíte, doença intestinal inflamatória (DII) e dactilite. Objectivos: Analisar a evidência existente acerca da potencial eficácia dos fármacos biotecnológicos aprovados para a EA na uveíte, DII e dactilite associadas a esta patologia. Métodos: Foi realizada uma revisão sistemática da literatura usando as bases de dados PubMed e Cochrane Library. Foram incluídos os estudos aleatorizados controlados (EAC), meta-análises e estudos observacionais (EO) existentes acerca do objectivo do estudo. Resultados: Foram identificados e incluídos 50 estudos (17 EAC, 6 meta-análises e 27 EO). Uma meta-análise identificou uma incidência de uveíte menor nos pacientes tratados com etanercept em comparação com o placebo (8,6 e 19,3 por 100 pacientes/ano, respetivamente; p=0,03). Nos EAC, a incidência de uveíte sob infliximab, etanercept ou certolizumab variou entre 0,9-2,9% enquanto sob placebo foi 2,8-8,6%, em estudos com duração entre 12-24 semanas. Não foi reportada a incidência de uveíte nos EAC com adalimumab ou golimumab. Num EO que comparou os vários fármacos anti-TNFa, verificou-se que o risco de desenvolver de uveíte foi 1,9 vezes maior nos pacientes sob etanercept em comparação com o adalimumab (p=0.0223) e que o risco não é diferente entre o adalimumab e o infliximab. Noutro EO com administração de infliximab e etanercept verificou-se maior incidência de eventos de uveíte sob etanercept (8,0%) do que com infliximab (4,0%). Em EO, a incidência de eventos de uveíte em pacientes tratados com inflixmab, etanercept ou adalimumab foi entre 0,0-29,6%, em estudos com duração entre 0,2-7 anos. Em EAC, a incidência de eventos de DII sob etanercept, adalimumab ou certolizumab foi 0,0-1,1%, enquanto sob placebo foi 0,0-0,9%, em estudos com duração entre 18-24 semanas. Nos EAC com infliximab e golimumab não foi reportada a incidência de DII. Em EO, a incidência de eventos de DII em pacientes tratados com etanercept ou adalimumab foi entre 0,6-7,7%, em estudos com duração entre 3,7 -7 anos. Nenhum estudo apresentou resultados relativamente à dactilite. Conclusões: A eficácia da terapêutica anti-TNFa nas manifestações extra-articulares da EA está sub-reportada. As informações disponíveis sugerem eficácia de infliximab, adalimumab e certolizumab pegol na uveíte associada à EA, e do certolizumab pegol na DII. Não há evidência disponível acerca da eficácia dos fármacos anti-TNFa na dactilite associada à EA.