Browsing by Author "Castro, Pedro Jorge Sousa"
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- Relação entre a hipoperfusão cerebral crónica global e os défices cognitivosPublication . Castro, Pedro Jorge Sousa; Alvarez Pérez, Francisco JoséA hipoperfusão cerebral crónica é uma condição que tem vindo a ganhar cada vez mais interesse da comunidade médica internacional devido ao reconhecimento cada vez maior de que é uma patologia capaz de causar défices cognitivos ligeiros vasculares, que podem por fim evoluir para demência vascular. Normalmente a unidade neurovascular impede que a perfusão cerebral seja reduzida abaixo de valores críticos, no entanto há um conjunto de factores de risco que em conjunto podem ultrapassar os mecanismos de defesa e reduzir o fluxo sanguíneo cerebral para valores insuficientes ao normal funcionamento cerebral. O mais importante factor que provoca a redução do fluxo sanguíneo cerebral é o envelhecimento, o que faz prever que com uma população envelhecida aumente a sua incidência e prevalência. A hipoperfusão cerebral crónica global parece provocar défices cognitivos dos vários domínios cognitivos, apresentando uma preferência pelas funções cognitivas executivas. A hipoperfusão de um hemisfério é capaz de provocar défices cognitivos pelos quais esse hemisfério é responsável. As perdas cognitivas parecem ser reversíveis quando a hipoperfusão cerebral é revertida. As alterações que a hipoperfusão cerebral crónica provoca no cérebro ainda não são completamente compreendidas, sendo no entanto possível perceber que elas passam pela alteração da barreira hematoencefálica, dano neuronal, reacção astrocitária, activação microglial, stress oxidativo e lesões da matéria branca. Serão essas alterações que vão provocar os défices cognitivos observados nos pacientes com hipoperfusão cerebral crónica. Para o diagnóstico desta patologia é importante a história clínica para avaliar se a pessoa tem os factores de risco capazes de provocar hipoperfusão cerebral crónica, sendo possível complementar essa informação com a avaliação da condição hemodinâmica cerebral, existindo vários métodos de imagem com esse fim, tendo cada um vantagens e desvantagens. Actualmente não existe um tratamento aprovado para o tratamento da hipoperfusão cerebral crónica, sendo por isso importante apostar nos métodos preventivos, incidindo nos factores de risco reversíveis capazes de a provocar. Por fim, combinando estes conhecimentos existentes sobre a hipoperfusão cerebral crónica, eu tentei elaborar um conjunto de orientações que podem ser utilizados pelos profissionais de saúde com o objectivo de reduzir o impacto desta patologia na sociedade. Apesar das informações que ainda faltam esclarecer nesta área, já é possível perceber que este é um tema relevante na medicina actual, com perspectivas de aumentar ainda mais a sua importância no futuro, sendo indispensável já no presente desenvolver estratégias para o seu controlo.
