Browsing by Author "Catarino, Beatriz de Castro"
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- Score DECAF como ferramenta de prognóstico na exacerbação aguda de doença pulmonar obstrutiva crónicaPublication . Catarino, Beatriz de Castro; Silva, José Manuel Paulo daA Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC) continuará, nas próximas décadas, a ocupar um lugar de destaque nas principais causas de morbimortalidade mundial e nacional. A exacerbação aguda (EA) constitui um evento frequente na história natural da doença e afeta significativamente a qualidade de vida destes doentes, tendo um forte impacto económico e social. Neste contexto, o presente estudo foi desenvolvido no Hospital Sousa Martins (HSM), para avaliar a aplicabilidade do score DECAF como ferramenta de prognóstico na exacerbação aguda de doença pulmonar obstrutiva crónica (EADPOC), nomeadamente como preditor de mortalidade intra-hospitalar. As variáveis estudadas incluem: escala de dispneia MRC estendida, eosinopenia, consolidação na radiografia de tórax, acidemia e fibrilhação auricular. Para obtenção da informação pretendida, foram consultados os registos clínicos na plataforma SClínico Hospitalar dos doentes admitidos com diagnóstico primário de exacerbação aguda da DPOC entre janeiro 2015 e setembro 2021, abrangendo 142 doentes, tendo sido excluídos 48 doentes com base em critérios de exclusão previamente definidos, obtendo-se assim, uma amostra constituída por 94 doentes. Todos os dados foram registados informaticamente e, posteriormente, tratados e analisados com recurso ao software estatístico Statistical Package for Social Sciences®, versão 28 para Windows®. Os resultados demonstraram uma mortalidade intra-hospitalar de 7,4% (n=7). Os doentes que faleceram tiveram uma média de score DECAF de 2,7 ± 0,95, enquanto os sobreviventes uma média de 1,3 ± 0,91. Entre os não sobreviventes, 71,4% (n=5) classificavam-se de acordo com o score DECAF em alto risco, 14,3% (n=1) em risco intermédio e 14,3% (n=1) em baixo risco. É ainda de realçar, que dos doentes classificados como baixo risco (n=50), 2% morreram (n=1), dos classificados como risco intermédio (n=32), 3,1% morreram (n=1) e entre os doentes de alto risco (n=12), 41,7% morreram (n=5). Desta forma, verificou-se que, para os scores 3 e 4 do DECAF (risco alto), a percentagem de mortalidade foi superior comparativamente às pontuações 0, 1 e 2 (risco baixo e intermédio), sendo estas diferenças estatisticamente significativas. Nenhum dos pacientes pontuou 5 e 6 no score DECAF. Assim, concluiu-se que o score DECAF teve um bom desempenho para prever a mortalidade hospitalar e que, nesta amostra, os pacientes com score DECAF de 3 ou 4 apresentaram um risco significativo de mortalidade. De acordo com o modelo de regressão logística calculado, para cada ponto que o score DECAF aumenta, há 7,290 vezes mais probabilidade de se verificar morte. Verificou-se, ainda, existir uma correlação positiva estatisticamente significativa entre a pontuação obtida no score DECAF e o tempo de internamento, ou seja, pontuações mais altas foram associadas a tempos de internamento mais longos.