Browsing by Author "Costa, Didier Armando Martinez da"
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- Qualidade de Vida no Trabalho percebida pelo Médico: Estudo transversal em PortugalPublication . Costa, Didier Armando Martinez da; Almeida, Anabela Antunes de; Sousa, Miguel Castelo Branco Craveiro de; Nunes, Célia Maria PintoA Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) percebida pelo médico é um conceito que se manifesta pela reciprocidade na qualidade dos serviços prestados (1–4). Conhecer a QVT percebida pelos médicos em Portugal e correlacionar esta com as variáveis sociodemográficos, especialidade/formação médica, laborais e a presença de infeção por SARS-COV2/isolamento profilático, representam objetivos do presente estudo. O estudo é observacional e transversal, seguindo um modelo de análise descritivocorrelacional, com uma abordagem eminentemente quantitativa, que decorreu no período de Fevereiro de 2021 até Dezembro de 2021. Recorreu-se a um questionário on-line, exposto na página da Ordem Dos Médicos, divulgado com o apoio da Faculdade de Ciências da Saúde, Centro Académico Clínico das Beiras e pelo Sindicato Independente dos Médicos. O questionário é composto por duas partes, uma primeira formada pela escala “Work-Related Quality of Life”, que analisa 6 dimensões (bem-estar geral (BEG), relação casa- trabalho (RCT), controlo no trabalho (CNT), condições de trabalho (CDT), stress no trabalho (SNT) e satisfação profissional (SP) e a segunda composta pelas variáveis sociodemográficos, especialidade/formação médica, laborais e a infeção por SARS-COV2/isolamento profilático. De seguida, procedeu-se à análise descritiva e inferencial com recurso ao software SPSS27®. A amostra consiste em 173 participantes, com uma média de idade 38,84 anos, 69% dos quais do género feminino, com a maioria localizada no Centro do país (41,62%), atuando preferencialmente ao nível do público (78,03%), com as categorias profissionais predominantes de Assistente de Medicina Geral e Familiar (31,79%) e Assistente Hospitalar (26,01%), sem cargo de chefia (86,13%) e sem terem infeção por SARS-COV2 (85,55%) ou sujeitos isolamento profilático (67,05%). A dimensão com menor classificação foi SNT com 1,89 pontos e no extremo oposto o BEG com 3,07 pontos. Apesar de não existir uma correlação significativa, verifica-se que o género masculino e a região Norte, apresentam médias amostrais mais elevadas em 4 das 6 dimensões analisadas. Foi verificada uma correlação significativa negativa fraca da idade com as dimensões SNT e RCT. A faculdade da Universidade da Beira Interior-Faculdade de Ciências da Saúde apresentou as médias amostrais mais elevadas em todas as dimensões e demonstrou uma relação significativa em termos de BEG, SNT e QVT em relação com a Universidade de Coimbra-Faculdade de Medicina. Na inferência estatística da especialidade sobre as 6 dimensões e a QVT, verificou-se que o grupo Formação Geral, apresentou valores significativamente mais elevados de RCT, SNT, CDT e QVT quando comparado com os grupos de Medicina Interna e Medicina Geral e Familiar, apresentando estes dois últimos valores mais baixos em relação aos restantes grupos analisados. O grupo de Medicina Interna demonstrou em termos de média amostral, menor RCT, CDT e CNT e a Medicina Geral e Familiar por sua vez apresentou uma média amostral inferior em relação ao SNT, SP e QVT. Quanto à categoria médica, verifica-se que os cargos superiores (Graduado e Consultor) apresentam uma menor média amostral das 6 dimensões quando comparados com as suas correspondentes categorias inferiores. O grupo Internos de Ano Comum demonstrou diferenças significativas nas dimensões SNT, QVT, CDT e BEG (p<0,1) quando comparado com o Assistente de Medicina Geral e Familiar e das dimensões SNT e QVT quando comparado com o Assistente Graduado de Medicina Geral e Familiar e o Consultor. Quanto aos participantes com cargo de chefia, estes apresentaram uma relação significativamente inferior nas dimensões SNT e CDT. Numa significância de 10%, demonstrou-se uma tendência para a existência de relação significativamente superior do BEG no contexto de atuação privado e menor no contexto público-privado. Não se encontrou nenhuma relação significativa dos participantes com infeção por SARS-COV2 ou de isolamento profilático com as 6 dimensões e a QVT, mas as médias amostrais são geralmente superiores nas 6 dimensões e na QVT, nos participantes que não foram sujeitos a infeção ou isolamento profilático. Em suma, existe uma tendência para retirarmos um perfil em risco de apresentar uma diminuição provável das 6 dimensões e da QVT, que é o profissional ser com maior probabilidade do género feminino, mais velho, localizado em regiões em que não seja o Norte, a desempenhar funções de Medicina Geral e Familiar ou Medicina Interna, com categorias profissionais de Assistente de Medicina Geral e Familiar e mais elevadas como Consultor ou Graduado e em contexto de desempenho de atividade simultânea no público e no privado.
