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- Análise das Práticas de Violência Obstétrica nas Mulheres inscritas na Unidade de Saúde Familiar da EstrelaPublication . Duarte, Francisco Carlos de Pinho; Fernandes, Cátia Carina Pontífice; Augusto, Amélia Maria Cavaca; Ferreira, Dário Jorge da ConceiçãoIntrodução: A Violência Obstétrica é definida como tratamento desumanizado, excesso de utilização de fármacos e a “patologização” do trabalho de parto. Engloba procedimentos nos quais as mulheres são privadas de autonomia relativamente ao seu corpo e a realização de outros sem o seu consentimento. Os objetivos deste trabalho são avaliar e aferir a prevalência de práticas de violência obstétrica nas mulheres inscritas na Unidade de Saúde Familiar da Estrela, assim como discutir as práticas mais frequentes e perceber as consequências para as mulheres. Materiais e Métodos: O nosso estudo é observacional, transversal e descritivo e apresenta critérios de inclusão e exclusão claros, que condicionam mulheres que estão inscritas na Unidade de Saúde Familiar da Estrela e que pariram entre janeiro de 2015 e dezembro de 2019. Foi entregue um questionário para colher os dados. Resultados: Cerca de 8.7% das mulheres consideram ter sofrido alguma forma de violência ou maus-tratos durante o trabalho de parto e 13% não têm a certeza. Alguns procedimentos foram realizados sem consentimento entre 4.3% a 15% das mulheres. A Manobra de Kristeller foi realizada em 17.4% das mulheres, 39.1% dos partos foram induzidos e a taxa de cesariana é de 47.8%. O desrespeito, humilhação e a restrição de movimentos e de posição apresentam associação estatisticamente significativa com a perceção de ter sofrido alguma forma de violência ou maus-tratos durante o trabalho de parto. Conclusão: A Violência Obstétrica, na nossa amostra, está diretamente relacionada com 4 práticas: desrespeito e humilhação por parte dos profissionais de saúde e restrição de movimento e de posição durante o parto. Existem ainda alguns procedimentos que urgem ser analisados, dada a sua prevalência: taxa de cesarianas, indução do trabalho de parto e Manobra de Kristeller, pelo que devem ser implementadas medidas para mitigar este tipo de práticas.
- Estimulação magnética do nervo periférico e a sua influência na condução nervosaPublication . Marques, David Manuel Vicente; Patto, Maria da Assunção Morais e Cunha Vaz; Gama, Nuno Filipe Cardoso Pinto; Manuel dos Reisntrodução: A estimulação magnética repetitiva (EMr) e a sua variante theta burst stimulation (TBS) são técnicas que apareceram no contexto da insuficiência de terapêuticas médicas alternativas para patologias do foro psiquiátrico, onde a sua aplicação tem sido útil. Apesar de cada vez mais estudada, o resultado fisiológico do processo não está totalmente esclarecido a nível central e/ou periférico. Objetivo: O objetivo deste estudo foi tentar perceber se uma sessão de TBS produz alterações na função nervosa do nervo periférico em indivíduos jovens saudáveis, avaliada por estudos eletroneurográficos. Metodologia de Investigação: Este estudo incluiu um total de 25 voluntários, 15 submetidos a TBS contínua excitatória (iTBS) do nervo mediano e 10 pertencendo ao grupo de controlo não submetido a TBS. Foram realizadas avaliações eletroneurográficas do nervo mediano antes e após a estimulação, avaliando 9 variáveis divididas entre a resposta motora, sensitiva e autonómica. Resultados: A iTBS sobre o nervo periférico provocou um aumento estatisticamente significativo da latência das respostas F (p=0,001) e da resposta simpática da pele (p=0,025), assim como a diminuição da velocidade de condução sensitiva (p=0,023). Apesar disto, a comparação entre os grupos de intervenção e controlo não apresentou qualquer diferença estatisticamente significativa. Nenhuma alteração foi encontrada ao nível das amplitudes Conclusão: Neste estudo concluiu-se que a iTBS do nervo periférico parece ter provocado uma lentificação da função nervosa. Contudo, verificamos ausência de diferenças na comparação com o grupo de controlo e diminuída magnitude das variações observadas em termos absolutos e clínicos. Poderia ser vantajoso um estudo com uma maior amostra de forma a obter resultados mais robustos, para melhor entender os mecanismos subjacentes a esta técnica a nível periférico.
- Impacto da quarentena devido à pandemia COVID-19 nos estudantes de Medicina: Estudo InternacionalPublication . Duarte, Ana Cláudia Bento; Patto, Maria da Assunção Morais e Cunha Vaz; Pivi, Glaucia Akiko Kamikado; Gama, Jorge Manuel dos ReisIntrodução: A pandemia por COVID-19, com início no ano 2019, levou à instituição de medidas de quarentena e de isolamento social, por parte de vários governos. Durante este período, foram encerradas escolas e universidades e suspensas as aulas presenciais e atividades práticas como os estágios, alterando a rotina dos estudantes. Estas mudanças tiveram um elevado impacto em vários níveis, nomeadamente nos sintomas de depressão, compulsão alimentar, dependência da internet e nos hábitos de vida da população em geral e, particularmente, dos estudantes de medicina. Materiais e métodos: Foi desenvolvido um estudo observacional e transversal, através da realização e divulgação de um questionário online, através do e-mail institucional dos estudantes de medicina de Portugal e do Brasil. Foram avaliadas as características sociodemográficas e da quarentena, peso e altura, sintomas de depressão, de compulsão alimentar, dependência da internet, hábitos alimentares e de exercício físico. Resultados/Discussão: Foram incluídos no estudo 471 alunos de medicina de Portugal e 371 do Brasil. Os resultados mostraram elevada prevalência de sintomas de depressão, compulsão alimentar e dependência da internet, em ambos os países. Foram encontradas associações estatisticamente significativas entre o nível elevado de compulsão alimentar e os sintomas de depressão (aOR=6,32; IC 95% 2,16 – 18,50; p<0,001), a depressão e a compulsão alimentar o (aOR=3,87; IC 95% 1,94 – 1,71; p<0,001), o género feminino e a depressão (aOR 2,55; IC 95% 1,80 – 3,61; p<0,001) e compulsão alimentar (aOR 4,32; IC 95% 2,08 – 8,96; p<0,001). Foram ainda encontradas associações estatisticamente significativas entre o excesso de peso (atual) (aOR=3,01; IC 95% 1,63 – 5,54; p<0,001) e a obesidade (atual) (aOR=12,47; IC 95% 5,96 – 26,12; p<0,001) e a compulsão alimentar. A dependência da internet teve associação estatisticamente significativa na depressão (p<0,001). Não foram encontradas associação estatisticamente significativa entre o exercício físico e a depressão ou os sintomas de compulsão alimentar. Conclusão: Verificou-se uma elevada prevalência em todos os parâmetros. É importante atuar no âmbito da promoção da saúde mental e de hábitos de vida saudáveis e na prevenção dos sintomas. Sugere-se um estudo desta população no período pós-quarentena, de modo a avaliar os sintomas que persistiram e atuar no apoio dos grupos e indivíduos mais vulneráveis.
- Qualidade de Vida no Trabalho percebida pelo Médico: Estudo transversal em PortugalPublication . Costa, Didier Armando Martinez da; Almeida, Anabela Antunes de; Sousa, Miguel Castelo Branco Craveiro de; Nunes, Célia Maria PintoA Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) percebida pelo médico é um conceito que se manifesta pela reciprocidade na qualidade dos serviços prestados (1–4). Conhecer a QVT percebida pelos médicos em Portugal e correlacionar esta com as variáveis sociodemográficos, especialidade/formação médica, laborais e a presença de infeção por SARS-COV2/isolamento profilático, representam objetivos do presente estudo. O estudo é observacional e transversal, seguindo um modelo de análise descritivocorrelacional, com uma abordagem eminentemente quantitativa, que decorreu no período de Fevereiro de 2021 até Dezembro de 2021. Recorreu-se a um questionário on-line, exposto na página da Ordem Dos Médicos, divulgado com o apoio da Faculdade de Ciências da Saúde, Centro Académico Clínico das Beiras e pelo Sindicato Independente dos Médicos. O questionário é composto por duas partes, uma primeira formada pela escala “Work-Related Quality of Life”, que analisa 6 dimensões (bem-estar geral (BEG), relação casa- trabalho (RCT), controlo no trabalho (CNT), condições de trabalho (CDT), stress no trabalho (SNT) e satisfação profissional (SP) e a segunda composta pelas variáveis sociodemográficos, especialidade/formação médica, laborais e a infeção por SARS-COV2/isolamento profilático. De seguida, procedeu-se à análise descritiva e inferencial com recurso ao software SPSS27®. A amostra consiste em 173 participantes, com uma média de idade 38,84 anos, 69% dos quais do género feminino, com a maioria localizada no Centro do país (41,62%), atuando preferencialmente ao nível do público (78,03%), com as categorias profissionais predominantes de Assistente de Medicina Geral e Familiar (31,79%) e Assistente Hospitalar (26,01%), sem cargo de chefia (86,13%) e sem terem infeção por SARS-COV2 (85,55%) ou sujeitos isolamento profilático (67,05%). A dimensão com menor classificação foi SNT com 1,89 pontos e no extremo oposto o BEG com 3,07 pontos. Apesar de não existir uma correlação significativa, verifica-se que o género masculino e a região Norte, apresentam médias amostrais mais elevadas em 4 das 6 dimensões analisadas. Foi verificada uma correlação significativa negativa fraca da idade com as dimensões SNT e RCT. A faculdade da Universidade da Beira Interior-Faculdade de Ciências da Saúde apresentou as médias amostrais mais elevadas em todas as dimensões e demonstrou uma relação significativa em termos de BEG, SNT e QVT em relação com a Universidade de Coimbra-Faculdade de Medicina. Na inferência estatística da especialidade sobre as 6 dimensões e a QVT, verificou-se que o grupo Formação Geral, apresentou valores significativamente mais elevados de RCT, SNT, CDT e QVT quando comparado com os grupos de Medicina Interna e Medicina Geral e Familiar, apresentando estes dois últimos valores mais baixos em relação aos restantes grupos analisados. O grupo de Medicina Interna demonstrou em termos de média amostral, menor RCT, CDT e CNT e a Medicina Geral e Familiar por sua vez apresentou uma média amostral inferior em relação ao SNT, SP e QVT. Quanto à categoria médica, verifica-se que os cargos superiores (Graduado e Consultor) apresentam uma menor média amostral das 6 dimensões quando comparados com as suas correspondentes categorias inferiores. O grupo Internos de Ano Comum demonstrou diferenças significativas nas dimensões SNT, QVT, CDT e BEG (p<0,1) quando comparado com o Assistente de Medicina Geral e Familiar e das dimensões SNT e QVT quando comparado com o Assistente Graduado de Medicina Geral e Familiar e o Consultor. Quanto aos participantes com cargo de chefia, estes apresentaram uma relação significativamente inferior nas dimensões SNT e CDT. Numa significância de 10%, demonstrou-se uma tendência para a existência de relação significativamente superior do BEG no contexto de atuação privado e menor no contexto público-privado. Não se encontrou nenhuma relação significativa dos participantes com infeção por SARS-COV2 ou de isolamento profilático com as 6 dimensões e a QVT, mas as médias amostrais são geralmente superiores nas 6 dimensões e na QVT, nos participantes que não foram sujeitos a infeção ou isolamento profilático. Em suma, existe uma tendência para retirarmos um perfil em risco de apresentar uma diminuição provável das 6 dimensões e da QVT, que é o profissional ser com maior probabilidade do género feminino, mais velho, localizado em regiões em que não seja o Norte, a desempenhar funções de Medicina Geral e Familiar ou Medicina Interna, com categorias profissionais de Assistente de Medicina Geral e Familiar e mais elevadas como Consultor ou Graduado e em contexto de desempenho de atividade simultânea no público e no privado.
