Browsing by Author "Costa, Rui Filipe Monteiro Alves da"
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- Dieta Cetogénica na EpilepsiaPublication . Costa, Rui Filipe Monteiro Alves da; Pérez, Francisco José AlvarezIntrodução: A epilepsia é uma doença cerebral grave, afetando cerca de 50 a 70 milhões de pessoas em todo o mundo. Trata-se de uma desregulação na atividade elétrica do cérebro, podendo resultar em crises recorrentes e numa alteração do comportamento. Apesar dos anticonvulsivantes serem a primeira linha do tratamento clássico da epilepsia, cerca de 20-40% dos pacientes não respondem aos mesmos, surgindo o conceito de epilepsia refratária. Deste modo, uma das opções de tratamento que tem sido proposta cursa com a dieta cetogénica. Assim, avaliar a sua eficácia, a sua segurança, bem como os seus efeitos adversos têm sido os principais objetivos dos estudos efetuados. Objetivo: Estudar a eficácia da dieta cetogénica assim como a sua segurança e os seus efeitos adversos no tratamento da epilepsia. Compreender os mecanismos de cada tipo de terapêutica dietética, a sua influência ao nível do microbioma intestinal e no controlo de síndromes epiléticas raras. Método: Pesquisa e análise da literatura científica disponível nos últimos 5 anos (2018- 2023) na plataforma PubMed escrita em inglês, espanhol e português. Desenvolvimento: A incidência da epilepsia refratária tem vindo a aumentar, pelo que este tema tem sido alvo de estudos com o objetivo de encontrar o método dietético mais eficaz e seguro no tratamento da mesma. A dieta cetogénica baseia-se num consumo de elevada quantidade de gordura e numa baixa quantidade de hidratos de carbono. Deste modo, criaram-se 4 tipos de dietas em resposta à palatabilidade e à restrição calórica: a dieta cetogénica clássica, a dieta de Atkins modificada, o tratamento de baixo índice glicémico e a dieta cetogénica de triglicerídeos de cadeia média. Estudos têm relatado a influência da dieta cetogénica no microbioma intestinal, aumentando as bactérias protetoras e diminuindo as patogénicas; no entanto, a relação entre disbiose intestinal e a epileptogénese ainda se encontra em estudo. Efeitos adversos gastrointestinais e cardiovasculares têm sido apontados como motivos para menor adesão desta estratégia terapêutica por parte dos pacientes. No entanto, a dieta cetogénica tem melhorado o prognóstico das síndromes epiléticas raras, nomeadamente no estado de mal epilético, através da redução de crises convulsivas e consequente melhoria na qualidade de vida do paciente. Conclusão: A dieta cetogénica apresenta uma considerável eficácia na redução de convulsões, nomeadamente nas síndromes epiléticas raras. Estudos remetem para mais de metade dos pacientes sob terapêutica com dieta cetogénica apresentarem redução superior a 50% na frequência das crises convulsivas. Relativamente à eficácia não foi encontrada superioridade em nenhum dos 4 tipos de dieta cetogénica. No entanto, esta temática continuará a ser objeto de estudo, em virtude da ausência de amostras significativas e de estudos atualizados regularmente.