Browsing by Author "Cunha, Sandra Catarina Neto da"
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- Paralisia Facial PeriféricaPublication . Cunha, Sandra Catarina Neto da; Álvarez Pérez, Francisco JoséA Paralisia Facial Periférica (PFP), resultante da disfunção do nervo facial (NF), é a patologia mais comum associada a lesão dos nervos cranianos. Esta pode ser primária ou secundária a outras patologias subjacentes, como é o caso de doenças infeciosas (varicela zoster e doença de Lyme), tumores e traumatismos. A etiologia mais comum é a primária (correspondendo a cerca de 75% dos casos), sendo o exemplo mais emblemático a paralisia idiopática, também conhecida como paralisia de Bell (PB). A PFP, na sua forma mais comum, é mais incidente entre os 30 e os 50 anos, apresentando um segundo pico entre 60 e os 70 anos. Manifesta-se em ambos os sexos e não se verifica um predomínio na hemiface afetada. O início pode ser abrupto ou progressivo. As manifestações clínicas são bastante variadas, destacando-se a fraqueza ou paralisia muscular (que pode ser uni ou bilateral), desvio da comissura labial, apagamento do sulco nasolabial e das pregas da testa, incapacidade de fechar completamente um dos olhos, fenómeno de Bell, perda do paladar nos 2/3 anteriores da língua, hiperacusia e diminuição da produção das glândulas salivares e da glândula lacrimal. O diagnóstico é essencialmente baseado na história clínica, na sintomatologia e no exame físico. Quando há dúvidas no estabelecimento do diagnóstico, mais comuns quando a etiologia é secundária a outras causas subjacentes, recorre-se aos meios complementares, como os testes eletrofisiológicos, os exames de imagem e outros testes que se considerem úteis, tendo em conta a patologia subjacente. Apesar de a maioria dos casos (cerca de 80-85%) serem benignos e resolverem-se completa e espontaneamente ao fim de algum tempo, existe uma pequena percentagem de casos que necessitam de tratamento. Este ainda é controverso e existem várias terapias, cuja eficácia precisa de mais estudos. Contudo, é consensual o recurso à fisioterapia e à corticoterapia sistémica que, no caso das infeções virais, deve-se associar-se aos agentes antivirais. Quando estas terapias falham pode haver a necessidade de recorrer à toxina botulínica ou à cirurgia. Cerca de 15 a 20% dos pacientes ficam com sequelas e em 5% dos casos elas são graves.