Browsing by Author "Felisberto, Joaquim Paulo"
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- Sépsis bacteriana no contexto AngolanoPublication . Felisberto, Joaquim Paulo; Monteiro, Maria de Lurdes Paiva; Moreira, André Ferreira; Miguel, Sónia Alexandra PereiraSépsis é uma palavra derivada do grego [s????], a qual significa a decomposição de materiais orgânicos que pode ocorrer por animais, plantas ou bactérias. A sépsis é responsável por 15 a 20% de todas as mortes nos países em vias de desenvolvimento e por mais de 1,5 milhões mortes de recém-nascidos e crianças a cada ano. Como condição médica, a sépsis é mais letal que um acidente vascular cerebral, apresentando taxas de mortalidade e morbidade próximas a 80% em países em vias de desenvolvimento. Além disso, quando comparado com a incidência de outras principais causas de morte, a incidência da sépsis tem vindo a aumentar. De facto, a incidência da sépsis aumentou de 1 672 casos por 100 000 habitantes em 2008 para 2 618 casos em 2012. A sépsis é uma doença infeciosa de etiologia variada (bacteriana, viral, fúngica ou até mesmo por protozoários), sendo que a etiologia mais frequente é a bacteriana. A transmissão da sépsis pode ocorrer por via endógena (infeção a partir de microrganismos colonizadores, microrganismos da flora normal); e/ou exógena (infeção a partir de um agente infecioso externo tendo penetrado no hospedeiro). A manifestação da sépsis está associada aos sinais e sintomas da infeção primária. O diagnóstico desta cultura é normalmente realizado recorrendo a hemocultura. O tratamento proposto, que deve ocorrer nas primeiras 6 a 8 horas após a identificação do doente com sépsis, inclui a reposição volumétrica vigorosa a cada 30 minutos conjugada com a administração de antibióticos. Os antimicrobianos são os agentes mais específicos e acessíveis para o tratamento do doente com sépsis, embora apenas representem uma abordagem parcial do problema. Uma das alternativas exploradas para aumentar a eficiência dos antibióticos é a estimulação da imunidade inata do doente, pelo aumento do número de leucócitos. Os dados descritos na literatura indicam que melhores taxas de sobrevivência em doentes com sépsis poderão ser atingidas com tratamentos adicionais aos convencionais agentes antimicrobianos. A sépsis é uma das principais causas de morbilidade e mortalidade em todo o mundo, particularmente em Angola. Em Angola, poucos hospitais públicos estão preparados para a realização de hemoculturas automatizadas, sendo a técnica manual a mais utilizada, o que torna o diagnóstico demorado e pouco fidedigno pelo índice de contaminação do material. Devido a este facto, é essencial o desenvolvimento de um conjunto de medidas para o reconhecimento e gestão precoce da sépsis refletindo o nível primário, secundário e terciário de cuidados.