Browsing by Author "Ferreira, Ana Teresa Figueiral"
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- Evolução da Empatia em Estudantes de Medicina da Universidade da Beira InteriorPublication . Ferreira, Ana Teresa Figueiral; Vitória, Paulo dos Santos Duarte; Neto, Isabel Maria Fernandes; Nunes, Célia Maria PintoIntrodução: A empatia é um elemento essencial na comunicação e na prática clínica. O desenvolvimento da pesquisa sobre empatia na medicina tem sido condicionado pelas limitações na definição e operacionalização deste conceito. No início deste século, Hojat e colaboradores definiram empatia em contexto de prestação de cuidados de saúde e desenvolveram um novo instrumento de medida, a Escala Jefferson de Empatia Médica (JSPE), que tem uma versão específica para estudantes de medicina já validada para português (JSPE-spv). Assim, foi possível dar mais um passo em frente no estudo deste tema. A escala já foi aplicada em vários países, com resultados inconsistentes. Há então necessidade de mais investigação. O objetivo geral deste estudo é avaliar a evolução da empatia nos estudantes do Mestrado Integrado em Medicina da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade da Beira Interior (FCS-UBI). Materiais e Métodos: Para este estudo longitudinal, alunos que frequentaram o 1º ano em 2012/2013 responderam à JSPE-spv, associada a um questionário com dados sociodemográficos; a JSPE-spv foi novamente respondida no 6º ano, em 2017/2018. Foram incluídos nesta investigação alunos que responderam pelo menos uma vez à JSPE-spv. Para o tratamento dos dados recorreu-se, em primeiro lugar, a alguns conceitos da estatística descritiva, por forma a descrever os dados em análise. Também foram aplicados alguns testes de hipótese paramétrios e não paramétricos (teste t para amostras emparelhadas, teste de Wilcoxon, teste t para amostras independentes, teste de Mann-Whitney U, teste de Friedman e teste de Wilcoxon com correção de Bonferroni) para comparar os resultados obtidos na JSPE-spv nos 1º e 6º anos. Calculou-se ainda o coeficiente alfa de Cronbach. Foi considerada uma significância estatística de 5%. Resultados: Os 166 participantes apresentam uma idade média no 1º ano de aproximadamente 20 anos (19,57 ± 3,03), 78,2% são do género feminino e 21,8% do género masculino. A média dos resultados de empatia neste estudo foi 108,54 ± 13,99 no 1º ano e 117,21 ± 9,51 no 6º ano (p<0,001). Estes resultados são superiores aos reportados em estudos realizados com estudantes de medicina. Os resultados da medida de empatia no 6º ano foram superiores aos do 1º ano, contrariamente à maioria dos estudos publicados. Comparando os fatores da escala, “Tomada de Perspetiva” teve a pontuação mais elevada e “Capacidade de se Colocar no Lugar do Paciente” a mais baixa. No 6º ano os alunos que já tinham frequentado outro curso têm valores de empatia superiores aos restantes. Observa-se uma tendência para alunos mais velhos terem resultados superiores na medida de empatia. Não se observam diferenças significativas entre géneros, nem nas restantes variáveis sociodemográficas consideradas. Conclusão: Neste estudo os resultados da medida de empatia aumentam ao longo do curso. Os valores médios observados são elevados quando comparados com outros estudos realizados com estudantes de medicina. As diferenças presentes entre as várias escolas médicas, inclusive no mesmo país, levam a pensar que além dos fatores culturais e diferenças na seleção dos estudantes de medicina, os métodos pedagógicos e os contextos de aprendizagem terão também um papel muito relevante no desenvolvimento da empatia. A FCS-UBI parece ter um método pedagógico adequado à formação de médicos empáticos.
