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- Melhoria da Usabilidade do Registo de Saúde EletrónicoPublication . Caetano, Valentin Voinov Guerreiro; Martins, Henrique Manuel Gil; Maia, CristianaIntrodução A Saúde está em constante evolução e o papel da "Saúde Digital" ainda mais. O acesso aos dados do Registo de Saúde Eletrónico, via portais eletrónicos para o cidadão, deve assegurar a melhor usabilidade a fim de melhor servir os utentes a que se destinam. A literatura demonstra que as dificuldades no uso de portais advêm de vários fatores como as características dos utentes e a sua literacia de saúde e digital, mas também da usabilidade dos mesmos. Em Portugal, a Área do Cidadão é a face digital dos serviços do SNS ao utente, sendo o portal de utentes a interface que permite o acesso destes ao Registo de Saúde Eletrónico. Este trabalho propôs-se 1) avaliar e propor atributos e melhorias que visem aumentar o nível de usabilidade da Área do Cidadão, aumentando a adesão e utilização dos utentes da Área do Cidadão e 2) demonstrar a viabilidade de "design participante” aplicado à melhoria da usabilidade da Área do Cidadão. Método A metodologia usada foi baseada em quatro fases. A primeira foi a avaliação inicial da usabilidade do portal utilizando boas práticas. A segunda, a elaboração e realização de questionário com amostra de 600 utentes com posterior análise e tratamento das respostas paramétricas e não paramétricas. A terceira fase, uma segunda avaliação suportada por papers e estudos. Por último foi realizado um workshop de melhoria dos menus da Área do Cidadão. Resultados Na análise inicial da usabilidade detetaram-se problemas de clareza, eficiência e eficácia das funcionalidades e páginas contidas na Área do Cidadão. Foi elaborado um relatório e apresentado à SPMS com sugestões de melhoria e três soluções transversais de melhoria da usabilidade. Após terem sido implementadas algumas das alterações sugeridas, foi enviado questionário a 600 utentes com literacia digital, basilar para acesso à Área do Cidadão e resposta a um pop-up. O questionário teve uma adesão de 31,17%, com respostas concordantes com uma boa usabilidade do portal. Posteriormente, do workshop realizado, resultou o desenho de um modelo preliminar para evolução do menu inicial do portal. Discussão As alterações iniciais, nomeadamente a substituição de siglas por terminologia simples e a substituição de ícones por outros mais indicativos da função dos separadores, aparentam ter melhorado a usabilidade do portal, de acordo com a apreciação positiva dos utentes ao questionário posterior. A segunda análise da usabilidade e o questionário realçaram a necessidade da participação dos utentes no processo de evolução e melhoria da Área do Cidadão através de sugestões e feedback em funcionalidades próprias. O workshop de redesign dos menus responde às preocupações e permite a discussão de clareza e falta de intuição destes, demonstrada em algumas perguntas do questionário. Conclusão Foi possível identificar problemas e realizar ações que resultaram no aperfeiçoamento da usabilidade no portal da Área do Cidadão: i) Detetou-se melhoria significativa da usabilidade do portal quando comparada com a versão pré-abril 2018. ii) O questionário permitiu detetar a existência de agrupamentos de problemas. iii) As respostas ao questionário online e a participação no workshop viabilizam o "design participante". iv) A participação dos utentes utilizadores na evolução do portal promove a vinculação e o compromisso dos mesmos na sua utilização. v) A utilização pela SPMS de metodologias como a do “design participante”, entre outras, acomoda e assegura a evolução do Registo de Saúde Eletrónico - Área do Cidadão.
- Telessaúde e DemênciasPublication . Andrade, Natacha Vieira da Silva; Martins, Henrique Manuel Gil; Loureiro, Carla Patrícia Viana CrespoINTRODUÇÃO: A cada 3 segundos é diagnosticado um novo caso de Demência no mundo, sendo que a doença de Alzheimer representa 60 a 70% dos casos. As Demências são um desafio ao setor da Saúde pela alta prevalência, pela inexistência de cura, pela carga física, emocional e económica para os utentes e Cuidadores, formais e informais, e para a sociedade em geral. A Telessaúde pode constituir uma oportunidade para melhorar o processo de cuidar de uma pessoa com Demência e permitir uma melhor qualidade de vida não só dos utentes, mas também dos seus Cuidadores informais. OBJETIVOS: A dissertação pretende conhecer o percurso clínico (patient journey) de um utente com Alzheimer seguido pelo CHUCB e assim identificar oportunidades de melhoria na reorganização dos processos e otimização dos recursos existentes. Também foi avaliada a disponibilidade de Cuidadores informais e profissionais de saúde (Cuidadores formais) para usarem algumas modalidades da Telessaúde. METODOLOGIA: Foi construído um questionário, constituído por 6 perguntas curtas de resposta fechada. Existem duas versões, uma para profissionais de saúde que foi aplicado aos médicos e enfermeiros de Neurologia e Psiquiatria do CHUCB, EPE, e outra para os Cuidadores informais dos utentes com patologia de Alzheimer que vieram à consulta externa destes serviços. As questões incidem sobre os temas da Teleconsulta, da Telemonitorização e, no caso dos profissionais, da Teleformação. Pergunta também sobre as atitudes do Cuidador informal perante a doença e sobre as atividades da vida diária do utente. RESULTADOS: Dos 24 questionários recolhidos, 12 foram preenchidos por Cuidadores informais, que não usam apoios como a consulta de psicologia e os grupos de discussão. Apenas 1 dos Cuidadores fez uso do descanso do Cuidador, e outro do apoio domiciliário. Quanto às AVD do utente, os Cuidadores dizem que utilizam mais o Lar, enquanto que os profissionais acreditam que os seus utentes passam o seu tempo num centro de dia. Para a pergunta da Teleconsulta, 58,3% e 66,7% dos Cuidadores pensa que esta modalidade beneficia o utente e o Cuidador, respetivamente. No grupo dos profissionais, 66,7% pensa que os utentes beneficiam da Teleconsulta, e 83,3% acredita que beneficia o Cuidador. A Telemonitorização reuniu 91,7% de consenso entre os Cuidadores, e 100% dos profissionais pensam que esta modalidade de Telessaúde é benéfica para o utente. Dentro das opções de resposta de sensores, os mais conhecidos pelos Cuidadores são a dispensa de medicação e a pulseira GPS. No entanto, apenas 1 dos Cuidadores referiu utilizar um dos sensores, a pulseira GPS. Os profissionais consideraram a pulseira GPS como o sensor mais benéfico para o utente. Quanto a Teleformação, 66,7% dos 12 profissionais estariam dispostos a receber formação para as Demências através desta modalidade. DISCUSSÃO: O tempo médio de espera para uma consulta de Neurologia no CHUCB é superior ao definido como TMRG. A prática da Teleconsulta pode acelerar o processo de realização de diagnósticos clínicos, na referenciação dos doentes para cuidados especializados, reduzir o tempo de deslocação e de espera para consulta e uma maior equidade do SNS. A Teleformação é um meio para uniformizar condutas e reduzir referenciações desnecessárias. A Telemonitorização é um meio pouco conhecido pelos Cuidadores desta amostra. Os sensores podem aumentar o grau de independência aos utentes em fases iniciais de doença e oferecer uma sensação de maior segurança para o cuidador. CONCLUSÃO: As modalidades de Telessaúde são consideradas benéficas para o utente e para o Cuidador e podem ser as respostas para algumas falhas no acompanhamento da doença de Alzheimer. Devem ser introduzidas no percurso clínico, conforme as necessidades individuais.
- Patologia Reumatológica Pós-QuimioterapiaPublication . Valente, Diana Vilares; Pessoa, Cláudia Cristiana de Carvalho Vaz; Ferreira, Joana Catarina FonsecaIntrodução: Com a crescente incidência de neoplasias na população mundial urge uma maior compreensão dos efeitos secundários causados pelos tratamentos de quimioterapia como, por exemplo, na Reumatologia, área pouco explorada na literatura. Já foram relatadas diferentes manifestações musculoesqueléticas com vários fármacos de quimioterapia para distintas neoplasias. Os sintomas podem ocorrer mesmo com negatividade de achados radiológicos ou laboratoriais indicativos de doenças do foro reumatológico. Há algumas síndromes reumatológicas específicas descritas. Até à data, não existe uma explicação global destes fenómenos, apesar de algumas hipóteses terem sido colocadas. Neste contexto, fez-se um levantamento dos casos seguidos em consulta de Reumatologia e relacionou-se com a literatura existente. Materiais e métodos: Trata-se de um estudo de investigação observacional, descritivo e clínico (relato de casos). Incluíram-se os pacientes com história de neoplasia e quimioterapia associada em seguimento atual em consulta de Reumatologia sem queixas reumatológicas prévias à quimioterapia. Excluíram-se aqueles com sintomas do foro reumatológico antes da neoplasia, assim como com queixas derivadas de metastização óssea ou síndromes paraneoplásicos. A caracterização da amostra teve por base os seguintes parâmetros: idade, sexo, tipo de neoplasia, tempo decorrido até aparecimento dos sintomas reumatológicos, apresentação clínica, resultados laboratoriais, tratamento reumatológico e evolução das queixas. Resultados: Identificaram-se 6 casos clínicos de pacientes do sexo feminino, todas com antecedente de neoplasia da mama. Todas fizeram tratamento oncológico com inibidores da aromatase. Pouco tempo depois do início da terapêutica (entre 1 a 6 meses), surgiram sintomas do foro reumatológico em 5 pacientes, tendo a restante apresentado queixas num período de alguns meses a anos. Em nenhuma há registo de patologia reumatológica prévia ao tratamento de quimioterapia. As manifestações iniciais mais comuns foram artralgias com rigidez matinal que variava entre 5 minutos a uma hora e dores noturnas. As articulações mais afetadas foram as pequenas articulações das mãos. Em 5 doentes foram detetados anticorpos antinucleares positivos, sendo que uma destas tinha também anticorpo anti-Ro, anticorpo lúpico e fator reumatoide positivos. Nenhuma apresentava positividade para anticorpo anti-péptido citrulinado cíclico. A maioria obteve alívio com associações entre anti-inflamatórios não esteroides e/ou fármacos antirreumáticos modificadores de doença e/ou corticoides. Até à data nenhuma teve remissão espontânea da sintomatologia. Conclusão: A patologia reumatológica pós-quimioterapia pode ter diversas formas de apresentação, desde artralgias inespecíficas, a artrite reumatoide, a síndromes específicas. Pode acompanhar-se ou não de achados laboratoriais positivos, tendo uma apresentação temporal variável e cujo controlo sintomático pode ser eficaz e rapidamente alcançado com medicação oral.
- Acid sulfite pretreatment in the enzymatic hydrolysis of Cytisus striatus: optimization strategyPublication . Vaz, Álvaro; Gomes, Tânia; Simões, RogérioEthanol production from lignocellulosic material includes three major steps: biomass pretreatment, which fragments the lignocellulosic matrix to facilitate the enzymes access to the substrate; hydrolysis, where the polysaccharides are converted into fermentable sugars (e.g. glucose and xylose); and finally, fermentation that produces ethanol or other biologically based chemicals (e.g. lactic acid, succinic acid). The aim of the present work was to study the effect of some operative variables of the pretreatment stage, namely sodium hydrogen sulfite and sulfuric acid loadings, temperature and time, on the release of sugars in the enzymatic hydrolysis of Cytisus striatus, performed applying a Novozymes® cocktail, with fixed charges and operating conditions. Wood branches were chipped and submitted to different reaction conditions, with a central composite experimental design 2^4+star, exploring the following variables: sulfuric acid charge (0-3%, on wood), sodium bisulfite charge (0-4 %, on wood), maximum temperature (150-190ºC) and time at maximum temperature (0-30 minutes). After pretreatment, the acid hydrolysates were recovered, the solid residues were mechanically disintegrated and thereafter subjected to enzymatic hydrolysis with an enzymatic cocktail from Novozymes®. Sugars and by-products released in the sulphite pretreatment and enzymatic treatment hydrolysates were analyzed by HPLC.
- A Entrevista na Rádio Nacional de Angola-LuandaPublication . Canjengo, Angelina Nassinda Domingas; Alves, Anabela Maria GradimA presente investigação tem como objetivo realizar um diagnóstico da situação atual de utilização das entrevistas radiofónicas no conjunto da programação da Rádio Nacional de Angola, apresentar indicações de aperfeiçoamento, e produzir um Guia Prático de Técnicas de Entrevista. Para atingirmos os nossos objetivos, estruturamos a nossa pesquisa em duas partes. A primeira parte centra-se na revisão da literatura em que explora a história da Rádio com destaque para a história da Rádio Nacional de Angola (RNA) que é o nosso campo de estudo, aborda o jornalismo como profissão, e explora a entrevista como género jornalístico. Na segunda parte da pesquisa fizemos uma observação não participante na redação de programas da RNA, realizamos entrevista semiestruturada a 13 jornalistas da RNA, e analisamos 17 entrevistas sonoras, numa abordagem qualitativa. A análise dos resultados obtidos conduziu-nos a proposta de estratégias para organização e estruturação de entrevista, bem como à sugestão à Rádio Nacional da criação de um Guia Prático de Entrevista, com algumas regras para a realização das mesmas, que podem ser melhoradas com o contributo dos vários profissionais da RNA.
- Relação entre Mindfulness, Alexitimia e SomatizaçãoPublication . Cerqueira, Bruna Catarina de Sousa; Silva, Nuno Fernando RodriguesIntrodução: O mindfulness tem sido definido como a consciência que surge de prestar atenção, com intenção, ao momento presente, suspendendo julgamentos. Este tem sido incorporado em protocolos de tratamento de várias perturbações psiquiátricas com o objetivo de intervir em processos mentais que contribuem para a desregulação emocional e para o comportamento desadaptativo. Vários estudos indicam que mindfulness está negativamente correlacionado com perturbações como alexitimia e que pode estar também correlacionado negativamente com somatização. Sendo a alexitimia um fator de risco para o desenvolvimento de várias perturbações clínicas, verificou-se que a somatização não é incomum nestes indivíduos. Objetivo: O principal objetivo deste estudo foi investigar de que forma o mindfulness, como traço, se relaciona com a alexitimia e a somatização. Métodos: : Este estudo transversal consistiu na aplicação de um questionário online anónimo aos alunos da Universidade da Beira Interior, construído para o efeito, constituído por 5 secções: 1) Dados Sociodemográficos e Académicos: género, data de nascimento e curso; 2) Antecedentes Pessoais Médicos; 3) Five Facet Mindfulness Questionnaire (FFMQ); 4) Escala de Alexitimia de Toronto (TAS-20); 5) Symptom Checklist-90 Revised (SCL-90-R). Todas as escalas se encontram validadas para a população portuguesa. Foram testadas as associações entre sexo, antecedentes e curso com mindfulness, alexitimia e somatização através de testes paramétricos. Para estudar a associação entre mindfulness, alexitimia e somatização calculou-se o coeficiente de Pearson. Procedeu-se à análise de Regressão linear para avaliar a relação entre mindfulness (e as suas facetas) e a alexitimia (e os seus fatores) e somatização, ajustando em função do sexo, da idade e do curso. Finalmente, foi estudado o efeito mediador do mindfulness, através da análise de Regressão Linear Múltipla. Resultados: Foi encontrada uma correlação negativa entre o mindfulness e a alexitimia, sendo esta relação superior para a dificuldade em identificar os sentimentos (F1) e para os descrever aos outros (F2). As facetas que apresentam uma correlação negativa significativa com alexitimia são: Describe, Awareness e Nonjudge. Observe apresentou uma correlação positiva. Alexitimia mostrou uma correlação positiva significativa com somatização, sendo essa relação mais forte com F1 e, em menor grau, com F2. Verificou-se uma correlação negativa significativa entre mindfulness e a somatização. A análise do mindfulness como mediador na relação entre a alexitimia e a somatização mostrou que quando inserimos o mindfulness como fator mediador, o efeito significativo da alexitimia na somatização deixa de ser significativo, o que poderá indicar que o mindfulness tem um papel protetor que previne a associação da alexitimia à somatização. Discussão: Foram analisados os questionários de 247 alunos da Universidade da Beira Interior, dos quais 180 (73%) do sexo feminino e 139 alunos (56%) a frequentar o curso de Medicina. Os resultados obtidos comprovam a hipótese de maior mindfulness estar relacionado com menores níveis de alexitimia, assim como menores níveis de somatização. Níveis superiores de alexitimia, correlacionam-se com maior somatização e o mindfulness é um mediador nesta relação. Ainda assim, são necessários estudos longitudinais com amostras maiores e com uma população mais diversificada para esclarecer o papel do mindfulness na relação entre alexitimia e somatização. Investigações futuras devem analisar de que forma se poderá aumentar o mindfulness como traço e se Intervenções Baseadas no mindfulness obtêm resultados semelhantes aos obtidos neste estudo para o mindfulness como traço.
- SNS Sem PapelPublication . Gonçalves, Ana Catarina Rodrigues; Martins, Henrique Manuel GilIntrodução: A Serviços Partilhados do Ministério da Saúde tem um papel potenciador da Transformação Digital na Saúde em Portugal através das suas iniciativas, entre elas o SNS Sem Papel, que pretende eliminar o uso de papel em diferentes serviços de apoio à prestação de cuidados clínicos. Sabe-se, no entanto, que a mudança nas organizações de saúde não é suscetível de ser simples ou linear. Através deste estudo, procurar-se-á comparar diferentes instituições que colaboram na iniciativa numa ótica dos processos de gestão e liderança, e aprofundar o papel de processos de Gestão de Mudança. Métodos: Aplicou-se uma metodologia eminentemente qualitativa em quatro instituições que fazem parte do projeto SNS Sem Papel, tendo-se desenvolvido em torno de três fases. A primeira fase consistiu na compilação de informação disponível sobre as instituições. A segunda fase consistiu na realização de entrevistas estruturadas mediante elaboração prévia de um guião e a terceira fase consistiu na análise do material recolhido através de análise qualitativa temática direta e de modelos de referência de liderança na mudança. Resultados: A metodologia de implementação da iniciativa SNS Sem Papel, bem como os resultados e as fases em que a mesma se dividiu, foram díspares. Contudo, em todas as instituições existe uma equipa de gestão da iniciativa cuja função é o acompanhamento local, sendo constante a inclusão do topo hierárquico e chefias intermédias. Todas as instituições admitem a existência de obstáculos no decorrer da implementação do projeto SNS Sem Papel, tratando-se, na sua maioria, de obstáculos já esperados. Todas as instituições experienciaram resistência à mudança neste contexto. Conclusões: A maioria das falhas relacionadas com a mudança são de implementação e não de conceção de ideias iniciais. A existência de um método de gestão claro e assumido para a implementação desta iniciativa relaciona-se com melhores resultados na implementação da mudança, tal como com o maior compromisso do topo hierárquico. A equipa de gestão deve ser capaz de diagnosticar a organização, escolhendo a metodologia de implementação, de monitorização de resultados e de acompanhamento mais adequadas às circunstâncias particulares da instituição, e identificando as pessoas com maior capacidade de influência.
- Doutor, esqueci-me que estou num lar…Publication . Costa, Sílvia Rafaela Vieira da; Patto, Maria da Assunção Morais e Cunha Vaz; Afonso, Rosa Marina Lopes Brás Martins; Gama, Jorge Manuel dos ReisIntrodução: A institucionalização é atualmente encarada como uma opção viável para idosos que revelem declínio da capacidade cognitiva e que, por essa razão, vejam a sua independência e qualidade de vida comprometidas. Apesar deste facto, são ainda escassos os dados epidemiológicos capazes de traduzir, com rigor, a realidade da população institucionalizada. O presente trabalho tem como objetivo conhecer os fatores associados ao estado cognitivo de idosos institucionalizados traçando o seu perfil geral e averiguando a existência de uma associação entre a capacidade cognitiva do idoso e o sexo, a idade, a escolaridade, o tempo de institucionalização, a participação nas atividades lúdicas e a sintomatologia depressiva. Material e Métodos: O estudo incluiu uma amostra voluntária e aleatória de 72 indivíduos com idade igual ou superior a 65 anos, residentes em Estruturas Residenciais para Pessoa Idosa (ERPI) no concelho da Covilhã. O teste escolhido para a avaliação do estado cognitivo dos inquiridos foi o Mini-Mental State Examination (MMSE). A análise estatística dos dados foi feita com recurso ao software de estatística Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), versão 25. Resultados: A amostra em estudo apresentou uma média de idades de 84,83 ± 7,073 anos, predominantemente do sexo feminino (68,1%) e um baixo nível de escolarização (91,67% dos idosos ou eram analfabetos ou tinham até 4 anos de escolaridade). Verificou-se que 76,39% dos inquiridos estavam institucionalizados por um período superior a 1 ano e que 55,6% participavam nas atividades lúdicas proporcionadas pela instituição. Observou-se ainda que 29,17% dos idosos avaliados apresentaram resultados sugestivos de depressão e, entre os idosos que foram capazes de responder ao MMSE, 43,9% apresentaram pontuações indicativas de défice cognitivo. No presente estudo foi possível encontrar uma associação, embora marginalmente significativa, entre a participação nas atividades lúdicas e o desempenho no MMSE (p= 0,066). No entanto, o mesmo não aconteceu quando se associam as variáveis sexo (p=0,565), idade (p=0,878), escolaridade (p=0,550), tempo de institucionalização (p=0,877) e sintomatologia depressiva (p=0,236) com perfil cognitivo dos idosos. Conclusão: O presente estudo permitiu caracterizar melhor o idoso institucionalizado deste concelho, alertando para a elevada prevalência de deterioração da função cognitiva entre estes idosos e para o possível benefício da participação nas atividades lúdicas promovidas pela instituição sob o funcionamento cognitivo.
- Stress, Bem-estar físico e mental e Resultados académicos dos estudantes de Medicina da Universidade da Beira InteriorPublication . Antunes, Ana Patrícia Barbosa; Vitória, Paulo dos Santos Duarte; Nunes, Célia Maria Pinto; Pêgo, José MiguelIntrodução: O stress tem sido um tema bastante abordado pelas mais diversas áreas nos últimos anos, não só devido à sua prevalência crescente, mas também devido ao seu notório impacto negativo na saúde física e mental dos indivíduos associando-se a défices no funcionamento cognitivo e na aprendizagem. Este estudo pretende caraterizar os níveis de stress percebido pelos alunos de Medicina da Universidade da Beira Interior e compreender de que forma estes influenciam os seus resultados académicos e o seu bem-estar físico e mental. Materiais e Métodos: Estudo transversal com uma amostra de 134 alunos do Mestrado Integrado em Medicina da Universidade da Beira Interior. Foram aplicados os seguintes instrumentos: um questionário para recolha de dados sociodemográficos, a Escala de Perceção de Stress-13 itens, o questionário Brief-COPE e o Inventário de Depressão de Beck. Para caraterização dos resultados académicos dos participantes foram usados dados relativos a um exame de avaliação. A análise dos dados foi realizada através do SPSS, versão 25. Resultados: Dos 134 participantes, 57 são do 1º ano e 77 do 3ºano. A maioria são do sexo feminino (70,9%) e apresentam uma média de idades de aproximadamente 20 anos (20,30 ± 2,30). Verificamos que altos níveis de stress percebido são preditores de uma pior classificação do aluno (b=-0,81; p <0,05) e apresentam uma correlação significativa, sendo positiva forte, com os índices de depressão (r=0,722; p <0,001). O recurso a estratégias de coping de Reinterpretação Positiva está associado a melhores classificações dos alunos (b=1,232; p <0,001) ao contrário do recurso a estratégias de Negação e Auto Distração que estão associados a piores resultados (b=-0,973 e b=-0,745, respetivamente; p <0,05). Aproximadamente 19% dos participantes revelou algum grau de depressão sendo que destes apenas 28% obteve algum tipo de apoio psicológico. Verificamos ainda que quanto mais elevados forem os índices de depressão, maior será o uso de estratégias de Desinvestimento Comportamental (r=0,369; p <0,001;) e de Auto Culpabilização (r=0,327; p <0,001), sendo significativamente menor o uso de estratégias de Reinterpretação Positiva (r=-0,306; p <0,001). Conclusão: Os resultados deste estudo demonstram alguns dos efeitos nefastos dos elevados níveis de stress, não só ao nível dos resultados académicos, mas também do próprio bem-estar do estudante de Medicina. Assim sendo torna-se fulcral o desenvolvimento de iniciativas de identificação e gestão do stress que fomentem o uso de estratégias adequadas de coping que a longo prazo poderão beneficiar não só os futuros profissionais e o ambiente em que estão inseridos, como os próprios doentes e a população em geral.
- Epilepsia do lobo temporal e Distúrbio de PânicoPublication . Magalhães, Ana Rita Gomes de; Álvarez Pérez, Francisco JoséIntrodução: O distúrbio de pânico constitui um difícil diagnóstico diferencial da epilepsia do lobo temporal, uma vez que a sua manifestação clínica pode ser igual. No entanto são consideradas entidades de dois campos muito distintos, psiquiatria e neurologia respetivamente. Objetivo: Analisar ambas as patologias relativamente à clínica, terapêutica e exames complementares de diagnóstico de forma a verificar se é possível terem uma base patológica comum. Métodos: De forma a responder à pergunta que originou esta dissertação, e concretizar os objetivos da mesma, foi feita uma revisão da literatura médica existente que abrangesse as áreas pretendidas. Assim, realizou-se uma pesquisa na base de dados científica internacional PubMed (www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed). A pesquisa foi restrita a publicações nos idiomas português, inglês e espanhol. Não foram aplicados critérios temporais à pesquisa dado o número limitado de literatura na área. Foram excluídos todos os artigos não aplicáveis à espécie humana ou que não fossem aplicáveis ao tema abordado. Conclusão: Existem sobreposições entre ambas as patologias quer na sua apresentação clínica quer nos exames complementares de diagnóstico. Este trabalho não nos permite assegurar que ambas as patologias têm um substrato comum, no entanto ressalta a necessidade da realização de mais estudos e mais complexos nesta população.