Browsing by Author "Ferreira, Catarina Teixeira"
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- Estatinas e fitoterapia em dislipidémiasPublication . Ferreira, Catarina Teixeira; Silvestre, Samuel MartinsIntrodução: As Doenças Cardiovasculares (DCV) têm cada vez mais impacto na mortalidade e morbilidade mundiais. Sendo a dislipidémia um dos principais factores de risco para o surgimento ou agravamento das mesmas, torna-se importante actuar na prevenção ou na implementação de uma farmacoterapia eficaz e segura. As estatinas são o grupo de fármacos considerado como primeira linha no que diz respeito ao tratamento farmacológico da dislipidémia, pela sua grande capacidade de reduzir os níveis de colesterol total e colesterol LDL. Embora sejam muito eficazes, há pessoas que não as toleram e não aderem à terapêutica, permanecendo ainda dúvidas acerca dos efeitos das estatinas no organismo. A fitoterapia tem surgido actualmente como opção às terapias convencionais. Apesar do interesse actual, a fitoterapia tem a desvantagem de, em muitos casos, não haver evidência científica de eficácia e segurança dos produtos, não sendo o controlo de qualidade assegurado pelos mesmos padrões dos fármacos obtidos por síntese química. Ao nível da dislipidémia, várias são as plantas utilizadas na hipercolesterolémia, como é o caso do alho, alcachofra, farelo de aveia, extracto fosfolipídico de soja, goma-de-guar, arroz fermentado vermelho e policosanol. Objectivo: Este estudo tem como principais objectivos avaliar a utilização das estatinas, nomeadamente a adesão à terapêutica, a presença de efeitos secundários, interacções e limitações e analisar o uso de fitoterápicos concomitantemente com estatinas, investigando potenciais interacções. Métodos: A população-alvo deste estudo é constituída por 100 utentes da farmácia comunitária que utilizam uma estatina. A recolha de dados foi feita através de um inquérito realizado entre Março de 2011 e Maio de 2011 e a sua análise estatística foi efectuada através do software SPSS. Para testar relações entre as variáveis utilizou-se o teste do Qui-quadrado, considerando um nível de significância de 5% e calculando-se o Odds Ratio para medir essa associação. Resultados: 13% da amostra populacional não adere à terapêutica, na medida em que não cumpre a posologia recomendada pelo médico. Dos 100 indivíduos inquiridos, 22 referiram efeitos secundários, dos quais a dor muscular foi a mais citada, seguida pela azia, flatulência e espasmos. 7% da população revelou recorrer aos produtos naturais e nenhuma das pessoas informou o médico dessa utilização. Verificou-se existir uma relação entre a não adesão à terapêutica e a existência de efeitos secundários, assim como entre a presença de efeitos secundários e a toma de fitoterápicos. Conclusões: Conclui-se que é necessário continuar a investigar os efeitos das estatinas e o seu potencial de interacção, não só com fármacos sintéticos ou semi-sintéticos mas também com plantas que possam ser utilizadas na dislipidémia. É de notar que o uso concomitante de fitoterápicos e estatinas pode dar origem a efeitos secundários. O farmacêutico pode ter um papel essencial no que diz respeito à promoção da adesão à terapêutica e na detecção de potenciais interacções estatina-fitoterápico.