Browsing by Author "Ferreira, Susana Filipa Simões"
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- Escala de Perceção de Ageism em Cuidados de SaúdePublication . Ferreira, Susana Filipa Simões; Afonso, Rosa Marina Lopes Brás Martins; Pires, Luís Miguel da Silva; Sousa, Miguel Castelo Branco Craveiro deIntrodução: Um dos desafios relacionados com o envelhecimento da população é o ageism - discriminação baseada na idade, sobretudo em relação aos idosos. Existe um consenso geral de que o ageism está presente nos sistemas e políticas de saúde. Este estudo pretende desenvolver os primeiros estudos de validação da Escala de Perceção de Ageism em Cuidados de Saúde, avaliar em que medida se observam determinados comportamentos discriminatórios nos cuidados de saúde portugueses e, ainda, analisar as variáveis que podem estar relacionadas com essa mesma perceção. Métodos: O estudo consistiu na aplicação a médicos portugueses de diversas especialidades, de um questionário com 28 itens acerca da existência de ageism em contextos de saúde. Os dados foram recolhidos através de um formulário online, durante a pandemia por COVID-19. Resultados: Responderam 500 médicos (75,4% mulheres), de 41 especialidades diferentes. Os estudos de validação da escala apresentaram boas propriedades psicométricas. A análise fatorial desta escala revelou a existência de 3 fatores principais, sendo estes relacionados com: 1. a discriminação direta, com a exclusão de pessoas idosas de programas de elevado custo; 2. a discriminação indireta, com o adiamento de tratamentos/exames ou a proposta de tratamentos menos completos; e 3. o tratamento desigual dos idosos face aos mais jovens e a superproteção e tratamento paternalista com que se trata o idoso. Em 6 situações é referida uma maior perceção de ageism por mais de 60% dos médicos. Todas estas 6 situações, em que a perceção de ageism é maior, se relacionam com o terceiro fator identificado na escala. O total da escala correlacionou-se positivamente com os médicos terem formação prévia em geriatria, sugerindo que esta pode influenciar a perceção de ageism, tornando os profissionais de saúde mais atentos a esta temática. Dos médicos, 96,6% consideram que o ageism se manteve ou agravou durante a pandemia por COVID-19. Conclusões: A Escala de Perceção de Ageism em Cuidados de Saúde está em condições de ser aplicada de uma forma mais generalizada aos médicos portugueses e outros profissionais de saúde para a avaliação da sua perceção de ageism em cuidados de saúde. Os resultados indicam que o nível de ageism global percecionado em cuidados de saúde é baixo. Contudo existem situações em que a perceção de ageism nos cuidados de saúde é elevada, através de uma discriminação direta, indireta, e um tratamento desigual dos idosos. Estes resultados alertam para a necessidade de se repensarem práticas e se implementarem medidas de modo a impedir esta forma de discriminação e violação de direitos das pessoas mais velhas em contexto de saúde.