Browsing by Author "Fialho, Maria Santos"
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- Planeamento e Gestão de Atividades nos Cursos de Medicina (Portugal e Espanha): Um estudo comparativoPublication . Fialho, Maria Santos; Cavaco, José Eduardo BritesIntrodução: O universo educativo é um determinante da satisfação e do sucesso dos estudantes. A aquisição de competências e o raciocínio clínico é influenciado quer por fatores intrínsecos dos próprios estudantes, quer por fatores externos, nomeadamente: os recursos e métodos pedagógicos, o gosto pelos temas abordados, os desafios e os objetivos propostos. Na avaliação de uma unidade curricular podemos focar-nos em temas como a organização, a qualidade dos materiais disponibilizados para estudar (livros, apresentações, artigos…), a equidade dos métodos e critérios de avaliação dos alunos, as diversas estratégias de avaliação e o ambiente educativo. Objetivo: Analisar e comparar a perceção que os estudantes de medicina de 6ºano da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade da Beira Interior (UBI), Covilhã, Portugal e da Universitat de Lleida – Facultad de Medicina (UdL), Lleida, Espanha apresentam em relação a diferentes variáveis que estão relacionadas com a gestão e planeamento de atividades pedagógicas. Métodos: Aplicação de um questionário (GoogleForms) aos estudantes de medicina que se encontram matriculados no 6º ano, e que frequentam a UBI e a UdL. O questionário foi dividido em cinco partes; A primeira parte corresponde a um inquérito sociodemográfico; da segunda à quinta parte o questionário é sobre a visão que o aluno apresenta sobre a gestão e o planeamento dos horários das atividades pedagógicas; em relação às fontes bibliográficas recomendadas; à avaliação e à prática clínica, respetivamente. No final de cada parte, há uma apreciação geral sobre o tema inquirido. No total participaram 139 estudantes e a análise estatística foi realizada com recurso ao Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), versão 25, com um nível de significância a definido a 0.05. Resultados: A frequência de alterações ao horário não diferiu significativamente entre universidades (p=0.100). O estudo demonstra que um dos pontos onde a UBI se destaca positivamente é na participação dos docentes no processo de aprendizagem dos alunos. Os estudantes da UBI obtinham acesso aos critérios de avaliação mais tarde em relação aos estudantes da UdL (p<0.001). A existência de avaliações práticas foi semelhante entre as duas universidades (91,4% versus 93,5%; p>0.999). Na UBI, os estudantes de medicina iniciaram significativamente mais tarde a prática clínica em relação aos estudantes da UdL (p<0.001). A frequência com que os alunos tomaram conhecimento do seu tutor (p=0.002) e a antecedência com que o aluno tem conhecimento disto (p<0.001) foi menor e mais tardia, respetivamente, em comparação com os estudantes da UdL. Os estudantes da UBI referiram menos vezes terem necessitado da ajuda do tutor para um procedimento e ele não estar presente face aos estudantes da UdL (p=0.037), mas uma maior frequência de avaliações dos estágios (p=0.002). No entanto, a perceção de autonomia para a elaboração de uma história clínica completa foi menor nos estudantes da UBI (p=0.010). O pouco tempo de estágio em cada serviço (54,0%) e a falta de à-vontade com o tutor (48,9%) foram as principais razões apontadas para as dificuldades em realizar uma história clínica e um exame objetivo completo. Conclusão: Com este estudo podemos concluir que seria importante haver uma visão mais detalhada sobre a gestão e o planeamento dos horários das atividades letivas em ambas as universidades tendo por finalidade a diminuição do impacto que esta variável possa ter na vida e no rendimento académico dos estudantes. A participação dos docentes no processo de aprendizagem dos alunos tem um impacto positivo no modo de aprendizagem dos mesmos. Uma boa relação com o tutor, o aumento dos dias de estágio, e um aumento da autonomia dada aos estudantes são ferramentas que permitem que o aluno adquira mais competências para o seu futuro como médico.