Browsing by Author "Franco, Solange Marina Fazenda de Almeida Moreira"
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- Situações familiares e maus-tratos às crianças e jovens: o papel da CPCJ da CovilhãPublication . Franco, Solange Marina Fazenda de Almeida Moreira; Santos, Filomena Matias dosA violência contra crianças e jovens é um dos fenómenos sociais presente na nossa sociedade. Aliás, trata-se de um fenómeno que não é recente. Por longos períodos da história foi uma prática habitual, justificada e aceite pelas diferentes sociedades. Actos como o abandono em instituições, escravidão, exploração do trabalho infantil e mutilação de membros para causar compaixão estão largamente relatados na literatura (Pires e Miyazaki, 2005). Gauer e Gauer (1999) e Santos (1999) argumentam que, sendo a sociedade actual extremamente violenta, formas mais intensas e perversas deste fenómeno são geradas. Assim, à medida que a violência se incorpora no quotidiano, a sociedade, muitas vezes, é permissiva, cúmplice e incentivadora da mesma (Algeri, 2001). [...]
- Violência Doméstica Contra as Mulheres e seus Impactos na SaúdePublication . Franco, Solange Marina Fazenda de Almeida Moreira; Augusto, Amélia Maria CavacaA violência doméstica contra as mulheres é um fenómeno social complexo, multidimensional e transversal. A sua persistência na sociedade contemporânea é expressão das assimetrias de poder ainda existentes entre os géneros, e como outras formas de desigualdade, tem impactos na saúde, neste caso das vítimas, tendo a Organização Mundial de Saúde (OMS) considerado tratar-se de uma questão de saúde pública. Neste contexto, a presente investigação procura contribuir para o conhecimento deste fenómeno, ao propor-se analisar os impactos em saúde da violência doméstica contra as mulheres, tanto a partir da perspetiva das vítimas, como a partir da perspetiva dos profissionais de saúde. Pretende, ainda, analisar o modo como as vítimas avaliam a intervenção destes profissionais, no que à violência doméstica diz respeito, bem como o modo como estes configuram a sua intervenção, procurando recensear as potencialidades e os condicionalismos que reconhecem à prática profissional neste domínio. Para dar resposta a estes objetivos, optou-se por uma metodologia de carácter qualitativo, tendo-se recorrido à realização de entrevistas a mulheres vítimas de violência doméstica e de focus-group com profissionais de saúde do Agrupamento de Centros de Saúde (ACeS) da Cova da Beira, assim como à análise de documentos relevantes. Relativamente às mulheres vítimas de violência doméstica, conclui-se sobre a existência de regularidades nas suas histórias de vida, resultado de vivências prolongadas de situações de violência, que nalguns casos se iniciaram logo na infância. A permanência numa relação abusiva, resultado de dependência financeira, da vergonha em assumir a sua situação ou da falta de apoio, impactou negativamente na sua saúde e bem-estar, com consequências duradouras a nível físico, mas também e sobretudo a nível psicológico. Reconhecem a omissão da situação de violência junto dos profissionais de saúde, mas consideram que deveria existir mais empatia e preparação por parte destes para lidar com potenciais vítimas de violência doméstica. No que diz respeito aos profissionais de saúde, as evidências empíricas obtidas permitem concluir que a intervenção em saúde nas vítimas de violência doméstica ainda carece da ultrapassagem do modelo biomédico em que assenta, o que exige uma outra conceção de saúde e de intervenção em saúde neste domínio; que a formação em violência doméstica é escassa, tanto em contexto académico como em contexto profissional, o que é impeditivo de um adequado atendimento clínico integrado; pela falta de informação dos profissionais de saúde sobre os recursos disponíveis, bem como da inexistência de um guião de atendimento protocolado emitido pelas autoridades de saúde, o que gera incerteza e ansiedade na atuação destes profissionais.