Browsing by Author "Guedes, Marta Sofia Fernandes Antunes dos Santos"
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- Caracterização da população hospitalar com bócio multinodular, na área de influência do Hospital de Sousa Martins, na GuardaPublication . Guedes, Marta Sofia Fernandes Antunes dos Santos; Correia, João José Santiago Alves; Valbom, José Manuel MartinsIntrodução: O Bócio Multinodular é uma endocrinopatia comum com prevalências de 3-7%, podendo atingir os 50% da população, quando a base dos estudos é a ecografia. Factores genéticos e ambientais influenciam o desenvolvimento desta patologia. O iodo é o factor ambiental major. Daí a importância dos hábitos dietéticos e da área de residência. Diversos estudos revelam uma associação entre o Bócio Multinodular endocrinopatias e/ou patologias imunológicas. O seguimento e terapêutica não são consensuais. Objectivo: Caracterizar a população hospitalar com Bócio Multinodular, na área de influência do Hospital de Sousa Martins, na Guarda. Métodos: Estudo observacional, descritivo, com uma componente analítica que apresenta três partes: 1) aplicação de um inquérito e análise de processos clínicos; 2) análise de iodo na água em seis localidades do distrito da Guarda e 3) exemplo de uma dieta alimentar diária, segundo o teor em iodo dos alimentos e da água. A análise estatística foi feita com o SPSS Statistics 17.0® para Windows®. Resultados: Observaram-se 104 doentes (101 do sexo feminino) com uma média etária de 50,3 anos. 60% foram referenciados pelo médico de família, 40,4% apresentavam sintoma(s) compressivo(s) à data do diagnóstico.56,7% estavam em eutiroidismo, 31,7% com uma das formas de hipertiroidismo e 11,5% com uma das formas de hipotiroidismo. 52% dos doentes apresentava auto-imunidade positiva. A cintigrafia da tiróide foi pedida em 53%; dos 16 doentes com nódulos quentes e frios, 12 realizaram adicionalmente punção aspirativa de agulha fina. Dos doentes eutiroideus 64,4% tomaram/tomam levotiroxina. Um doente realizou tratamento com Iodo 131. A patologia mais frequentemente associada ao Bócio Multinodular foi a Diabetes Mellitus 2 (19,2%). A análise de iodo na água revelou que a Guarda tinha a concentração média mais baixa 43±13μg/L e Celorico da Beira a mais alta 131±92μg/L, no período de 09/02/2010 a 27/04/2010. Apenas com uma dieta diária de peixe rico em iodo, o valor mínimo diário de iodo (150μg, Organização Mundial de Saúde) deste, é atingido. Para este mínimo ser atingido com os restantes peixes e carne, o teor de iodo na água é fundamental. Discussão e Conclusão: É necessário reavaliar os exames complementares de diagnóstico e o tratamento. Deve-se reforçar o papel dos factores de risco/protectores e hábitos dietéticos. Deve-se ponderar o rastreio de algumas patologias auto-imunes. É indispensável classificar a região relativamente ao teor de iodo, com base na excreção urinária média. A iodização tem uma excelente relação custo-benefício e custo-efectividade, nas zonas com défice em iodo.