Browsing by Author "Lemos, Ricardo Jorge Costa Silva"
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- Fatores de infertilidade na Beira InteriorPublication . Lemos, Ricardo Jorge Costa Silva; Martins, Renato Alessandre SilvaIntrodução: A infertilidade resulta da falência orgânica devido a disfunção dos órgãos reprodutores, dos gâmetas ou alterações na concepção, podendo ser classificada em feminina, masculina, mista ou idiopática. A nível global, ainda não existe um consenso no que se refere às contribuições específicas de cada fator na infertilidade do casal e a nível nacional existem poucos estudos sobre este assunto. No entanto, é possível identificar um fator masculino em 30-40% dos casos. Na mulher, encontramos patologia ginecológica em 30-40% das situações (endometriose 5%, doença tubária 15%) e a anovulação em 14-15% podendo, segundo outros autores, ultrapassar os 20%. Em aproximadamente 10% dos casais não é possível estabelecer uma causa. A fecundidade diminui acentuadamente com a idade no sexo feminino mas não está claro se a deterioração em alguns componentes no espermograma com a idade é clinicamente significativa. Ao longo dos últimos anos, medicina tem desenvolvido grandes progressos no sentido de esclarecer as causas de infertilidade e dar soluções ao problema com a Reprodução Medicamente Assistida. Objetivo: O objetivo deste estudo foi determinar os fatores de infertilidade prevalentes na Beira Interior e os resultados serão posteriormente comparados com as estatísticas nacionais e internacionais. Métodos: Este estudo é um estudo observacional, analítico e retrospectivo. A população em estudo corresponde a doentes inseridos na consulta de Unidade de Medicina Reprodutiva (UMR) do Centro Hospitalar Cova de Beira (CHCB), compreendidos entre o período de Outubro de 2010 e Outubro de 2014, de onde obtive uma amostra total de 776 indivíduos, entre Homens e Mulheres (388 mulheres/casais). Da amostra total, aplicando os critérios de inclusão e exclusão, resultam 254 mulheres/casais para análise. Resultados: Demograficamente a nossa população era maioritariamente casada (89%), residente no distrito de Castelo Branco (78,3%) e no conselho da Covilhã (33,5%). A infertilidade primária foi superior à infertilidade secundaria (68,3% vs. 32,5%). Em relação aos factores de infertilidade, 30,3% dos casos são idiopáticos, 28,3% são factores masculinos e 20.9% dos casos correspondem a factores de origem feminina. Em 20,5% dos casos, ocorreu uma prevalência do fator misto. No elemento feminino do casal, o fator mais prevalente foi o idiopático (43,5%) seguindo-se do fator ovulatório com 17,6 dos casos. Além disso, em 5% dos casos foi reconhecido mais do que um fator em simultâneo. No elemento masculino do casal, o fator mais prevalente foi igualmente o fator idiopático (43,7%) seguindo-se do fator Teratozoospermia em 15,4% dos casos. Foi relatado um tempo de infertilidade médio de 34,87 meses. Metade da população apresenta um tempo de infertilidade inferior a 24 meses. Independentemente da realização ou não de tratamento e do tipo de tratamento, a gravidez não foi alcançada em 48.8% dos casos e em 32,3% dos casos o resultado foi positivo e a gravidez foi alcançada. Em 15,4% dos casos o resultado não foi conhecido. Conclusões: A amostra é constituída por 508 indivíduos com problemas de fertilidade e sendo a população da beira interior constituída por 158815 podemos inferir uma proporção de infertilidade de 508/158815. O estudo foi feito a partir de uma amostra limitada de indivíduos devido à UMR do CHCB ser uma unidade relativamente recente. Apesar disso, os nossos resultados estão de acordo com a bibliografia recolhida, excepto no que se refere ao fator idiopático que no nosso estudo obteve uma proporção superior.