Browsing by Author "Marinhas, Andreia Camilo"
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- Avaliação epidemiológica dos doentes renais crónicos terminais da Beira Interior nos últimos 10 anosPublication . Marinhas, Andreia Camilo; Filipe, Rui Miguel AlvesIntrodução: Com uma incidência em Portugal de 230 partes por milhão, a Insuficiência renal crónica terminal tem vindo a aumentar nos últimos anos não só em Portugal como a nível europeu. Com comorbilidades implicadas na sua etiologia, bem definidas e cada vez mais estudadas, têm, nos últimos anos, sido levantadas questões a nível dos estudos feitos, de não só a clínica ter implicação na sua progressão e desfecho mas que outros factores, nomeadamente sociais e económicos poderão ter influência. Considerada um problema de saúde pública mundial é cada vez mais importante explorar até que ponto o âmbito socioeconómico tem previsibilidade nos resultados obtidos com as terapias de substituição da função renal. Os objetivos deste trabalho são: (i) caracterizar do ponto de vista socioeconómica a população de doentes em hemodiálise no Hospital Amato Lusitano nos últimos 10 anos e (ii) aferir a possível relação com a sobrevida dos mesmos doentes. Materiais e Métodos: O estudo foi realizado no serviço de Nefrologia do Hospital Amato Lusitano, em Castelo Branco, por análise de coorte retrospetivo. Foram incluídos todos os pacientes, com idade superior a 18 anos, que iniciaram hemodiálise no Hospital Amato Lusitano, no período de tempo entre janeiro de 2003 e dezembro de 2014. Os dados recolhidos foram referentes a: (i) isenção económica, (ii) incapacidade superior ou igual a 60% e/ou doente transplantado de órgão (iii) serem beneficiários de um subsistema de saúde que não o SNS, (iv) estado civil, (v) institucionalização e (vi) concelho. Resultados: Dos 475 doentes estudados 62.7% eram do sexo masculino, com uma média de idades de 72.6 anos. A etiologia predominante foi a nefropatia diabética e a maioria era seguida em consulta de nefrologia prévia. A maioria da população era casada, 16.4% estavam institucionalizados, apenas 20.8% têm isenção económica e 9.3% outro tipo de isenção; uma minoria tem um subsistema de saúde que não o Serviço Nacional de Saúde e a maior percentagem dos doentes seguidos são provenientes de Castelo Branco e da Covilhã. Em termos de sobrevida verificou-se que existiam diferenças na sobrevida estatisticamente significativas para os doentes com isenções e para os institucionalizados. O grupo de doentes com isenção económica tem uma sobrevida ao fim de 5 anos de 72.6% comparado com o grupo dos não isentos com uma sobrevida de 40%; também a sobrevida dos classificados com outro tipo de isenção foi superior; já os doentes institucionalizados apresentam uma sobrevida ao fim de 5 anos de 23%, quase metade do que se verifica nos não institucionalizados. Quando realizada análise multivariada, verificou-se que as isenções, quer económica quer de outro tipo, quer a institucionalização têm influência na mortalidade aos 5 anos. Conclusão: Neste trabalho concluiu-se que os factores socioeconómicos apresentam relevância estatística para a determinação de sobrevida dos pacientes em hemodiálise na Beira Interior. Os doentes institucionalizados continuam a apresentar resultados mais desfavoráveis e as isenções quer económica quer de outro tipo parecem ter um impacto positivo na sobrevida destes doentes.
