Browsing by Author "Martins, Ana Rita Carvalho"
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- Avaliação dos Efeitos do Confinamento na Saúde Mental e o Recurso a Ansiolíticos e Antidepressivos nos estudantes da Universidade da Beira InteriorPublication . Martins, Ana Rita Carvalho; Alba, Maria Eugénia Gallardo; Rosado, Tiago Alexandre PiresO presente relatório surge no âmbito da unidade curricular Estágio com vista à obtenção do grau de Mestre em Ciências Farmacêuticas e encontra-se dividido em 2 capítulos: o Capítulo I referente à vertente de investigação e o Capítulo II relativo à experiência profissionalizante na vertente de Farmácia Comunitária. O primeiro capítulo diz respeito ao projeto de investigação intitulado de “Avaliação dos Efeitos do Confinamento na Saúde Mental e o Recurso a Ansiolíticos e Antidepressivos nos estudantes da Universidade da Beira Interior”. O vírus SARS-CoV-2 foi identificado pela primeira vez no final de 2019, na cidade de Wuhan, China. Trata-se de um agente patogénico que causa principalmente infeções respiratórias, mas também pode apresentar manifestações cardiovasculares, renais, endócrinas, neurológicas, entre outras. A doença provocada por este vírus, designa-se COVID-19. A sua propagação rapidamente atingiu uma escala mundial, devido à rápida velocidade de contágio, causando uma acentuada subida no número de casos de infeção. Para conter a propagação do vírus, Portugal e vários países da Europa e de outras regiões do mundo, decretaram o estado de emergência, sendo implementadas várias medidas de contenção, tais como: confinamento obrigatório e encerramento de espaços públicos, incluindo Instituições de Ensino Superior. Assim, durante o período crítico desta doença, os estudantes universitários viram-se obrigados a abandonar a chamada “vida académica” (reuniões sociais, estudos em grupo e aulas presenciais) para regressar a casa a meio do semestre. Todas estas mudanças abruptas nas suas rotinas e atividades diárias, associadas ao medo da infeção ou medo da transmissão a outros, a diminuição dos contactos sociais e a preocupação com um futuro incerto, desencadearam instabilidade emocional e sofrimento psicológico, potenciando o consumo de medicamentos ansiolíticos e antidepressivos. Desta forma, realizou-se um estudo observacional e transversal através da aplicação de um inquérito online anónimo e confidencial, respondido por 370 estudantes da população dos 8573 alunos inscritos na Universidade da Beira Interior (UBI) no ano letivo 2021/2022. Este teve por objetivo avaliar, não só, os efeitos do confinamento na saúde mental, como também perceber a sua relação com o recurso a medicamentos ansiolíticos e antidepressivos na população descrita em epígrafe. Adicionalmente, tentou-se compreender quais foram os principais efeitos do confinamento na saúde mental, sentidos pelos estudantes, e quais os motivos que contribuíram para tal, assim como os motivos que originaram o consumo dos medicamentos referidos anteriormente possíveis efeitos adversos resultantes do consumo dos mesmos e, por último, avaliar o conhecimento e atitudes dos estudantes em relação aos medicamentos. Este inquérito online e inscrito na plataforma Google Forms, obteve aprovação por parte da Comissão de Ética (CE) da UBI no mês de fevereiro de 2022. Dos resultados obtidos fez parte a amostra dos 370 participantes, com uma maior percentagem de alunos do sexo feminino (78,4%), da faixa etária dos 18 aos 21 anos (53,8%) e da área das ciências da saúde (56,5%). O ciclo de estudos mais predominante foi o mestrado integrado (44,1%), sendo que o ano de curso mais prevalente foi o primeiro (25,1%). O confinamento foi capaz de afetar a saúde mental da maior parte dos estudantes (56,8%), sendo que os mais afetados foram os participantes do sexo feminino (58,3%), da faixa etária dos 26 aos 29 anos (80,0%), da área das ciências (83,3%), do 5.º ano (80,5%) e os alunos de doutoramento (76,9%). No que diz respeito à forma como o confinamento afetou a saúde mental, “Desmotivação” (32,4%), “Ansiedade” (24,3%) e “Stress” (21,0%), foram os efeitos negativos mais relatados pelos inquiridos, sendo a “Vida social reduzida” (27,1%), a “Falta de rotina” (24,3%), a “Preocupação com o sucesso académico” (21,9%) e a “Adaptação a uma vida diferente” (20,5%) os motivos maioritariamente apontados que contribuíram para esses efeitos. De entre as duas classes terapêuticas abordadas neste estudo, a mais consumida foi a dos ansiolíticos com 14,6% face aos antidepressivos (7,6%). De um modo geral, como resultados da associação entre o consumo destes medicamentos e as características sociodemográficas da amostra estudada, conclui-se que os que apresentaram uma maior percentagem de consumo foram o sexo masculino (com 20,0% e 8,8% para ansiolíticos e antidepressivos, respetivamente), da faixa etária dos 30 ou mais (36,8%) e pertencente à área das engenharias (34,8%) no caso dos ansiolíticos, e da faixa etária dos 26 a 29 anos (40,0%) e da área das ciências (16,7%) no caso dos antidepressivos. Correlacionando os efeitos do confinamento com o recurso a medicamentos ansiolíticos e antidepressivos, conclui-se que dentro da amostra de estudantes que foram afetados negativamente pelo confinamento (56,8%), 22,4% são consumidores de ansiolíticos e 9,5% de antidepressivos. Dos 22,4%, 53,2% já eram consumidores de ansiolíticos antes do confinamento, sendo que desses, 28,0% ajustou a dose, enquanto quase metade (46,8%) não consumiam antes do confinamento, sendo que em 72,7% desses, o consumo foi devido à pandemia. Já dos 9,5% que consomem antidepressivos, a maioria (65,0%) já tomava estes medicamentos antes do confinamento, sendo que 23,1% ajustou a dose, enquanto 35,0% não consumia antes do confinamento, sendo que em 42,9% desses, o consumo foi devido à pandemia. Por fim, no que concerne aos conhecimentos e atitudes por parte dos estudantes relativamente aos medicamentos abordados, quase na totalidade estão cientes e bem conscientizados em relação às temáticas destas substâncias. No segundo capítulo encontram-se descritas as atividades desenvolvidas, competências e conhecimentos adquiridos no decorrer do estágio em Farmácia Comunitária. O respetivo relatório realizou-se durante o período compreendido entre 8 de fevereiro e 23 de junho de 2022, na Farmácia Azevedo Carvalho, em Cabeceiras de Basto, no distrito de Braga, sob orientação do Dr. José Pedro Neves Couto.
