Browsing by Author "Martins, Maria Henriques"
Now showing 1 - 1 of 1
Results Per Page
Sort Options
- Efeitos da Pressão Positiva Contínua nas Vias Aéreas Versus Dispositivos de Avanço Mandibular na Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono: Revisão SistemáticaPublication . Martins, Maria Henriques; Silva, José Manuel Paulo daIntrodução: A Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono é um distúrbio respiratório crónico, caracterizado por colapsos recorrentes das vias aéreas superiores durante o sono, originando uma obstrução no fluxo de ar e, portanto, uma diminuição dos níveis de saturação de oxigénio. Como consequência, a hipóxia, a pressão torácica negativa e os despertares noturnos frequentes, podem levar a um aumento da pressão arterial e da frequência cardíaca, contribuindo para um maior risco de hipertensão, arritmias ou outras doenças cardiovasculares. Além disso, a Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono tem uma forte associação com doenças metabólicas, sendo que uma grande parte dos doentes acabam por preencher os critérios da síndrome metabólica. Por isso, existe a necessidade de oferecer múltiplas modalidades de tratamento, a fim de modificar o seu perfil de risco cardiovascular e metabólico, que neste momento incluem além da Pressão Positiva Contínua nas Vias aéreas, as estratégias de perda de peso e de programas para aumentar a atividade física e os aparelhos orais. Assim, o principal objetivo desta revisão sistemática é perceber e comparar os efeitos que a Pressão Positiva Contínua nas Vias aéreas e os Dispositivos de Avanço Mandibular têm em doentes com esta patologia e avaliar a possibilidade de usar aparelhos orais mesmo em casos mais graves. Metodologia: Procedeu-se à pesquisa bibliográfica de ensaios clínicos randomizados cruzados e de ensaios clínicos randomizados controlados, que comparem os efeitos da Pressão Positiva Contínua nas Vias aéreas e dos Dispositivos de Avanço Mandibular, em pessoas maiores de 18 anos, com diagnóstico de Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono, através da base de dados PubMed. Foram utilizadas as seguintes palavras-chave: “Continuous Positive Airway Pressure” AND “Mandibular Advancement Device” AND “Obstructive Sleep Apnea”. A Avaliação de risco de viés foi feita de acordo com o “Revised Cochrane risk-of-bias tool for randomized trials (RoB 2)”. Resultados: Foram obtidos inicialmente 253 resultados, no entanto apenas 17 estudos foram incluídos nesta revisão sistemática, tendo praticamente todos os estudos um risco de viés “pouco claro”, à exceção de dois estudos, onde o risco de viés é “alto”. Os outcomes dos artigos selecionados incluem os resultados polissonográficos, outcomes funcionais e qualidade de vida, outcomes cardiovasculares e metabólicos, efeitos adversos, adesão, preferência e satisfação, custo-efetividade e custo-utilidade. Discussão: Os parâmetros polissonográficos melhoram mais significativamente com a Pressão Positiva Contínua nas Vias aéreas comparativamente com o Dispositivo de Avanço Mandibular. No entanto, apesar da Pressão Positiva Contínua nas Vias aéreas ser mais eficaz na atenuação da Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono e também mais custo-efetiva, o Dispositivo de Avanço Mandibular tem na generalidade maior adesão, o que permite restaurar um sono satisfatório, levando consequentemente à melhoria dos sintomas subjetivos. No entanto, não existe uma diferença significativa entre os dois tratamentos nos outcomes funcionais e na qualidade de vida. Além disso, apesar de demonstrado o maior impacto nos outcomes metabólicos com a Pressão Positiva Contínua nas Vias aéreas, alguns estudos demonstraram que nenhum dos dois tratamentos apresentou melhorias significativas nos desfechos cardiovasculares. Conclusão: Os resultados obtidos nesta revisão sistemática vão ao encontro daquilo que é a prática atual, ou seja, o uso do Pressão Positiva Contínua nas Vias aéreas como gold-standard para os casos moderados a graves de Apneia Obstrutiva do Sono e também como uma boa opção para a apneia leve do sono. Já os aparelhos orais são uma opção eficaz para casos de gravidade leve a moderada, que preferem este tratamento à Pressão Positiva Contínua nas Vias aéreas ou que não a conseguem tolerar.
