Browsing by Author "Miranda, Tiago Miguel Rei"
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- Caracterização da Doença Óssea de Paget em doentes seguidos numa Unidade do Centro de Portugal – Aspetos clínicos e demográficosPublication . Miranda, Tiago Miguel Rei; Abreu, Pedro Miguel Martins de AzevedoIntrodução: A Doença Óssea de Paget (DOP) ou Osteíte Deformante é uma doença óssea crónica focal, caracterizada por uma taxa de remodelação óssea acelerada que, por sua vez, leva à formação de um novo osso desorganizado, aumentado e com estrutura enfraquecida, propenso a deformidades e fraturas. Tanto a prevalência como a apresentação clínica e demográfica desta condição clínica podem variar consoante a população. Desta forma, face à morbilidade que esta doença pode causar, é importante conhecer as suas características. Objetivo: Este estudo tem como objetivo a avaliação e caracterização dos parâmetros demográficos, clínicos, bioquímicos, imagiológicos e tratamento de pacientes com o diagnóstico de DOP seguidos na Unidade de Reumatologia da Unidade Local de Saúde Castelo Branco (ULSCB). Metodologia: Para a concretização desta investigação, foi realizado um estudo observacional, retrospetivo e transversal dos utentes com DOP desde março de 2011 até setembro de 2021, na Unidade de Reumatologia da ULSCB. Foram recolhidos dados demográficos, ano de apresentação, sintomas, existência ou não de complicações à data de apresentação da doença e durante o período de follow-up. Também foi feita análise dos exames imagiológicos efetuados em todos os pacientes. Para a recolha de dados procedeu-se à consulta do processo clínico eletrónico e, posteriormente, o tratamento de dados foi realizado no programa Microsoft Excel®. Resultados: Este estudo sobre a DOP teve predominância masculina (90%) com uma idade média ao diagnóstico de 66.1 anos. Em nenhum dos casos foi reportada a existência de história familiar, bem como nenhum paciente se apresentou assintomático ao diagnóstico, tendo todos exibido um certo grau de dor óssea ou dor lombar. Não houve ainda nenhum registo da ocorrência de alguma fratura patológica. A forma monostótica da doença foi a mais prevalente, sendo observada em 80% dos pacientes. Os ossos afetados foram o sacro (30%), o ilíaco (50%) e o fémur (30%). Relativamente à Fosfatase Alcalina (FA) sérica, 50% dos doentes apresentaram este parâmetro aumentado ao diagnóstico, com uma média de 150.2 IU/L. Importante acrescentar que todos os casos foram sujeitos a uma avaliação por cintigrafia óssea para estudo da extensão da doença. Em termos de tratamento, 80% dos pacientes foram sujeitos ao tratamento com Ácido Zoledrónico com resultados muito satisfatórios tanto no controlo dos sintomas como na redução dos níveis de FA. Apenas em um caso foi necessário um segundo ciclo de tratamento, após 5 anos, por nova elevação dos níveis de FA. Conclusão: O presente estudo demonstrou tanto a existência como as manifestações clínicas da DOP na Unidade de Reumatologia de Castelo Branco, revelando que esta é uma condição clínica muito rara entre a população portuguesa. Dentro da amostra analisada há uma maioria masculina e da doença monostótica, sem história familiar significativa. Tanto as características clínicas como bioquímicas clássicas apresentaram uma boa resposta à terapêutica com bifosfonato. No entanto, as características demográficas e de apresentação clínica diferem da maioria dos estudos realizados em vários países, o que pode ter sido causado pelo reduzido tamanho da amostra utilizada.