Browsing by Author "Moreira, Ana Catarina Carvalho"
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- Doença Autoimune Materna e o Risco de Autismo na DescendênciaPublication . Moreira, Ana Catarina Carvalho; Moutinho, José Alberto Fonseca; Morais, Ana Sofia FélixIntrodução: A Perturbação do Espetro do Autismo (PEA) é uma doença do neurodesenvolvimento de etiologia multifatorial e regista uma prevalência de 1 em 100 pessoas, segundo a Organização Mundial de Saúde. Nas últimas décadas observou-se um aumento do número de grávidas com algum tipo de doença crónica, estando as doenças autoimunes entre as doenças preexistentes mais comuns na gravidez. Os mecanismos de inflamação crónica sistémica, associados às doenças autoimunes, podem resultar no aumento de doenças inflamatórias na geração seguinte, com possíveis consequências no neurodesenvolvimento da descendência. Objetivos: Nesta dissertação pretende-se explorar a associação entre as doenças autoimunes maternas e o risco de desenvolvimento de PEA, sendo ainda relevante compreender os mecanismos envolvidos nesta associação e quais as terapêuticas futuras, de forma a reduzir a PEA na descendência, de mães portadoras de doenças autoimunes. Métodos: Procedeu-se à pesquisa, entre junho e novembro de 2022, de artigos científicos, utilizando como motor de pesquisa, a Pubmed e as seguintes palavras-chave: “autism”, “autoimmune diseases”, “maternal immune activation”, “pregnancy”, “maternal autoantibodies”. Foram também usados como complemento websites, livros de referência médica e guidelines nacionais e internacionais. Resultados: A teoria de ativação imune materna (AIM) é uma hipótese que procura explicar a relação entre um estado inflamatório crónico durante a gravidez e o desenvolvimento de perturbações do neurodesenvolvimento na descendência. Segundo esta, triggers durante a gravidez, como, as doenças autoimunes, têm a capacidade de desencadear uma resposta inflamatória, envolvendo citocinas como a IL-17A e IL-6, o que pode levar a uma resposta imunológica materna exacerbada e prejudicial para o feto. Embora ainda não sejam conhecidos os mecanismos exatos, acredita-se que a AIM seja responsável por provocar alterações na microglia e desencadear nesta uma possível resposta inflamatória excessiva, o que pode resultar em danos no desenvolvimento cerebral do feto. No que diz respeito à terapêutica disponível, é necessário o desenvolvimento de estratégias terapêuticas eficazes preventivas da PEA. Conclusão: Após análise de diversos artigos, foi constatado que existe uma forte associação entre doenças autoimunes maternas e o desenvolvimento de perturbações do neurodesenvolvimento na descendência, em especial a PEA.