Browsing by Author "Moreira, Pedro Manuel Ferreira"
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- Paraganglioma do corpo carotídeoPublication . Moreira, Pedro Manuel Ferreira; Patto, Maria da Assunção Morais e Cunha Vaz; Sequeira, Cristina Fidalgoparaganglioma do corpo carotídeo, também conhecido como tumor glómico carotídeo, quimiodectoma ou tumor de células não-cromafins, é uma neoplasia rara, geralmente benigna, pertencente ao grupo dos tumores neuroendócrinos. Apresenta-se habitualmente sob a forma de uma massa não dolorosa de localização latero-cervical; tem sido, contudo, diagnosticado cada vez mais de forma incidental. A ecografia duplex, a tomografia computorizada e a ressonância magnética nuclear são os exames complementares de diagnóstico mais úteis e acessíveis. De forma a prevenir complicações locais futuras, que ocorrem com a evolução natural da doença, e eliminar o pequeno risco de malignidade, é frequentemente proposta a ressecção cirúrgica, não livre de riscos. Existem por isso várias correntes de abordagem alternativas a esta patologia, que incluem diferentes técnicas cirúrgicas, embolização pré-cirúrgica e radioterapia, o que demonstra a falta de consenso nesta matéria. A classificação de Shamblin é utilizada para prever a complexidade de uma eventual ressecção cirúrgica. Têm havido desenvolvimentos recentes na compreensão das bases genéticas dos paragangliomas, especulando-se ainda sobre a patofisiologia molecular. Como suporte à revisão bibliográfica expõe-se o caso de uma paciente do sexo feminino que se apresentou aos oitenta anos de idade com uma massa cervical não dolorosa com tempo de evolução prolongado, que se veio a diagnosticar como paraganglioma do corpo carotídeo; a paciente apresentava também um quadro sintomatológico mal definido desencadeado pela deglutição, que se admite ser propiciado pela massa tumoral. Pela revisão da literatura conclui-se que a ressecção cirúrgica do tumor deve ser considerada a abordagem de primeira linha quando não há risco inaceitável de complicações; técnicas cirúrgicas ou pré-cirúrgicas adjacentes podem ser aplicadas de acordo com a experiência pessoal. Exames imagiológicos como a ecografia duplex, a tomografia computorizada e/ou a ressonância magnética nuclear são geralmente suficientes para fazer o diagnóstico; recomenda-se ainda o estudo genético a todos os doentes. O seguimento deve ser prolongado e incluir exames de imagem. Prevêem-se novos desenvolvimentos num futuro próximo sobre a etiopatogenia genética dos paragangliomas, o que permitirá aprofundar os conhecimentos actuais sobre a biologia molecular e, presumivelmente, criar tratamentos médicos específicos para esta patologia.