Browsing by Author "Morgado, Joana Filipa Manso"
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- Infeções bacterianas sexualmente transmissíveis em adolescentes no CHUCBPublication . Morgado, Joana Filipa Manso; Ferreira, Ana Sofia Rodrigues; Faísca, Ana Rita Brás MartinsIntrodução: Tem-se assistido a um aumento global da incidência de Infeções Sexualmente Transmissíveis (IST). Nos EUA, os adolescentes correspondem a cerca de metade dos novos diagnósticos de IST anualmente. Em Portugal, os dados relativos à epidemiologia destas infeções nos adolescentes são relativamente escassos. Objetivos: Com este trabalho, pretendeu-se investigar o número de infeções por C. trachomatis, N. gonorrhoeae e T. pallidum e caracterizar os adolescentes que realizaram pesquisa laboratorial de infeções bacterianas sexualmente transmissíveis no Centro Hospitalar Universitário Cova da Beira (CHUCB). Metodologia: Estudo descritivo, analítico e retrospetivo, baseado no diagnóstico laboratorial, com recurso aos processos clínicos dos adolescentes testados para C. trachomatis, N. gonorrhoeae e T. pallidum no laboratório do CHUCB entre janeiro de 2013 e abril de 2023. A análise estatística foi realizada com o programa IBM SPSS 29.0.1.0 e valores de p<0,05 foram considerados estatisticamente significativos. Resultados: Foram incluídos no estudo 183 adolescentes, 125 do sexo feminino e 58 do sexo masculino, com uma média de idades de 16,4 ± 1,6 anos. Observou-se um aumento do número de infeções bacterianas sexualmente transmissíveis em adolescentes entre 2018-2023 (n=7), comparativamente a 2013-2017 (n=2). Os adolescentes do sexo masculino foram os que apresentaram maior número de casos positivos – 66,7% (n=6) e o sexo masculino correlaciona-se de forma estatisticamente significativa (p=0,03) com o diagnóstico de IST bacteriana. Foi possível identificar uma correlação estatisticamente significativa entre a história prévia de IST (p=0,006) e a positividade da pesquisa de IST bacteriana. A Sífilis foi a IST bacteriana mais frequentemente pesquisada e registou-se um aumento do número de pesquisas de C. trachomatis e N. gonorrhoeae. Entre os 9 adolescentes com IST, 4 eram assintomáticos. Conclusão: Os resultados sugerem um aumento do diagnóstico de IST bacterianas, que pode refletir um aumento efetivo de doença, mas também maior sensibilização para este diagnóstico. Deve dar-se especial atenção aos adolescentes do sexo masculino ou com história prévia de IST. Dado o elevado número de casos de IST bacterianas assintomáticas, é necessária a realização de uma história clínica e exame físico completos aos adolescentes que frequentam os cuidados de saúde, não esquecendo a história sexual para que se possam identificar fatores e comportamentos que colocam os adolescentes em risco acrescido de IST e possam ser adequadamente geridos.