Browsing by Author "Nascimento, Francisca de Noronha"
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- Sono e Luz: Repercussões da Era DigitalPublication . Nascimento, Francisca de Noronha; Leitão, Carlos Manuel de Moura MartinsO ser humano rege-se por um relógio biológico intrínseco, constituído por uma periodicidade própria e com influência sobre um conjunto de parâmetros fisiológicos que auxiliam a definir os períodos destinados à atividade e os períodos destinados ao repouso. É este ritmo circadiano que permite a sincronização com os ritmos do ambiente, nomeadamente com ciclos diários de luz e escuridão. A luz é um dos fatores com maior contributo na sua regulação, dado que tem a capacidade de suprimir a produção de uma hormona indutora do sono: a melatonina. Assim, à noite, a típica ausência de luz possibilita a produção de melatonina que, por sua vez, desencadeia um efeito importante na promoção do sono. O sono representa uma condição imprescindível à vida humana. Além de propiciar um estado de repouso essencial para o começo de um novo dia, constitui também um substrato para a manutenção da homeostasia humana, através do qual muitas funções fisiológicas se enaltecem. Uma boa higiene do sono é, por isso, crucial para a condição humana e é, geralmente, suportada por um ambiente tranquilo, com baixa iluminação e desprovido de preocupações, fatores que, em pleno século XXI, se encontram difíceis de alcançar, dadas as crescentes exigências sociais, laborais ou familiares. A evolução do ser humano e das áreas e recursos que o rodeiam têm contribuído para alcançar objetivos que até então eram impensáveis. Em particular, o desenvolvimento tecnológico/digital veio permitir o aparecimento de fontes luminosas artificiais e disponibilizar uma série de dispositivos eletrónicos, dos quais se usufrui a qualquer instante e de forma tendencialmente crescente. Estes aparelhos tecnológicos, como computadores ou telemóveis, são meios de comunicação, de trabalho ou de entretenimento comuns nas horas que precedem o sono, mas são também fontes luminosas emissoras de luz com comprimentos de onda curtos com potencial para desregular o ritmo circadiano. Este facto está relacionado com a existência de fotorrecetores da retina que são suscetíveis a estas fontes luminosas artificias que podem interferir na produção de melatonina, trazendo consequências negativas ao sono e à gestão do ritmo circadiano.