Browsing by Author "Neto, Magui da Silva"
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- Doença de Alzheimer: Imunoterapia contra Amiloide BetaPublication . Neto, Magui da Silva; Alvarez Pérez, Francisco JoséA doença de Alzheimer foi descrita pela primeira vez, há pouco mais de 100 anos, por Alois Alzheimer. Esta patologia é causa mais comum de demência, afetando cerca de 30 milhões de pessoas em todo o mundo. Esta patologia está-se a tornar num problema epidémico, estimando-se que, em 2050 a incidência anual atinja um milhão de pessoas apenas nos Estados Unidos da América. O facto de a idade constituir o principal fator de risco, aliado ao envelhecimento da população mundial, criam as condições ideias para este rápido aumento da incidência. Macroscopicamente, a doença de Alzheimer caracteriza-se por atrofia cerebral difusa enquanto microscopicamente, duas lesões destacam-se: as mais precoces são as placas senis (depósitos de amiloide beta) e as mais tardias são os emaranhados neurofibrilares (depósitos de proteína tau hiperfosforilada). A doença afeta maioritariamente idosos a partir dos 65 anos (a prevalência quase que duplica a cada 5 anos), sendo a apresentação antes dessa idade, considerada precoce. Outras características clínicas são o seu início insidioso, progressão lenta e inexorável, com disfunção cognitiva e funcional, conduzindo à demência e dependência total dos indivíduos. A morte ocorre em média 7 a 10 anos após o diagnóstico. A doença de Alzheimer é tipicamente esporádica, ou seja, sem história familiar consistente com herança genética. Menos de 1% dos casos devem-se a mutações autossómicas dominantes nos genes AßPP, Preselina 1 ou Preselina 2, resultando inevitavelmente no inicio precoce da doença. O tratamento atualmente aprovado é meramente sintomático, consistindo nos inibidores de acetilcolinesterase e num antagonista do receptor N-Metil-D-Aspartato (Memantina). A hipótese da cascata amiloide defende que a doença de Alzheimer é uma proteinopatia, sendo a produção, agregação e deposição anormal de amiloide beta o evento desencadeante. Assim, teoricamente, se este distúrbio for prevenido ou revertido, pode-se interromper a progressão, ou mesmo o desenvolvimento clínico da doença. Tendo em conta o atrás mencionado, a imunoterapia contra a amiloide beta representa uma estratégia potencialmente modificadora da evolução da doença, criada no sentido de reduzir, reverter ou mesmo prevenir as lesões e as manifestações clínicas. Com esta tese pretendo rever a informação mais recente acerca de: amiloide beta, desde a sua formação ao seu papel na doença; e papel da imunoterapia contra amiloide beta nos indivíduos com doença de Alzheimer, desde o conceito até aos ensaios clínicos em humanos.