Browsing by Author "Peixoto, Ana Sofia Carvalheiras"
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- Fatores preditores da resposta da Perturbação Depressiva Major à Terapia Cognitivo-ComportamentalPublication . Peixoto, Ana Sofia Carvalheiras; Cerejeira, Joaquim Manuel Soares; Neto, Isabel Maria FernandesIntrodução:A Perturbação Depressiva Major é caracterizada por humor depressivo, perda de interesse ou prazer, ideias de culpa ou de autoestima baixa, perturbações do sono e do apetite, sensação de cansaço e dificuldades de concentração. Para além dos fármacos antidepressivos, a Psicoterapia Cognitivo-Comportamental é um dos tipos de terapia psicológica que demonstrou eficácia no tratamento da depressão ligeira a moderada. No entanto, a eficácia da psicoterapia depende de vários fatores relacionados com o doente, com as características da depressão e com o próprio terapeuta. Objetivo: Determinar quais são os fatores que permitem prever se um doente com depressão vai responder à Terapia Cognitivo-Comportamental. Métodos: Nesta revisão sistemática da literatura incluímos ensaios aleatorizados controlados que avaliassem a influência de determinados fatores na resposta da depressão à Terapia Cognitivo-Comportamental. Fizemos pesquisa na PubMed para encontrar estudos publicados entre 1999 e novembro de 2019 sobre essa temática. Todos os títulos e abstracts foram avaliados de forma independente por dois revisores. O risco de viés foi avaliado segundo a “Revised Cochrane risk-of-bias tool for randomized trials”. A intensidade dos sintomas depressivos foi o único outcome. Resultados: Níveis mais elevados de sintomas de perturbação da personalidade comórbida, uma maior intensidade da aliança do paciente para com o processo terapêutico, ser casado ou coabitar, volumes maiores do córtex cingulado anterior rostral direito, baixos níveis de persistência e níveis baixos a moderados de aprendizagem e memória verbais são fatores preditores da resposta da Perturbação Depressiva Major à Terapia Cognitivo-Comportamental. Em doentes com doença de Parkinson, a participação do cuidador no tratamento também é um preditor de resposta. Discussão: Os possíveis fatores preditores analisados influenciam diretamente o processo psicoterapêutico porque interferem com a relação que o doente cria com o mesmo, ao mesmo tempo que afetam a performance do terapeuta, sendo deduzível a sua influência na resposta ao tratamento. A exceção é o volume do córtex cingulado anterior rostral direito, que, ao invés de influenciar diretamente a dinâmica terapêutica, pode ajudar a compreender melhor a anatomia mediadora do tratamento e sugerir alvos neuronais para aumentar a resposta à Terapia Cognitivo-Comportamental. Conclusões: Os possíveis fatores preditores analisados nos treze estudos diziam respeito a características do doente, do tratamento, da clínica e respetiva gravidade, anatomia cerebral e adversidades na infância. Recomendamos que mais estudos sejam realizados na Europa sobre esta temática.
