Browsing by Author "Pereira, Camila Nunes"
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- Relação entre a deteção isquémica na cintigrafia de perfusão miocárdica e a presença de estenose coronáriaPublication . Pereira, Camila Nunes; Carvalho, Luis Carlos Bronze dos SantosIntrodução: A Cintigrafia de Perfusão do Miocárdio (CPM) é um importante exame não invasivo no diagnóstico e seguimento da cardiopatia isquémica. Objetivo: Avaliar a relação entre defeitos isquémicos/necróticos na Cintigrafia de Perfusão do Miocárdio de sobrecarga farmacológica com adenosina e a presença de estenoses coronárias em angiografia coronária. Metodologia: Estudo retrospetivo de uma população de doentes consecutivos submetidos a CPM com sobrecarga farmacológica com adenosina (140 ug/kg/min em 5 min) e a subsequente coronariografia. Na CPM, selecionaram-se todos os doentes com defeitos de perfusão compatíveis com isquémia e/ou defeitos necróticos com sequela isquémica. Todos os casos foram revistos por médico nuclearista em colaboração com médico cardiologista com experiência em medicina nuclear. Na coronariografia valorizaram-se a presença de lesões estenóticas detetáveis independentemente do grau de estenose identificada. Foi feita uma relação estatística entre os achados dos dois exames. Resultados: Foram incluídos 145 pacientes, 107 do sexo masculino e 38 do sexo feminino, com idades entre 33-86 anos, média de idades de 63 anos. Destes, 45 têm coronariografia normal, dos restantes: 80 apresentam doença severa (pelo menos uma estenose >50%) e 20 apresentam doença ligeira (estenoses <50%). A sensibilidade da CPM nesta população é de 69%. A CPM foi realizada para seguimento da doença em 55 pacientes (37,9%), e para diagnóstico em 90 (62,1%). Na CPM de seguimento, 89,5% apresentam doença na coronariografia, em comparação a 59,7% na CPM de diagnóstico. Os fatores de risco mais prevalentes são a HTA (n=93, 64%) e dislipidémia (n=89, 61%). Ser do sexo masculino (p=0,034) e apresentar defeito nas paredes posterior e inferior (p=0,004) estão associados a ter doença angiográfica. Não ter eventos anteriores (p=0,016) e não ter defeito na parede lateral (p=0,049) associam-se a falsos positivos na cintigrafia. Existe uma correspondência de 80% entre as paredes septal e anterior e a artéria coronária descendente anterior; 76,9% entre as paredes posterior e inferior e a artéria coronária direita; e de 37,5% entre a parede lateral e a artéria coronária circunflexa. Não foram encontradas associações entre a medicação efetuada pelo doente e o aparecimento de falsos positivos. Conclusões: Apesar dos valores de sensibilidade, neste estudo, serem inferiores aos referidos na literatura, a CPM deve ser tida em conta, em conjunto com o perfil clínico-epidemiológico dos pacientes, aquando da decisão terapêutica - medicamentosa ou revascularização. Representa um excelente método de seguimento para doentes com doença conhecida ou após revascularização. A CPM mostrou uma elevada sensibilidade em detetar isquemia nos territórios irrigados pela descendente anterior e coronária direita. Este estudo revelou uma menor capacidade em detetar defeitos isquémicos nas áreas irrigadas pela circunflexa. Em relação ao perfil clínico-epidemiológico: ser do sexo masculino e ter defeitos na parede posterior encontram-se associados à presença de doença na coronariografia. Estes fatores devem apoiar a decisão da realização de coronariografia subsequente, em detrimento da terapêutica medicamentosa.
