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- Diagnóstico e tratamento da dissecção aórtica aguda: o que há de novoPublication . Rodrigues, Ana Rita Jesus; Carvalho, Luis Carlos Bronze dos SantosA dissecção aórtica aguda é uma condição potencialmente letal, com morbimortalidade significativa e taxa de mortalidade de 1-2% a cada hora se não tratada, necessitando de diagnóstico rápido e intervenção precoce. O objetivo deste trabalho é rever a dissecção aórtica aguda e o estado da arte no seu diagnóstico e tratamento. Foi selecionada a informação considerada relevante na literatura disponível e em artigos científicos publicados nos últimos 5 anos, na língua inglesa, pesquisados no motor de busca “PubMed”. O sintoma mais comum é a dor intensa de início súbito, descrita como “sensação de rasgadura ou esfaqueamento”. Após a anamnese, exame físico e exames laboratoriais de rotina, novos biomarcadores têm surgido com potencial papel diagnóstico. Os mais promissores incluem D-dímeros, metaloproteinases da matriz extracelular, cadeia pesada de miosina, fragmentos solúveis de elastina, endotelina e fator de transformação do crescimento beta. A radiografia de tórax pode indiciar a condição e o eletrocardiograma sugere possíveis complicações agudas. O gold-standard imagiológico para o diagnóstico é a tomografia computadorizada por multidetetores, embora a ressonância magnética e ecografias transtorácica e transesofágica tenham outras vantagens em doentes e ambientes selecionados. Todos os doentes devem receber tratamento para diminuição da tensão arterial e frequência cardíacas e controlo da dor. Se a dissecção for de tipo A, a cirurgia é emergente. Em caso de dissecção incompleta do arco, devem-se considerar as suas características e individualidade do doente antes de optar por reparação total ou do hemiarco. Doentes com défices neurológicos não devem ser submetidos a cirurgia, embora sejam necessários mais estudos para corroborar esta afirmação. Doentes com síndrome de má perfusão devem ser submetidos a cirurgia ou tratamento híbrido imediato. Na dissecção aórtica aguda tipo B não complicada, o tratamento é médico e de suporte. São necessários estudos randomizados sobre a eficácia do uso profilático de intervenção endovascular nestes doentes. Se complicada, deve optar-se por abordagem endovascular, com ou sem fenestração ou stenting adjuvantes, em doentes sem limitações anatómicas. Caso contrário, deve-se realizar cirurgia aberta. Apesar dos avanços no diagnóstico e tratamento da dissecção aórtica aguda, o sucesso permanece subótimo.
- Estado da arte da etiologia da Miocardiopatia DilatadaPublication . Gonçalves, Maria do Carmo Coelho; Carvalho, Luis Carlos Bronze dos SantosAs miocardiopatias dizem respeito a um grupo heterogéneo de doenças do miocárdio cuja definição tem sofrido várias alterações ao longo do tempo, mostrando-se, ainda nos dias de hoje, complexa e dúbia. A miocardiopatia dilatada, parte deste vasto grupo de doenças, caracteriza-se por uma dilatação ventricular, tipicamente do ventrículo esquerdo, com disfunção sistólica verificada pela diminuição da fracção de ejecção, após exclusão de outras possíveis causas de disfunção cardíaca. Apesar de, na grande maioria dos casos, a miocardiopatia dilatada ser considerada idiopática, esta admite uma panóplia de causas genéticas – constatando-se mais de 40 mutações já reconhecidamente associadas à miocardiopatia dilatada – e adquiridas, como doenças infecciosas e não infecciosas, de notar a toxicidade alcoólica, a fármacos ou substancias ilícitas, alterações metabólicas ou inflamação miocárdica sem infecção prévia. O componente genético assume particular importância, sendo responsável, quer pela forma familiar da doença, transmitida predominantemente de forma autossómica dominante, quer por formas não familiares da doença. Aliás, pensa-se que os factores genéticos, para além da influência directa que exercem na patogénese da miocardiopatia dilatada, estão também envolvidos na susceptibilidade a infecções virais e alterações no sistema imunológico, aceitando-se, por isso, um componente de predisposição genética em causas adquiridas. Serve a presente monografia para explanar as várias etiologias propostas para a miocardiopatia dilatada e abordar algumas patologias que partilham elementos em comum com a mesma, podendo levar a erros no diagnóstico.
- Relação entre a deteção isquémica na cintigrafia de perfusão miocárdica e a presença de estenose coronáriaPublication . Pereira, Camila Nunes; Carvalho, Luis Carlos Bronze dos SantosIntrodução: A Cintigrafia de Perfusão do Miocárdio (CPM) é um importante exame não invasivo no diagnóstico e seguimento da cardiopatia isquémica. Objetivo: Avaliar a relação entre defeitos isquémicos/necróticos na Cintigrafia de Perfusão do Miocárdio de sobrecarga farmacológica com adenosina e a presença de estenoses coronárias em angiografia coronária. Metodologia: Estudo retrospetivo de uma população de doentes consecutivos submetidos a CPM com sobrecarga farmacológica com adenosina (140 ug/kg/min em 5 min) e a subsequente coronariografia. Na CPM, selecionaram-se todos os doentes com defeitos de perfusão compatíveis com isquémia e/ou defeitos necróticos com sequela isquémica. Todos os casos foram revistos por médico nuclearista em colaboração com médico cardiologista com experiência em medicina nuclear. Na coronariografia valorizaram-se a presença de lesões estenóticas detetáveis independentemente do grau de estenose identificada. Foi feita uma relação estatística entre os achados dos dois exames. Resultados: Foram incluídos 145 pacientes, 107 do sexo masculino e 38 do sexo feminino, com idades entre 33-86 anos, média de idades de 63 anos. Destes, 45 têm coronariografia normal, dos restantes: 80 apresentam doença severa (pelo menos uma estenose >50%) e 20 apresentam doença ligeira (estenoses <50%). A sensibilidade da CPM nesta população é de 69%. A CPM foi realizada para seguimento da doença em 55 pacientes (37,9%), e para diagnóstico em 90 (62,1%). Na CPM de seguimento, 89,5% apresentam doença na coronariografia, em comparação a 59,7% na CPM de diagnóstico. Os fatores de risco mais prevalentes são a HTA (n=93, 64%) e dislipidémia (n=89, 61%). Ser do sexo masculino (p=0,034) e apresentar defeito nas paredes posterior e inferior (p=0,004) estão associados a ter doença angiográfica. Não ter eventos anteriores (p=0,016) e não ter defeito na parede lateral (p=0,049) associam-se a falsos positivos na cintigrafia. Existe uma correspondência de 80% entre as paredes septal e anterior e a artéria coronária descendente anterior; 76,9% entre as paredes posterior e inferior e a artéria coronária direita; e de 37,5% entre a parede lateral e a artéria coronária circunflexa. Não foram encontradas associações entre a medicação efetuada pelo doente e o aparecimento de falsos positivos. Conclusões: Apesar dos valores de sensibilidade, neste estudo, serem inferiores aos referidos na literatura, a CPM deve ser tida em conta, em conjunto com o perfil clínico-epidemiológico dos pacientes, aquando da decisão terapêutica - medicamentosa ou revascularização. Representa um excelente método de seguimento para doentes com doença conhecida ou após revascularização. A CPM mostrou uma elevada sensibilidade em detetar isquemia nos territórios irrigados pela descendente anterior e coronária direita. Este estudo revelou uma menor capacidade em detetar defeitos isquémicos nas áreas irrigadas pela circunflexa. Em relação ao perfil clínico-epidemiológico: ser do sexo masculino e ter defeitos na parede posterior encontram-se associados à presença de doença na coronariografia. Estes fatores devem apoiar a decisão da realização de coronariografia subsequente, em detrimento da terapêutica medicamentosa.
- Fatores de risco cardiovascular nas Forças de Segurança PúblicaPublication . Maurício, Janaína Maria Albuquerque; Carvalho, Luis Carlos Bronze dos SantosAs doenças cardiovasculares são a principal causa de mortalidade e morbilidade a nível global. As suas manifestações estão relacionadas com um conjunto de fatores que entre si se conjugam sinergicamente de modo a aumentar a probabilidade de ocorrência e gravidade destas doenças. As forças de segurança pública representam uma das categorias de profissionais mais propensas a desenvolver patologia cardiovascular. A existência de uma vasta gama de atividades que envolvem todo o trabalho policial predispõe a que neste grupo sejam reunidas condições que combinam os riscos inerentes à profissão com a predisposição a eventos cardiovasculares adversos, com consequências para a saúde física e mental. A elevada incidência é frequentemente atribuída à maior exposição a fatores de risco cardiovasculares, tais como o sedentarismo, hipertensão, dislipidémia, obesidade, hiperinsulinémia, hábitos tabágicos bem como as consequências dos fatores de stress ocupacional. Assim sendo é vital uma avaliação e gestão integrada do risco cardiovascular neste universo profissional, de modo a aumentar os resultados em saúde em indivíduos suscetíveis. Desta forma, procurou-se avançar na compreensão do modo como a carreira policial possa se correlacionar com a maior predisposição a eventos adversos cardiovasculares, através da reunião da informação relevante nesta área. Espera-se que a presente revisão sirva como forma de alertar a necessidade de implementação de intervenções que visem minimizar a incidências de doenças cardiovasculares neste grupo ocupacional.
- Hipertensão arterial não controlada, razões e significadoPublication . Araújo, Pedro Miguel da Mota; Rodrigues, Manuel de CarvalhoIntrodução: A Hipertensão Arterial é uma doença com uma prevalência elevada entre a população adulta, especialmente entre as pessoas com idade superior a 60 anos, representando uma prevalência mundial de aproximadamente 1 bilião de adultos. Esta patologia apresenta uma elevada taxa de mortalidade e morbilidade sendo responsável por cerca de 13-15% da totalidade das mortes mundialmente e duplica o risco de outras doenças cardiovasculares. Objetivos: Este estudo tem como principais propósitos caraterizar os indivíduos hipertensos, bem como avaliar o seu seguimento e resultados a nível de controlo da sua patologia, nomeadamente os que andam a ser seguidos na consulta de hipertensão do Centro Hospitalar da Cova da Beira. Métodos: Estudo epidemiológico exploratório do tipo quantitativo, de nível descritivo, apoiado em dados retirados dos processos clínicos da população em estudo, tendo em conta as variáveis intervenientes, de forma a responder aos nossos propósitos. Em relação ao tempo, trata-se de um estudo de coorte retrospetivo, no período de Janeiro a Dezembro de 2015. Resultados: Dos 341 indivíduos estudados verificou-se que 53,67% são do sexo feminino e 46,33% do sexo masculino. O grupo etário predominante é dos 35 - 64 anos, tanto no sexo masculino como no feminino. A hipertensão arterial demonstrou-se controlada em 52,49% dos indivíduos e, nos 46,92% dos indivíduos que apresentavam hipertensão arterial não controlada, a maioria apresentava hipertensão arterial sistólica isolada. Em relação aos antecedentes pessoais, 56,32% dos indivíduos têm dislipidémia, 21,71% apresentam diabetes mellitus e 21,41% são obesos. Nos antecedentes familiares, 7,33% dos indivíduos apresentam hipertensão arterial, não havendo dados referente a este assunto em 87,70% dos indivíduos. Da amostra total, constata-se que 88,57% dos indivíduos estão a usar terapia farmacológica. Destes, 53,98% usam apensas um fármaco anti-hipertensivo enquanto que os restantes usam dois ou mais fármacos. Verifica-se também que a classe farmacoterapêutica mais usada é os diuréticos, sendo usados por 34,77% dos indivíduos. Dos indivíduos que usam terapia farmacológica, 48,68% apresentam hipertensão arterial controlada. Conclusão: Embora os resultados obtidos sejam comparáveis com outros estudos realizados a nível nacional, os mesmos poderão estar condicionados pela dimensão da amostra em estudo, bem como pela ausência de informação nos processos clínicos de muitos indivíduos. Seria adequado, em termos futuros, a execução de um estudo longitudinal envolvendo os utentes que recorreram à Consulta de Hipertensão do Centro Hospitalar Cova da Beira, de forma a ter um conhecimento mais abrangente do percurso clínico que realizam, envolvendo estas e outras variáveis.