Browsing by Author "Pereira, Diana Margarida Rocha"
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- Estudo comparativo da morbilidade infantil durante os períodos gestacional e neonatal de crianças concebidas através de FIV e conceção natural, nascidas no CHCB entre janeiro de 2011 e dezembro de 2012Publication . Pereira, Diana Margarida Rocha; Costa, Ricardo Jorge Barros daIntrodução: Devido às crescentes taxas de infertilidade e à idade cada vez mais tardia da primeira gravidez, a demanda por tecnologias de reprodução assistida (TRA), como é o caso da fertilização in vitro (FIV), tem aumentado exponencialmente. Estudos realizados sobre o impacto da reprodução assistida sobre a grávida e o recém-nascido têm revelado piores resultados comparativamente à conceção natural. Dada a crescente utilização desta técnica, torna-se necessário ter um bom conhecimento acerca dos riscos e complicações a que estão sujeitas as grávidas quando optam por esta via de tratamento. Objectivo: O nosso estudo pretende comparar a morbilidade dos recém-nascidos concebidos por FIV com a daqueles concebidos por conceção natural, durante os períodos gestacional e neonatal, cujo parto teve lugar no Centro Hospitalar Cova da Beira entre janeiro de 2011 e dezembro de 2012. Métodos: O nosso estudo é observacional retrospetivo, cuja amostra foi recolhida no Centro Hospitalar Cova da Beira (CHCB), contabilizando todos os nascimentos entre janeiro de 2011 e dezembro de 2012 (n = 1181). Para efeitos de análise, foram excluídas gravidezes gemelares, gravidezes não vigiadas e as que foram medicamente assistidas com outra técnica que não FIV, ficando a amostra com um tamanho final de n = 1086. As variáveis estudadas incidiram sobre características maternas, do período gestacional materno, do parto e do período neonatal. Resultados: Entre o início de 2011 e o final de 2012, foram registados, no CHCB, 15 casos (1,4%) de recém-nascidos únicos nascidos por FIV, cuja gravidez foi devidamente vigiada. As mulheres que conceberam por FIV apresentam, com maior frequência, idade mais avançada e são maioritariamente primigestas quando as comparamos às mulheres que conceberam naturalmente. O período gestacional é comparável entre ambos os grupos, encontrando-se apenas uma associação estatisticamente significativa entre FIV e a ocorrência de hemorragia pré-parto. Verificamos que as gravidezes por FIV apresentam uma maior taxa de partos distócicos, nomeadamente cesariana. Comparativamente aos recém-nascidos concebidos naturalmente, as crianças concebidas por FIV têm maior tendência a apresentar baixo peso à nascença (<2,500 kg), índice de APGAR (IA) ao 5º minuto <7 e maior taxa de mortalidade. Conclusão: Os recém-nascidos concebidos por FIV estão associados a uma maior taxa de complicações durante o período gestacional, parto e período neonatal. Dado o aumento exponencial da recorrência a esta técnica pelos casais inférteis, torna-se necessário conhecer e explicar os riscos a que os pacientes estarão sujeitos a fim de que estes possam tomar uma decisão mais consciente e informada acerca do assunto. Por outro lado, quanto melhor conhecermos os riscos que estas gravidezes acarretam, melhor os poderemos prevenir ou tratar.