Browsing by Author "Pereira, Tiago Ventura Gil"
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- Testes de função hepática na gravidez: da prática clínica à evidência científicaPublication . Pereira, Tiago Ventura Gil; Aleixo, Ana Rita ReisPara o seguimento das grávidas de baixo risco, a norma n.º 037/2011 da Direcção-Geral de Saúde sobre “exames laboratoriais na gravidez de baixo risco” não engloba os testes de função hepática (TFH) no leque de exames requeridos para o seu seguimento. No entanto observou-se que, no contexto da prática clínica, alguns médicos assistentes de grávidas de baixo risco solicitam estas análises. Neste sentido, pretende-se com esta monografia, 1) comparar a actual melhor evidência científica relativamente à necessidade de pesquisa de TFH durante a gravidez de baixo risco e 2) propôr, se justificável, recomendações baseadas na evidência para os Médicos de Medicina Geral e Familiar e de Ginecologia-Obstetrícia no que diz respeito à necessidade de pesquisa dos TFH durante a gravidez. Para isso, foi efectuada uma pesquisa electrónica nas bases de dados de medicina baseada na evidência com os termos MeSH Liver Disease, Pregnancy, Liver Function Test e Prenatal Care. Realizou-se ainda uma pesquisa nas principais bases electrónicas com reconhecido valor científico que desenvolvem normas de orientação clínica (NOC) no âmbito do seguimento da grávida. Foram atribuídos, sempre que possível, níveis de evidência aos Resultados obtidos. Desta pesquisa seleccionaram-se 21 artigos (7 revisões sistemáticas, 6 artigos originais e 8 NOC) pela adequação ao tema. Da análise destes artigos constatou-se que há um défice de evidência acerca da pertinência de se pedirem TFH no seguimento da grávida e/ou em que circunstâncias se devem pedir. Observou-se ainda que as alterações que se possam observar nos valores dos TFH durante a gravidez não traduzem necessariamente uma doença hepática subjacente (nível 2) e que o pedido de TFH no decurso da gravidez de baixo risco deverá ser considerado consoante o quadro clínico associado (nível 2). Constatou-se que, pelas características das doenças hepáticas da gravidez e dos TFH, há limitações para o uso dos TFH como meio de rastrear, em todas as grávidas, patologia hepática (nível 2). Observou-se ainda que nenhuma das NOC seleccionadas inclui a avaliação dos TFH nas grávidas com gestação de baixo risco, embora nestas os TFH não estejam indicados como “intervenções não recomendadas no seguimento pré-natal”. Concluiu-se assim que, pelas limitações identificadas, o pedido de TFH no decurso da gravidez de baixo risco deverá ser considerado apenas consoante o quadro clínico associado (grau C; nível IIA). No entanto, por ser uma área com pouca evidência científica acumulada, é imperativa a realização de mais estudos que avaliem a utilidade/precisão com que os TFH conseguem prever a patologia hepática durante a gravidez.