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- Lupus eritematoso: contraceção e gravidezPublication . Lopes, Sara Isabel Pacheco; Oliveira, Margarida Isabel Dias AlexandreO Lupus Eritematoso Sistémico é uma doença reumática, inflamatória, crónica, de natureza autoimune, capaz de afetar uma grande diversidade de órgãos do corpo e que acomete sobretudo as mulheres em idade fértil. A gravidez em mulheres com Lupus Eritematoso Sistémico constitui um grande desafio, já que se trata de uma doença que pode colocar a grávida e o feto em risco. A ideia geral de que constitui um período de maior vulnerabilidade para exacerbações da doença, e até de aparecimento da mesma, entra em contraste com a opinião de alguns investigadores que consideram este tema controverso. É, no entanto, obrigatório que o seu planeamento seja adequadamente ponderado e organizado. Assim, atualmente a gravidez deixou de ser uma contraindicação nestas doentes, tornando-se uma opção viável. Não está definido um consenso global quanto ao acompanhamento das mulheres com Lupus Eritematoso Sistémico durante a gravidez, contudo, considera-se essencial a monitorização apertada da atividade e gravidade da doença neste período, bem como o conhecimento das opções terapêuticas e a sua toxicidade. Um método contracetivo eficaz deverá ser usado para evitar gestações não planeadas, mas a escolha do mesmo deve ter em conta determinados critérios. A segurança da contraceção oral, sobretudo contraceção oral combinada, permanece em estudo, sendo considerada segura por muitos especialistas, quando usadas baixas doses de estrogénios; outros, sugerem apenas o uso de pílulas com progestativos. Pretende-se fazer uma revisão da problemática da gravidez em doentes com Lupus Eritematoso Sistémico. São abordados: características da doença, contraceção e planeamento da gravidez, segurança dos fármacos usados no tratamento da doença e suas exacerbações, o acompanhamento da mulher durante a gestação, riscos maternos e fetais e o período perinatal. Esta revisão bibliográfica baseou-se na pesquisa de publicações, literatura, estudos e artigos, no período de 2001 a 2012, no UPtoDate, Medline e Pubmed, complementada por revisões e referências bibliográficas listadas em artigos identificados. Todos os tipos de informação, em Inglês, Espanhol e Português, foram considerados. Usaram-se as palavras-chave citadas em baixo.
- Qualidade de vida e satisfação com o tratamento da dor neuropática nos doentes na Beira InteriorPublication . Fernandes, Andreia Pereira; Gonçalves, António Lourenço Marques; Macedo, Susana AbreuObjetivos: Avaliar e relacionar a qualidade de vida dos doentes com dor neuropática e a satisfação com a terapêutica realizada. Introdução: A dor neuropática causa grande sofrimento e incapacidade, sendo um problema de saúde pública. Cada vez mais a qualidade de vida é um importante referencial do impacto da doença no funcionamento físico, psicológico e social do doente. O grau de satisfação dos doentes com o tratamento da dor também tem merecido crescente atenção por parte de investigadores e profissionais de saúde, parecendo estar diretamente relacionada com melhores estados de saúde percebida. Material e Metodologia: Estudo observacional, transversal, correlacional e de natureza retrospetiva. Foram aplicados 3 questionários (sociodemográfico e clínico; SF-36; ESCTD) a uma amostra não aleatória, acidental, constituída por 36 doentes, seguidos na consulta da dor no Hospital Pêro da Covilhã (CHCB) com diagnóstico de dor neuropática. Resultados: Todos os domínios do SF-36 apresentam-se diminuídos em comparação com as normas portuguesas. Os domínios mas afetados foram o Desempenho Físico (M=0,7) e o Desempenho Emocional (M=0,0). As mulheres tendem a ter piores médias na maioria dos domínios do SF-36. Verificou-se também uma tendência para piores médias com a idade. A maioria dos domínios do SF-36 tende a ter valores mais elevados com o maior nível de escolaridade, com exceção do ensino superior. Contudo, estas diferenças, na grande maioria, não obtiveram significado estatístico. Não houve diferenças estatisticamente significativas entre a duração da dor e os domínios do SF-36. As subescalas Características da medicação e Eficácia apresentam médias de 6,1. Não se verificou correlação entre os domínios do SF-36 e as subescalas Características da medicação e Eficácia. Conclusão: Neste estudo, verificou-se que os doentes com dor neuropática apresentam pior qualidade de vida relacionada com a saúde, uma vez que todos os domínios do SF-36 se encontram diminuídos. Não existiram diferenças estatisticamente significativas entre as variáveis sociodemográficas e a maioria dos domínios do SF-36, pelo que não se conseguiu reafirmar os dados bibliográficos já existentes. Apesar da análise das subescalas Características da medicação e Eficácia indicar que os doentes tendem a estar satisfeitos com o tratamento, não se conseguiu provar diferenças estatisticamente significativas com as variáveis sociodemográficas. Também não se provou haver relação entre a satisfação e a qualidade de vida.
- Tratamento farmacológico da esclerose múltipla: forma surto-remissãoPublication . Fernandes, Manuel Filipe Sousa; Atalaia, António José MarquesA Esclerose Múltipla (EM) é uma doença desmielinizante, com componentes inflamatório e degenerativo do sistema nervoso central (SNC), caracterizada por défices neurológicos disseminados no tempo e no espaço. Atualmente, afeta cerca de 2,5 milhões de pessoas em todo o mundo, sobretudo mulheres entre os 15 e os 45 anos de idade e tem uma distribuição geográfica característica, com taxas de prevalência crescentes em latitudes mais elevadas, como no norte da Europa. A sua etiologia é multifatorial e as evidências sugerem uma interação entre fatores genéticos e ambientais. As manifestações da EM variam desde sintomas ligeiros a doença rapidamente progressiva e incapacitante, com repercussões graves sobre as atividades de vida diária. Pode iniciar-se sob a forma de evento clínico isolado (CIS – Clinically Isolated Syndrome) e evoluir posteriormente para Esclerose Múltipla forma Surto-Remissão (EMSR), Esclerose Múltipla forma Primariamente Progressiva (EMPP) ou Esclerose Múltipla forma Progressiva com Surtos (EMPS). O tipo Surto-Remissão corresponde ao padrão mais comum, caracterizado pela disfunção neurológica aguda, seguida por períodos de recuperação variável, de início com restituição integral das funções e tardiamente, com aumento cumulativo de defeito neurológico. Pode evoluir secundariamente para a forma progressiva, denominada Esclerose Múltipla Secundariamente Progressiva (EMSP), em que há acumulação de incapacidade, não dependente da ocorrência de surtos. A primeira terapêutica modificadora da doença surgiu em 1993, com a aprovação do interferão beta-1b (IFN-β-1b) para prevenção de novos surtos de doença e na expectativa de diminuição da progressão de incapacidade. Atualmente, existem várias terapêuticas, aprovadas pela European Medical Agency (EMA) e novos fármacos estão a ser estudados e testados. A seleção destes agentes farmacológicos deve ser individualizada e depende de vários fatores, como a preferência e a tolerabilidade de cada doente e o curso clínico e imagiológico da doença. O meu objetivo será a revisão da evidência científica, que consubstancia o tratamento modificador da EMSR.
- Viabilidade de um banco de leite no Centro Hospitalar da Cova da BeiraPublication . Vaz, Rita Alexandra dos Santos; Almeida, Anabela Antunes deDesde tempos antigos, dos Faraós à Grécia Antiga, passando pelo Império romano (quem não conhece a famosa lenda de "Rómulo e Rémulo") sempre existiu a amamentação por “Ama-de-leite" quando a própria mãe não era capaz de o realizar. É esta prática ancestral que se encontra na base da criação dos bancos de leite dos tempos modernos. Actualmente, existem 166 Banco de Leite Humano na Europa, estando em planeamento mais 12. Do ponto de vista clínico, o aleitamento materno proporciona inúmeras vantagens, como a diminuição da incidência de Infecções e Sépsis, a diminuição da incidência de Enterocolite Necrosante, a diminuição da incidência de Displasia Broncopulmonar, a diminuição da incidência e gravidade do Eczema e Asma e o aumento da tolerância alimentar. Do ponto de vista financeiro, tendo este trabalho de investigação tido como objectivo estudar a viabilização económica de um Banco de Leite Humano, no Centro Hospitalar Cova da Beira, foram estudados 652 processos hospitalares relativos a crianças nascidas no CHCB, em 2010, calculando-se, posteriormente, os ganhos económicos, se o BLHBI já se encontrasse em funcionamento. Conclui-se, então, que a implementação, a curto ou médio prazo, de um BLH no CHCB, deverá, sem qualquer tipo de dúvida, ter assegurada a sua viabilidade clínica e económica.
- Peripheral neuropathy in patients in haemodialysis treatmentPublication . Santos, Adriana Ondina Pestana; Patto, Maria da Assunção Morais e Cunha Vaz; Filipe, Rui Miguel AlvesBackground: Chronic kidney disease is a worldwide public health problem. Its prevalence is 15% in developed countries. End-stage kidney disease is known to be associated with peripheral neuropathy, which is classically a distal symmetrical length-dependent, sensorimotor polyneuropathy. Diagnosis of peripheral neuropathy is complex. For its early detection and appropriate intervention, it is required careful clinical assessment with history and physical examination including neurological examination, laboratory testing and electrodiagnostic studies or nerve biopsy, if the diagnosis remains unclear. Objectives: To evaluate the electrophysiological changes in a subgroup of patients with end-stage kidney disease treated with haemodialysis and correlate them with the clinical course of the disease. Methods: Twenty seven patients with end-stage kidney disease in haemodialysis maintenance treatment from the dialysis unit of Amato Lusitano Hospital’s were submitted to electrophysiological evaluation from October 2011 to January 2012 in the Faculty of health Sciences of the University of Beira Interior. As inclusion criteria we considered the duration of haemodialysis treatment and the ability to do the exam. All patients with any disease that might give rise to peripheral neuropathy, except diabetes mellitus were excluded. Results: Peripheral neuropathy was observed in 92.6% of patients. We did not find any correlation with neurologic symptoms neither with haemodialysis duration, p=0.051. Diabetes did not increase the risk of peripheral neuropathy. Diabetic patients when compared with non-diabetic patients had 6.7 times the risk of having sensorimotor neuropathy. Diabetic patients alone had 3.094 times more risk to have sensorimotor neuropathy. Conclusions: Peripheral neuropathy seems to be a silent partner in the multifactorial pathology of this group of patients. The absence of clinical findings may delay the diagnosis of peripheral neuropathy. Thereafter a multidisciplinary approach for prevention, diagnosis and treatment of this type of complications is crucial.
- Técnicas não invasivas na deteção de cromossomopatias fetais no CHCB no período de 2008-2011Publication . Peñafuerte Diaz, Anay; Rodrigues, Nélia Lamberta Pereira; Meyer, Fernanda Taliberti PeretoIntrodução: O Diagnóstico Pré-natal (DPN) oferece um conjunto de técnicas capazes de detetar anomalias congénitas fetais, com uma taxa de deteção superior a 90% e uma Taxa de Falsos Positivos de 5% para os defeitos congénitos. Entre as técnicas de DPN, os rastreios bioquímicos (RB) e ecográficos (RE) são os métodos de deteção não invasivos mais utilizados, sendo muito significativos (quando revelam risco elevado) para a identificação da população de grávidas (grupo de alto risco) a quem se deve aplicar as técnicas de estudo invasivo de DPN, por terem uma maior precisão diagnóstica, tais como: a amniocentese (AMN), a biopsia das vilosidades coriais e a cordocentese. Os protocolos atuais para as mulheres grávidas consideradas em situação de alto risco (de acordo com os critérios standard: idade materna superior a 35 anos e/ou história familiar de doenças genéticas) não permitem a deteção de 80% dos casos de recém nascidos com trissomia 21 e 95% com defeitos no tubo neural em grávidas com menos de 35 anos e sem história de doenças genéticas, a quem a AMN não foi aplicada. Foram estas razões que serviram de base para a realização da presente investigação, a qual foi sustentada com dados do Centro Hospitalar Cova da Beira (CHCB). Objetivos: Avaliar o valor das técnicas não invasivas (RB e RE) na deteção de cromossomopatias fetais (CF), assim como determinar a população de risco que deve ser submetida à confirmação diagnóstica por amniocentese no CHCB. Métodos: Estudo transversal retrospetivo e documental, tendo por base o registo de 300 mulheres grávidas sem história familiar de doenças genéticas cuja gravidez foi seguida no CHCB. A informação foi recolhida a partir dos processos clínicos das consultas de DPN do Serviço de Ginecologia e Obstetrícia do CHCB realizadas desde 2008 até 2011. A amostra foi dividida para estudo de acordo com as diferentes indicações para a realização da amniocentese, cuja dimensão foi escolhida à priori por método de amostragem acidental. Para cada paciente registaram-se os dados dos RB, RE e da AMN para estabelecer as correspondentes correlações. A base de dados e os cálculos foram elaborados no programa Excel 2007. Considerando a AMN como Goldstandard foram realizados testes de diagnóstico para os RB e RE e para os dois em conjunto (EB), construindo tabelas de contingência para cada grupo etário. Para cada teste (E, B e EB) calcularam-se: sensibilidade, especificidade, valor preditivo positivo e valor preditivo negativo, para cada grupo etário. Além disso, foi realizada uma análise de risco a partir do cálculo das “possibilidades” (odds) e das “possibilidades relativas” (odds-ratios). Resultados: Nas 46 grávidas com idade inferior a 35 anos, com RE anormal (E+), bioquímico com alto risco (B+) ou ambos anormais (EB+) e sem antecedentes de doença genética, verificaram-se 3 AMN positivas. Neste grupo etário nos RB com baixo risco (B-) e ecográficos normais (E-) verificou-se uma baixa incidência de CF, com valor de 1 e Sens de 0,67 para ambos, VPN de 0,98 e 0,99 respetivamente. Dos 218 casos de AMN realizadas a mulheres com idade igual ou superior a 35 anos, existem 3 aneuploidias com 13 rastreios E e/ou B anormais. Neste grupo etário a incidência de CF é de 1,38%. No grupo com idade igual ou superior a 35 anos, com RB de baixo risco (B-) não foi identificada nenhuma CF (A+), VPN de 1 e Sens de 1. De outro modo com RE normal (E-) foi baixa a incidência de CF, com valor de 1, VPN de 0,99 e Sens de 0,67. Por último, os RB e RE realizados em conjunto com resultados normais (EB-) em mulheres com qualquer idade, demostraram uma frequência de CF (A+) de valor 0, um VPN de 1 e Sens de 1. Realizou-se também a comparação entre o número das AMN positivas e negativas para CF, para os grupos de idades (>35 e <39 anos / >39 anos) das grávidas que tiveram EB+, indicando os “odds” e “odds-ratio”, tendo como referência o grupo de controlo (<35 anos), e verificou-se que o “odds-ratio” é igual a 1,6 e 28,6, respetivamente para cada grupo. Conclusão: De acordo com os resultados dos RE e RB realizados em conjunto e com os critérios de avaliação para a análise bioquímica, o teste conjunto EB parece ser sensível e específico, capaz de dar orientação para a realização duma técnica de diagnóstico invasivo em todas as gravidezes sem antecedentes de aneuploidias, independentemente da idade materna. Em suma, as grávidas cujos RB e RE são completamente normais (EB-) e sem antecedentes de cromossomopatias não precisam de serem submetidas à posterior realização da AMN, para a confirmação do diagnóstico.
- Hérnia inguino-femoral: comparação de duas técnicas cirúrgicas na correcção de hérnia inguino-femoral com prótesePublication . Marques, Ana Rita Farias Almeida Lopes; Lourenço, Augusto Manuel AlmeidaContextualização: A hérnia inguino-femoral é uma entidade clínica de elevada prevalência e a sua correção permanece um dos procedimentos cirúrgicos mais comuns. O uso de próteses na correção de hérnias surgiu como um grande avanço reduzindo o tempo de internamento e a dor pós-operatória. Tem sido usada no Hospital Sousa Martins uma nova técnica de reparação de hérnia inguino-femoral com prótese. Objetivos: 1) Comparar uma técnica cirúrgica de hernioplastia com prótese (Rutkow-Robbins) com a nova técnica (ONSTEP- Open new simplified totally extraperitoneal) em termos de complicações precoces e tardias, dor pós-operatória, tempo de cirurgia, tempo de internamento e tempo de retoma ao trabalho; 2) Analisar a satisfação dos doentes com a nova técnica. Métodos: Estudo observacional, descritivo e retrospetivo elaborado através da consulta de processos clínicos e da posterior aplicação de um questionário telefónico aos doentes intervencionados a hérnias inguino-femorais no Hospital Sousa Martins no ano de 2008. Estudou-se a relação entre a técnica cirúrgica realizada e as suas complicações (precoces e tardias), tempo de duração da cirurgia, intercorrências operatórias, dor pós-operatória, tempo de internamento, tempo de retoma ao trabalho e grau de satisfação. Resultados: Estudaram-se 119 doentes submetidos a hernioplastia, dos quais 60 com a técnica de Rutkow-Robbins e 59 com a técnica ONSTEP. Encontraram-se diferenças estatisticamente significativas entre as duas técnicas em todas as variáveis estudadas excetuando as intercorrências operatórias. A técnica ONSTEP apresentou menor tempo de duração da cirurgia (19,85 ± 1,10 minutos vs 32 ± 1,85 minutos), menor tempo de internamento (2,86 ± 0,09 dias vs 3,45 ± 0,19 dias), menos complicações precoces (0% vs 13,3%), menor dor pós-operatória (0,24 ± 0,12 vs 1,55 ± 0,39), menor tempo de retoma ao trabalho (10 ± 0 vs 18,33 ± 2,40), menos complicações tardias (5,1% vs 60%) e maior grau de satisfação (4,97 ± 0,05 vs 3,92 ± 0,24), comparativamente à técnica de Rutkow-Robbins. Conclusão: Os nossos dados sugerem que a técnica ONSTEP se associa a menor tempo de duração da cirurgia e internamento, menor dor pós-operatória, menos complicações precoces e tardias, menor tempo de retoma ao trabalho e maior grau de satisfação.
- Avaliação do interesse da determinação do Ca 15.3 na prática clínicaPublication . Neves, Inês Amaral; Moutinho, José Alberto Fonseca; Nunes, Sara Monteiro Morgado DiasIntrodução: Em pacientes do sexo feminino com cancro da mama, o Ca 15.3 é amplamente pedido, sendo especialmente usado como indicador de prognóstico e no follow-up de doentes tratadas ou em tratamento. Objetivos: O objetivo principal desta investigação é conhecer em que situações tem sido pedido o Ca 15.3 no Centro Hospitalar Cova da Beira, no sentido de se tirarem conclusões de forma a melhorar a rentabilidade e a utilização deste marcador tumoral. Materiais e Métodos: Foram consultados 1704 processos correspondentes a todos os doentes a quem foi requisitada a determinação do Ca 15.3, entre os anos de 2007 e 2008 (período de 21 meses). Foi realizado o estudo das variáveis: sexo; idade; valor sérico do Ca 15.3 no primeiro registo; valores séricos dos marcadores CEA e Ca 125; resultados histológicos; diagnóstico principal atribuído a cada paciente e contextos em que foram pedidas as determinações do valor sérico do Ca 15.3. O estudo incluiu análise estatística descritiva e comparativa. Resultados: Foram observados 1704 casos num total de 2081 determinações do Ca 15.3. Foram pedidos 985 valores séricos, cuja média foi de 22,1 U/ml, e 708 valores séricos, cuja média foi de 29,15 U/ml, para o ambulatório e internamento, respetivamente. Dos 1704 casos analisados, 73% foram do sexo feminino e 27% do masculino; 9,6% foram de cancro da mama, cuja média foi de 37,43 U/ml; 6,9% de cancro do cólon-reto, cuja média foi de 20,94 U/ml; 2,6% de cancro gástrico, cuja média foi de 16,65 U/ml; 2,3% de cancro pulmonar, cuja média foi de 72,15 U/ml; 2,3% foram de cancro hepático, cuja média foi de 61,61 U/ml; 0,8% de cancro do endométrio, cuja média foi de 48,71 U/ml; 0,6% de cancro pancreático, cuja média foi de 42,13 U/ml; 0,6% de cancro da próstata, cuja média foi de 31,59 U/ml; 65% dos casos apresentou doença benigna, cuja média foi de 21,13U/ml e 9,15% realizaram biópsia que serviu de orientação para o diagnóstico. Quando o Ca 15.3 foi associado ao CEA e ao Ca 125, 43,4% dos casos apresentou valores normais. As médias dos valores séricos foram muito variáveis em função da idade dos grupos etários, destacando os grupos com idades mais elevadas. Conclusão: Os nossos resultados revelaram que o Ca 15.3 apresentou uma baixa sensibilidade e especificidade para o diagnóstico das várias patologias nas quais o marcador foi pedido muito frequentemente. Sugerimos, assim, que no Hospital Universitário da Cova da Beira este marcador só deve ser usado em conformidade com as recentes Guidelines.
- Avaliação cognitiva, comportamental, física e social dos idosos no Espaço das IdadesPublication . Mata, Mónica Sofia da Silva e SousaIntrodução: O envelhecimento é um processo dinâmico e progressivo, no qual ocorrem modificações morfológicas, funcionais, bioquímicas e psicológicas que determinam perda da capacidade de adaptação do indivíduo ao meio ambiente, originando maior vulnerabilidade e maior incidência de processos patológicos que acabam por levá-lo à morte.1 É importante que o idoso esteja inserido na sociedade, rodeado por um ambiente com estímulo, para que possa daí retirar as ferramentas necessárias a um envelhecimento digno, cognitiva, comportamental, física e socialmente rico. O Espaço das Idades é uma instituição que oferece lazer, convívio, aprendizagem, cuidados de beleza e de saúde a idosos, deficientes e pessoas carenciadas, permitindo que os seus membros usufruam destas atividades de acordo com o seu interesse e necessidade. Objetivo: Avaliar as alterações a nível cognitivo, comportamental, físico e social de um grupo de idosos ao longo das suas atividades no Espaço das Idades. Métodos: Realizou-se um estudo do tipo observacional retrospetivo longitudinal no Espaço das Idades. Durante o período de novembro de 2011 a fevereiro de 2012, foram aplicados questionários em papel, no Espaço das Idades, aos membros desta instituição com idade igual ou superior a 65 anos, selecionados de forma acidental. Resultados: Em média, observou-se uma evolução positiva da população da amostra em todos os domínios (Cognitivo, Comportamental, Físico e Social) com a entrada para o Espaço das Idades. As pessoas apresentaram maior taxa de melhoria a nível cognitivo. Observou-se que 35,0% dos inquiridos melhoraram o seu sentimento de solidão, sendo a maioria deles viúvos (66,7%). Entre os indivíduos que consideraram a resposta Família como o parâmetro que os preocupava mais na sua vida previamente à entrada na instituição, 23,3% mudaram de opinião após tornarem-se membros do Espaço das Idades. Quanto aos que escolheram inicialmente a opção Solidão, 45,5% mudaram de opinião. De entre aqueles que tinham como resposta inicial a Saúde, 26,7% mudaram a sua opinião. Já aqueles que escolheram a Economia como aquilo que os preocupava mais antes de entrarem no Espaço das Idades, nenhum alterou a sua opinião com a entrada nesta instituição. Constatou-se que 56,7% dos indivíduos mantiveram o seu peso, 36,7% melhoraram e 6,7% pioraram. Dos 60 elementos inquiridos, 18,33% alteraram a sua medicação habitual. Conclusões: Esta organização é uma alternativa a outro tipo de soluções para a terceira idade às quais muitas vezes os idosos resistem. Produz resultados mensuráveis. Com efeito, ocorreu uma melhoria dos membros do Espaço das Idades a nível cognitivo, comportamental, físico e social, com a permanência dos mesmos na instituição. A evolução mais significativa aconteceu no domínio cognitivo. É importante que as pessoas não descurem a sua interação social e as suas atividades físicas, que invistam nas habilidades cognitivas e tenham comportamentos que lhes permitam uma vida digna, com qualidade e boa realização pessoal.
- Intervenção clínica e nutricional em pacientes com diabetes mellitus tipo 2 não controlada e com excesso ponderal ou obesidadePublication . Costa, Vera Juliana Oliveira Soares daObjetivos: O presente estudo teve como objetivo avaliar em que medida o aconselhamento nutricional e a intensificação do acompanhamento clínico permitem melhorar o controlo metabólico de uma amostra de pacientes com diabetes mellitus tipo 2 não controlada e com excesso de peso/obesidade. Material e Métodos: Ensaio clínico controlado randomizado com três meses de duração realizado no Hospital de Sousa Martins da Unidade Local de Saúde da Guarda entre julho de 2011 e março de 2012. Quarenta e nove pacientes com diabetes mellitus tipo 2, valores de hemoglobina glicada superior a 7% e com sobrepeso/obesidade foram randomizados para o grupo experimental ou para o grupo controlo. Quarenta e cinco (91,8%) completaram o estudo. O grupo experimental recebeu recomendações nutricionais individualizadas e acompanhamento clínico mensais durante os três meses da intervenção. O grupo controlo continuou o seu acompanhamento clínico habitual. As principais medidas de resultado foram medidas antropométricas, parâmetros laboratoriais e valores de tensão arterial. Resultados: Aos três meses, obteve-se uma redução significativa do peso (p=0,010 e p=0,011) e do índice de massa corporal (p=0,012 e p=0,014), no grupo experimental e no grupo controlo, respetivamente, sem diferenças estatisticamente significativas entre eles. Verificaram-se diferenças estatisticamente significativas entre os grupos relativamente aos perímetros abdominal (p=0,003), da anca (p=0,014), braquial (p=0,011) e crural (p=0,000); das pregas cutâneas bicipital (p=0,011), tricipital (p=0,000), subescapular (p=0,002) e crural (p=0,043); do índice cintura-altura (p=0,004); da densidade corporal (p=0,000); e da percentagem de gordura corporal (p=0,000). Houve uma redução de 0,6% da hemoglobina glicada no grupo experimental (p=0,001), que foi estatisticamente diferente quando comparada com o grupo controlo (p=0,037). No grupo experimental obteve-se um aumento do consumo de hidratos de carbono (p=0,038) e uma redução do consumo de proteínas (p=0,026). No mesmo grupo também se obtiveram correlações negativas moderadas entre a idade e o peso (r=-0,520; p=0,003), a idade e o índice de massa corporal (r=-0,578; p=0,001), a idade e o perímetro braquial (r=-0,496; p=0,005) e entre a duração da diabetes e o peso (r=-0,375; p=0,041), a duração da diabetes e o índice de massa corporal (r=-0,421; p=0,021) e a duração da diabetes e a prega cutânea tricipital (r=-0,398; p=0,029). Neste mesmo grupo, obteve-se uma correlação positiva moderada entre a idade e a hemoglobina glicada (r=0,518; p=0,003). Conclusão: Uma intervenção nutricional e clínica de curta duração permite o controlo antropométrico, metabólico e glicémico de pacientes com diabetes mellitus tipo 2 não controlada e com sobrepeso/obesidade.