Browsing by Author "Pinheiro, Adriana Maria Arantes"
Now showing 1 - 1 of 1
Results Per Page
Sort Options
- Depressão e comorbilidades orgânicasPublication . Pinheiro, Adriana Maria Arantes; Nunes, Juliana da SilvaAs perturbações depressivas são caracterizadas por tristeza, perda de interesse ou prazer, sentimentos de culpa, autoestima baixa, fadiga, perturbações do sono e/ou do apetite e peso, sensação de cansaço e baixo nível de concentração. O número total de indivíduos com depressão a nível mundial foi estimado, em 2015, em mais de 300 milhões, o equivalente a 4,4% da população mundial. É mais prevalente no sexo feminino (5,1%) do que no masculino (3,6%). Normalmente tem início na terceira década de vida e atinge um pico de prevalência na idade adulta (acima de 7,5% entre as mulheres com 55-74 anos e acima de 5,5% entre os homens). A prevalência entre homens e mulheres iguala-se por volta dos 70 anos. A depressão é uma patologia subdiagnosticada e subtratada. Cerca de metade dos doentes com depressão não procuram ajuda e, dos que a procuram, cerca de metade não são diagnosticados. Quando adequadamente identificada, é, muitas vezes, tratada de forma inadequada ou com doses insuficientes de medicação, o que leva à manutenção de sintomas residuais, que comprometem a sua evolução clínica. Apenas 35% dos doentes são diagnosticados e tratados adequadamente. É uma patologia multifatorial, salientando-se como principais condições etiológicas a genética, a personalidade, as experiências na infância, os eventos precipitantes, alterações endócrinas e do sistema imune, aspetos cognitivos e alterações dos neurotransmissores. O tratamento da depressão assenta na terapia farmacológica e em psicoterapia concomitante. Em casos severos ou refratários pode ser realizada ECT. Existe uma relação bidirecional entre depressão e doenças orgânicas crónicas. Os comportamentos adversos e as mudanças psicobiológicas associadas com a depressão, aumentam o risco para o desenvolvimento de doenças crónicas. Por outro lado, as alterações biológicas e as complicações associadas às doenças crónicas podem precipitar episódios depressivos, aumentando o risco de morbilidade e mortalidade. Indivíduos com doenças crónicas têm taxas 2 a 3 vezes mais elevadas de depressão major. A associação entre depressão e doenças orgânicas é muito frequente, levando a pior evolução tanto do quadro psiquiátrico como da doença orgânica, a menor adesão às orientações terapêuticas e a maior morbidade e mortalidade. Diversas doenças estão claramente associadas à depressão, com maior destaque para as doenças endócrinas, cardiovasculares, neurológicas e oncológicas.