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- Tecoma do ovário na gravidezPublication . Caetano, Adriana de Sousa; Moutinho, José Alberto FonsecaIntrodução: O tecoma é um tumor do cordão sexual/estroma do ovário, uma entidade rara, mais comum em mulheres na menopausa e geralmente benigno. Na presente dissertação, descreve-se o caso de uma mulher com 30 anos, grávida de 16 semanas, a quem foi diagnosticado um tecoma do ovário. Pela raridade do caso clínico, pretende-se fazer uma revisão da literatura atual relacionada com a patologia em causa. Objetivos: procurar evidência científica atual sobre o Tecoma do Ovário na gravidez nas seguintes vertentes: epidemiologia, apresentação clínica, diagnóstico, tratamento e prognóstico. Métodos: análise de artigos publicados no PubMed, em língua inglesa, portuguesa ou espanhola. Resultados: o Tecoma do Ovário na Gravidez representa uma situação clínica rara, de carácter maioritariamente benigno que deve ser considerado no diagnóstico diferencial dos tumores malignos do ovário. Conclusão: O tecoma é uma entidade clínica rara, especialmente na gravidez. A abordagem terapêutica deve ser individualizada.
- A contribuição do processo inflamatório nas doenças neurodegenerativasPublication . Umanets, Oleksandra; Fonseca, Ana Mafalda Loureiro; Baltazar, Graça Maria FernandesA doença de Parkinson é uma doença neurodegenerativa, caracterizada por alfa-sinucleinopatia que afeta todos os níveis do eixo cérebro-intestino, incluindo o sistema nervoso central, entérico e autónomo. Recentemente, foi reconhecido que o eixo cérebro-intestino pode ser modulado pela microbiota intestinal pelos mecanismos imunológicos, neuroendócrinos e neurológicos. A microbiota intestinal e os seus metabólitos interagem com o hospedeiro através de processos biológicos e funcionais, afetando a homeostase do organismo. A desregulação do eixo cérebro-intestino-microbiota na doença de Parkinson pode estar associada a manifestações gastrointestinais, que frequentemente precedem os sintomas motores, assim como à fisiopatologia da doença de Parkinson, suportando a hipótese de que a doença pode ter início no intestino e daí propagar-se para o cérebro. Os recetores do tipo Toll desempenham um papel crucial no sistema imunológico inato, ao reconhecer diferentes antigénios presentes nos microrganismos, e a desregulação da sua sinalização pode estar implicada na alfa-sinucleinopatia na doença de Parkinson. Uma excessiva estimulação do sistema imunológico inato pela disbiose e/ou pelo supercrescimento bacteriano do intestino delgado, juntamente com uma permeabilidade intestinal aumentada, podem induzir uma inflamação local e sistémica, assim como a ativação das células gliais do sistema nervoso entérico, potenciando o desenvolvimento da alfa-sinucleinopatia. Além disso, o sistema imunológico também pode ser perturbado pelas proteínas bacterianas, pela reação cruzada com os antigénios humanos, e pelos componentes bacterianos, como os Lipopolissacarídeos. O trabalho aqui apresentado pretende fazer uma revisão de estudos publicados que se focam no modo como a microbiota intestinal e os produtos podem afetar a fisiopatologia inflamatória da doença de Parkinson.
- O segundo cérebroPublication . Salgueiro, Carla Sofia Lopes; Baltazar, Graça Maria FernandesA relação entre o sistema nervoso e a microbiota entérica é um tópico que tem gerado bastante atenção no campo das neurociências. A microbiota entérica corresponde ao conjunto de microrganismos que habitam o trato digestivo dos animais. A colonização intestinal ocorre, na grande maioria, durante a passagem do bebé pelo canal do parto, onde é exposto à microbiota da mãe. Assim, a constituição da microbiota entérica varia consoante o tipo de parto e consoante fatores como o modo de amamentação, o genótipo, o país e região do hospedeiro, o uso de antibióticos, prebióticos e probióticos. A microbiota entérica nos primeiros dias de vida é pouco diversificada e instável; atingindo a idade adulta ela mantém-se relativamente estável ao longo do tempo e torna-se única e característica de cada individuo. Quando o hospedeiro é exposto a agentes externos como as alterações da dieta ou o uso de antibióticos a microbiota entérica, que se encontra em simbiose com o hospedeiro, sofre alterações. Contudo, ela apresenta uma grande capacidade de resistir e restaurar o seu núcleo microbiano. Apesar da resiliência da microbiota, esta pode sofrer um fenómeno de disbiose, que por sua vez, se correlaciona com a elevada prevalência de patologias crónicas e neurodegenerativas, no hospedeiro. Em particular, a microbiota entérica estabelece uma relação bidirecional com o sistema nervoso central (SNC). Este dinamismo implica efeitos em diversos mecanismos, como a alteração da permeabilidade intestinal, que permite a passagem de microrganismos e dos seus metabolitos neuroativos para a corrente sanguínea que irão modular o SNC, e a modulação do nervo vago e do eixo hipotálamo-hipófise. Neste sentido, a microbiota entérica influencia o desenvolvimento e a manutenção do equilíbrio dos órgãos e tecidos e o seu papel é importante na manutenção da saúde cerebral, pois através das vias neuro-endócrinas e imunológicas este ecossistema desencadeia a modulação do sistema nervoso. Por este motivo têm emergido trabalhos centrados no estudo do impacto da microbiota entérica na saúde neurológica através de estudos quer em modelos pré-clínicos quer em humanos. Nestes estudos a microbiota entérica é manipulada através da administração de probióticos, prebióticos ou antibióticos. Modelos animal livres de germes são frequentemente usados neste tipo de estudos. Alguns destes estudos permitiram concluir que a disbiose entérica, provocada pela administração de antibióticos ou pela infeção entérica, propicia comportamentos de ansiedade em modelos animais. Paralelamente verificou-se que os animais livres de germes se apresentam menos ansiosos quando sujeitos a estímulo indutor de stresse, apesar de terem um elevado nível de corticosterona e de Hormona adrenocorticotrófica (ACTH) e défices na memória não-espacial e na memória de trabalho. Relativamente à doença de Parkinson, alguns autores verificaram que o risco de desenvolver esta patologia é inferior nos pacientes submetidos a vagotomia total, sugerindo uma atuação do nervo vago na patogénese do Parkinson; outros comprovaram existir um agravamento dos sintomas motores com a disbiose entérica. Resultados de alguns trabalhos sugerem também a existência de uma correlação entre a disbiose entérica e a progressão da doença de Alzheimer.
- Do princípio da política à política como princípio em Jacques RancièrePublication . Santos, David Filipe dos; Nascimento, André BarataO motivo central da presente obra é o de ressaltar a originalidade de Jacques Rancière na filosofia política contemporânea. Nomeadamente, defendendo a novidade que este introduz na reformulação do campo de entendimento sobre o fenómeno político e de como as sociedades se relacionam com a realidade política. A abordagem rancieriana da política é realizada ao arrepio e, mesmo, frontalmente contra a tradição do pensamento político ocidental. Ao deslocar tudo o que é o do âmbito da tradição da filosofia política para a esfera da polícia (la police) – esfera policial que vive em antagonismo prático com a autonomia da história política dos povos - Rancière abre caminho para ensaiar outras formas de pensar a ação e a teorização política. O modo como Rancière se vai paulatinamente libertando do enquadramento epistémico da filosofia política ortodoxa – e que abrange todo o tipo de tradições e ideologias políticas – é atravessado por contradições e tensões das quais procuraremos dar conta no decorrer das nossas indagações. O reflexo dessas divisões internas à opus rancieriana marca a tensão entre a representação ortodoxa da política como desdobramento histórico de um determinado sujeito político e/ou a realização comunitária em torno de um determinado princípio (arché), e a política como praxis do dissenso democrático e/ou procura permanente da realização/atualização da igualdade que vive a montante de toda a sua materialização histórica. Uma política, enfim, orientada, não para o(s) centro(s) de decisão e de poder e para a unidade social, mas para as margens alienadas de toda a distribuição do poder e para a multiplicidade de pontos de partida possíveis no que respeita ao desdobramento individual e coletivo da mesma potência igualitária – da capacidade presente em qualquer um de passar de objeto a sujeito da sua própria história.
- Depressão e comorbilidades orgânicasPublication . Pinheiro, Adriana Maria Arantes; Nunes, Juliana da SilvaAs perturbações depressivas são caracterizadas por tristeza, perda de interesse ou prazer, sentimentos de culpa, autoestima baixa, fadiga, perturbações do sono e/ou do apetite e peso, sensação de cansaço e baixo nível de concentração. O número total de indivíduos com depressão a nível mundial foi estimado, em 2015, em mais de 300 milhões, o equivalente a 4,4% da população mundial. É mais prevalente no sexo feminino (5,1%) do que no masculino (3,6%). Normalmente tem início na terceira década de vida e atinge um pico de prevalência na idade adulta (acima de 7,5% entre as mulheres com 55-74 anos e acima de 5,5% entre os homens). A prevalência entre homens e mulheres iguala-se por volta dos 70 anos. A depressão é uma patologia subdiagnosticada e subtratada. Cerca de metade dos doentes com depressão não procuram ajuda e, dos que a procuram, cerca de metade não são diagnosticados. Quando adequadamente identificada, é, muitas vezes, tratada de forma inadequada ou com doses insuficientes de medicação, o que leva à manutenção de sintomas residuais, que comprometem a sua evolução clínica. Apenas 35% dos doentes são diagnosticados e tratados adequadamente. É uma patologia multifatorial, salientando-se como principais condições etiológicas a genética, a personalidade, as experiências na infância, os eventos precipitantes, alterações endócrinas e do sistema imune, aspetos cognitivos e alterações dos neurotransmissores. O tratamento da depressão assenta na terapia farmacológica e em psicoterapia concomitante. Em casos severos ou refratários pode ser realizada ECT. Existe uma relação bidirecional entre depressão e doenças orgânicas crónicas. Os comportamentos adversos e as mudanças psicobiológicas associadas com a depressão, aumentam o risco para o desenvolvimento de doenças crónicas. Por outro lado, as alterações biológicas e as complicações associadas às doenças crónicas podem precipitar episódios depressivos, aumentando o risco de morbilidade e mortalidade. Indivíduos com doenças crónicas têm taxas 2 a 3 vezes mais elevadas de depressão major. A associação entre depressão e doenças orgânicas é muito frequente, levando a pior evolução tanto do quadro psiquiátrico como da doença orgânica, a menor adesão às orientações terapêuticas e a maior morbidade e mortalidade. Diversas doenças estão claramente associadas à depressão, com maior destaque para as doenças endócrinas, cardiovasculares, neurológicas e oncológicas.
- Neoplasia Intraepitelial do Colo do Útero e Qualidade de VidaPublication . Neves, Tatiana Isabel Brito das; Gomes, Carlos Alberto MartinsRevisão Teórica: A neoplasia do colo do útero mantém-se como uma das mais incidentes e mortais. No entanto, tem-se assistido, nas últimas décadas, a um notável desenvolvimento da prevenção e rastreio das mulheres, no que diz respeito à infeção pelo Vírus do Papiloma Hu-mano. A identificação e resolução das lesões pré-malignas, impedindo a progressão para cancro invasivo, tem auxiliado na diminuição das taxas de mortalidade. Ainda que a relação entre a afetação da qualidade de vida e o cancro do colo do útero já esteja relativamente bem docu-mentada, as mulheres diagnosticadas com neoplasia intraepitelial do colo do útero não são foco regular de investigação, muito embora representem uma fatia populacional cada vez mais re-levante. Objetivos: Comparar a perceção de qualidade de vida entre mulheres com diagnóstico de ne-oplasia intraepitelial do colo do útero e mulheres sem esse diagnóstico; identificar os parâme-tros da qualidade de vida em que os grupos diferem; analisar as características sociodemográficas da amostra populacional em estudo; averiguar a cobertura vacinal, da mesma população, para o Vírus do Papiloma Humano. Metodologia: Aplicação de questionários padronizados, constituídos por uma secção com dados demográficos e dados relativos ao diagnóstico e uma segunda parte, com a tradução portuguesa das ferramentas, desenvolvidas pela Organização Europeia de Pesquisa e Tratamento do Can-cro, validadas para uso em Portugal: Quality of Life Questionnaire Cervical Core 30 e Quality of Life Questionnaire Cervical Cancer Module. Distribuição dos questionários a mulheres que aguardavam consulta de ginecologia e constituição de dois grupos: um grupo com diagnóstico de neoplasia intraepitelial do colo do útero e um grupo de participantes saudáveis. Resultados: Não se observaram diferenças estatisticamente significativas em relação às res-postas dadas pelos dois grupos, à exceção do parâmetro que avalia a dispneia, que revelou pior desempenho no grupo de mulheres com diagnóstico. Verificaram-se piores resultados das mu-lheres diagnosticadas nos domínios da qualidade de vida global, insónia, perda de apetite, di-ficuldades financeiras, neuropatia periférica, preocupações com a atividade sexual, desempenho social e desempenho de papéis. Apurou-se que a maioria das mulheres diagnosti-cadas considera que a notícia teve um elevado impacto negativo na sua vida. Constatou-se ainda que a maioria das participantes não estava vacinada contra o Vírus do Papiloma Humano. Conclusões: Dados os resultados obtidos, importa destacar a pertinência de equipas multidis-ciplinares, aptas a capacitar as mulheres, para que reconheçam a importância dos programas de prevenção, sobretudo no que diz respeito à infeção por Vírus do Papiloma Humano e deteção de lesões pré-malignas, o que se irá repercutir significativamente na sua qualidade de vida.