Browsing by Author "Pinto, Mariana Pereira"
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- Seguimento de recém-nascidos pré-termo tardios no CHUCBPublication . Pinto, Mariana Pereira; Costa, Ricardo Jorge Barros da; Nunes, Sara Monteiro Morgado DiasIntrodução: A prematuridade, definida como o nascimento que ocorre antes das 37 semanas de gestação, representa cerca de 11% de todos os nascimentos sendo que 70-74% destes correspondem ao grupo dos recém-nascidos pré-termo tardios (nascidos entre as 34-36 semanas e 6 dias de gestação). Continua a ser a principal causa de morbimortalidade no período neonatal devido à maior imaturidade fisiológica desta população. Objetivos: Avaliar os fatores de risco na gestação e no parto associados à prematuridade tardia bem como percecionar as consequências da prematuridade nos recém-nascidos e no seu desenvolvimento. Material e Métodos: Estudo transversal retrospetivo baseado na análise de processos clínicos. Obteve-se uma amostra de 201 recém-nascidos, entre janeiro e julho de 2019, no Centro Hospitalar Universitário Cova da Beira. Foram analisadas diversas variáveis: características maternas, da gestação, do parto assim como características e complicações do recém-nascido. A análise foi realizada recorrendo ao software estatístico SPSS, versão 27.0. Procedeu-se à análise descritiva dos dados e utilizaram-se métodos de estatística inferencial, considerando-se uma significância de 5%. Resultados: Durante o período do estudo houve um total de 201 recémnascidos no Centro Hospitalar Universitário Cova da Beira, dos quais 97,5% (n=196) eram recém-nascidos a termo e 2,5% (n=5) eram pré-termo tardios. Observou-se que as gestações prematuras tardias apresentaram uma frequência 9 vezes superior de distúrbios hipertensivos, como a hipertensão gestacional e Pré-eclâmpsia. Houve uma maior probabilidade dos prematuros tardios necessitarem de protocolos de maturação pulmonar com Corticosteróides (OR=41,571; [8,206; 210,598]) e de Sulfato de Magnésio pré-natal (OR=32,833; [7,397; 145,746]). O grupo de estudo apresentou uma média de peso inferior comparativamente aos recém-nascidos a termo (p<0,001) e maior necessidade de suporte respiratório ao nascer (p=0,035). Diversas complicações neonatais apresentaram uma relação significativa com a prematuridade tardia nomeadamente hipoglicémia (p=0,013), icterícia com critérios para fototerapia (p=0,009) e sépsis neonatal (p=0,003). A duração média da hospitalização foi superior no grupo de estudo comparativamente aos recém-nascidos a termo, resultando numa relação significativa entre as duas variáveis (p<0,001). Houve um aumento da probabilidade dos prematuros tardios desenvolverem patologia nefro-urológica durante o primeiro ano de vida (p=0,021). Conclusão: Os recém-nascidos pré-termo tardios correspondem ao maior subgrupo de prematuros. Face à sua prematuridade, configuram um grupo de risco bem definido para o desenvolvimento de complicações a curto e a longo prazo. Neste estudo comprovamos a maior morbilidade deste grupo comparativamente aos seus pares a termo demonstrando a importância de identificar fatores passíveis de intervenção através de uma adequada assistência pré e pós-natal.
