Browsing by Author "Pires, Miguel Oliveira Camposana"
Now showing 1 - 1 of 1
Results Per Page
Sort Options
- Ascite e Derrame Pleural como complicações da Pancreatite Aguda – qual a relação?Publication . Pires, Miguel Oliveira Camposana; Sousa, Miguel Castelo Branco Craveiro deIntrodução: O impacto da pancreatite aguda tem vindo a aumentar nos últimos 40 anos, sendo que a sua incidência se situa entre 4.9 e 73.4 casos por 100,000 habitantes. A nível europeu, este aumento é atribuído, provavelmente, ao crescente do consumo de álcool. A ascite pancreática e o derrame pleural são, respetivamente, manifestações locais e sistémicas desta patologia, no entanto, existem poucos estudos que as relacionem com o prognóstico dos doentes, sendo complicações excluídas de classificações mundialmente utilizadas como a Classificação de Atlanta. Objetivos: Estudo da incidência e prognósticos dos doentes que desenvolveram ascite pancreática e/ou derrame pleural como complicações da pancreatite aguda. Comparação, com o grupo de controlo, de variáveis como etiologia subjacente, valores laboratoriais de amilase, lipase, PCR, critérios de Ranson e mortalidade. Método: O estudo baseia-se numa perspetiva de investigação quantitativa, recorrendo à consulta dos processos clínicos de doentes entre o período de estudo de janeiro de 2013 a dezembro de 2018. Resultados: Dos 433 casos de pancreatite aguda, 15,2% apresentou ascite e/ou derrame pleural. Destes, 31,8% apresentou ascite, 33,3% derrame pleural e 34,8% ambas complicações, sendo a amostra de doentes com derrame pleural superior ao previamente estudado. Nenhuma etiologia pareceu estar associada ao maior desenvolvimento de qualquer uma das complicações em estudo, mas, foi notório que, os doentes que apresentam maior número de recorrências de pancreatite, também apresentam maior incidência de desenvolvimento de complicações (61,5%), face ao grupo de controlo (38,5%). Para além de associados a níveis séricos de amilase (1529,00) e PCR (26,96) mais elevados, estes doentes apesentam um período de internamento superior (15,00). Segundo os critérios de Ranson, os doentes do grupo de controlo apresentam, à admissão, um score correspondente a pancreatite não grave, e um score total correspondente a uma mortalidade prevista de 15%, superior à mortalidade prevista de 1% do grupo de controlo. A totalidade dos doentes realizou tratamento conservador. 4 dos doentes que desenvolveram ascite pancreática realizaram paracentese, e 3 dos doentes que desenvolveram derrame pleural realizaram toracocentese, correspondendo ao número de doentes que desenvolveram SIRS. Apenas houve 1 mortalidade no grupo de estudo. Conclusão: A ascite pancreática e o derrame pleural são complicações comuns da pancreatite aguda, sendo importante as suas exclusões nos doentes que apresentam recorrência desta patologia. Estas complicações estão associadas a períodos de internamento mais prolongados, e níveis séricos de amilase e PCR mais elevados. Os doentes que apresentam estas complicações apresentam uma mortalidade prevista superior. Não foi registada qualquer anomalia estrutural passível de intervenção cirúrgica.