Browsing by Author "Raimundo, Joana Filipa Rainho"
Now showing 1 - 1 of 1
Results Per Page
Sort Options
- Suscetibilidade Genética ao Cancro da TiroidePublication . Raimundo, Joana Filipa Rainho; Lemos, Manuel Carlos LoureiroO carcinoma da tiroide é o cancro endócrino mais frequente, que representa cerca de 1% de todas as neoplasias malignas e cuja incidência tem vindo a aumentar. Estes tumores têm uma etiologia multifatorial que envolve condicionantes ambientais e genéticas, bem como a interação entre elas. Os carcinomas bem diferenciados são responsáveis pela grande maioria das neoplasias malignas nesta glândula e a sua etiologia ainda não é bem conhecida. Vários genes de baixa penetrância, incluindo o FOXE1, foram relacionados com a suscetibilidade para o cancro da tiroide, mas os seus efeitos podem variar entre diferentes populações. O objetivo deste estudo caso-controlo foi determinar o efeito da variabilidade da sequência de polialaninas do gene FOXE1 sobre a suscetibilidade ao cancro da tiroide esporádico, na população portuguesa e a sua correlação com os parâmetros clínicos. A população estudada incluiu um grupo de 500 doentes caucasianos com carcinoma papilar e folicular da tiroide esporádicos (411 do sexo feminino e 89 do sexo masculino, média de idades ± desvio padrão de 46.3 ± 14.0 anos) e um grupo de 502 controlos caucasianos (372 do sexo feminino e 130 do sexo masculino, média de idades ± desvio padrão de 38.3 ± 13.4 anos) que foram genotipados por PCR e análise de fragmentos por electroforese capilar. Os resultados demonstraram que os alelos com 14 repetições de alaninas (66.3% em controlos e 57.2% em doentes) e com 16 (30.0% em controlos e 36.3% em doentes) são os mais frequentemente encontrados na população portuguesa, tal como os genótipos 14Ala/14Ala (43.2% em controlos e 33.4% em doentes) e 14Ala/16Ala (41.2% em controlos e 40.2% em doentes). Detetamos diferenças significativas nas prevalências dos genótipos e alelos entre controlos e doentes com carcinomas da tiroide (p=0.0012 e p=0.0001, respetivamente). Estas diferenças foram mais notórias na população masculina estudada (p=0.0086 e p=0.0017, respetivamente), nos doentes com carcinoma papilar (p=0.0001 e p=0.0001, respetivamente), em função do tamanho do carcinoma papilar (p=0.0296 e p=0.0218, respetivamente), e em função da idade dos indivíduos (p=0.0024 e p=0.0004, respetivamente). Podemos concluir que a variabilidade da sequência repetitiva do FOXE1, sobretudo polyA com 16 ou mais resíduos, está associada ao carcinoma papilar na população portuguesa, em particular em indivíduos do sexo masculino e em indivíduos com idade maior ou igual a 45 anos, potenciando o seu papel como biomarcador. Os resultados podem ser explicados pelo efeito da sequência repetitiva do FOXE1 com 16 ou mais resíduos de alaninas na sua função como fator de transcrição, propiciando a tumorigénese na tiroide.