Browsing by Author "Ribeiro, Maria Miguel Silva"
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- Análise e caracterização de uma população de doentes com osteoporose seguida na consulta de Reumatologia/Doenças Osteometabólicas da Unidade Local de Saúde da Cova da Beira - Estudo observacional retrospetivoPublication . Ribeiro, Maria Miguel Silva; Águeda, Ana Filipa Rocha; Oliveira, Margarida Isabel Dias Alexandre; Vaz, Sandra Cristina de PintoIntrodução: A osteoporose é uma doença caracterizada pela diminuição da densidade mineral óssea e pela deterioração da microarquitetura do tecido ósseo, tornando os ossos mais frágeis e suscetíveis a fraturas. Representa uma das principais doenças crónicas da atualidade. Dada a sua prevalência a nível mundial e nacional, consideramos pertinente analisar e caracterizar a população de doentes com osteoporose seguida na consulta de reumatologia/doenças osteometabólicas da Unidade Local de Saúde da Cova da Beira por faixa etária e sexo, de forma a possibilitar uma melhoria da prestação de cuidados de saúde. Materiais e métodos: O estudo é observacional, longitudinal e retrospetivo. A recolha de dados foi conduzida mediante consulta dos registos clínicos dos doentes no SClínico. A análise estatística foi realizada com recurso ao programa Statistical Package for the Social Sciences, tendo sido efetuada a análise descritiva dos dados (médias, desvios padrão, valores máximos e mínimos, frequências e percentagens) e a análise inferencial com recurso a Teste-T emparelhado, teste paramétrico ANOVA, testes não paramétricos de Wilcoxon e Kruskal-Wallis e regressões. Resultados: A amostra é constituída por 177 doentes, seguidos durante uma média de 29,20 meses. Destes, 32 (18,10%) apresentam idade inferior a 65 anos e 145 (81,90%) idade igual ou superior a 65 anos, sendo 156 (88,14%) do sexo feminino e 21 (11,86%) do sexo masculino. Houve uma redução significativa no número de novas fraturas de fragilidade após a implementação do tratamento osteoporótico (151 versus 78), no entanto houve refraturas em 7 (3,95%) doentes. A maioria dos doentes foi tratado com bifosfonatos (70,98%), e entre estes, 14 (30,43%) apresentaram falência terapêutica. Não se verificou falência terapêutica em doentes tratados com denosumab ou teriparatide. Verificou-se que o primeiro tratamento anti osteoporótico teve impacto nas fraturas de fragilidade das vértebras dorsais e em outras localizações. Observaram-se diferenças positivas, estatisticamente significativas, entre os valores de DMO e T-score da coluna lombar e DMO do colo do fémur antes e durante seguimento, não havendo superioridade de uma classe terapêutica sobre outra na contribuição para este aumento. Verificaram-se associações médias moderadas (valores de 0,566 e 0,603, respetivamente) entre fraturas de fragilidade nas vértebras dorsais e lombares e o desenvolvimento de dor na região correspondente. Também se identificou uma associação entre fraturas de fragilidade femoral e mobilidade reduzida (valor= 0,391). Realizou-se uma regressão linear múltipla que demonstrou uma correlação baixa (coeficiente de determinação de 0,282), mas significativa, entre o número total de fraturas de fragilidade, DEXA da coluna lombar inicial (DMO, T-score e Z-score) e total de fatores de risco não modificáveis, no entanto não é possível realizar inferências para outras populações. Conclusão: Nesta amostra, composta por 177 doentes diagnosticados com osteoporose, predominam mulheres com idade igual ou superior a 65 anos. A implementação do tratamento anti osteoporótico resultou numa redução significativa do número de novas fraturas de fragilidade, sendo os bifosfonatos a terapêutica farmacológica predominante. A dor e a diminuição da mobilidade foram as complicações associadas às fraturas de fragilidade, ressaltando a necessidade de abordagens terapêuticas multidisciplinares e abrangentes no tratamento destes doentes. Neste estudo, verificou se a associação de fraturas de fragilidade com os resultados da densitometria óssea da coluna lombar inicial (DMO, T-score e Z-score) e o total de fatores de risco não modificáveis, não sendo possível comprovar, nesta amostra, a associação com outras variáveis. Recomenda-se que investigações futuras tenham uma base de dados mais alargada de forma a progredir-se na análise, nomeadamente com avaliação de preditores de fratura e de aumento de mortalidade, bem como análise diferencial entre doentes com e sem refratura.