Browsing by Author "Rocha, Sara Isabel Mendes"
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- Doença cerebrovascular isquémica aguda: avaliação de protocolo de trombólisePublication . Rocha, Sara Isabel Mendes; Calheiros, José Manuel Lage CampeloIntrodução: O Acidente Vascular Cerebral (AVC) continua a ser a principal causa de morte em Portugal e a principal causa de incapacidade nas pessoas idosas. Sendo este um problema tratável, é conveniente oferecer tratamento aos doentes para diminuir a morbi-mortalidade por AVC. Existe actualmente um único fármaco disponível para a fase aguda do AVC de tipo isquémico: o factor Activador do Plasminogénio tecidular recombinante (rt-PA), de nome comercial Alteplase. As indicações para a administração deste fármaco são restritas e baseiam-se em múltiplos estudos internacionais. Em Portugal, também este tratamento tem vindo a ser aplicado em Unidades especializadas. No Centro Hospitalar Cova da Beira (CHCB), E.P.E., existe uma Unidade de AVC (UAVC), que recebe os doentes da Beira Interior e que iniciou a trombólise com Alteplase em Junho de 2006, segundo um Protocolo de Serviço. Objectivo: Avaliar a aplicação do Protocolo de Trombólise na UAVC do CHCB, comparando-o com as directrizes nacionais e internacionais, e apurar a eficácia do tratamento em 2007. Métodos: Neste estudo observacional descritivo, de direcção retrospectiva, foram analisados os processos clínicos dos doentes internados na referida unidade com o diagnóstico de AVC isquémico durante o ano de 2007. Esses doentes foram divididos em dois grupos: o que realizou e o que não realizou tratamento trombolítico. No primeiro grupo, analisaram-se as etapas do Protocolo de Trombólise e os resultados obtidos com o tratamento. No segundo, investigaram-se os motivos que o impediram. Resultados e Discussão: Em 2007, estiveram internados na UAVC 311 doentes com AVC, dos quais 252 de natureza isquémica. A trombólise foi efectuada em 16 doentes (6,3%). Nesses doentes verifica-se que apenas 4 contactaram os serviços de emergência médica (25%) e que o tempo médio entre o início dos sintomas e a chegada ao hospital foi de 78 minutos (13 minutos depois do recomendado internacionalmente e 17 minutos depois da média nacional). No contexto intra-hospitalar, averiguaram-se taxas de activação da VV de 100%, registo da hora de início dos défices em 87,5%, realização de TC-CE e análises de 100% e de ECG de 50%. Os tempos decorridos entre a entrada no SU e a realização de E.C.D. e entre a entrada no SU e a obtenção de resultados foi de, respectivamente, 28 e 96 minutos para as análises, 25 e 69 para a TC-CE e 30 minutos para o ECG. O início da trombólise aconteceu 70 minutos depois da entrada no SU (4 minutos mais tarde do preconizados nas guidelines internacionais, mas 10 minutos mais cedo que a média nacional) e 148 minutos após a instalação dos sintomas. Todos os doentes receberam o tratamento segundo as orientações do Protocolo e todos se encontraram monitorizados (100%). Com o tratamento obteve-se melhoria franca em 5 doentes (31%), melhoria significativa em 7 doentes (44%), melhoria pouco significativa em 3 doentes (19%) e ausência de melhoria em 1 doente (6%). Complicações imediatas (reacção alérgica/anafiláctica) detectaram-se em 2 doentes (12,5%), que interromperam o tratamento (notificação ao Infarmed) e 1 doente (6,3%) apresentou, posteriormente, uma gengivorragia leve. Todos os doentes realizaram um exame de imagem cerebral de controlo (100%). As taxas de hemorragia cerebral e mortalidade associadas ao tratamento foram nulas (0%). A não realização de trombólise nos restantes 236 doentes foi justificada por 7 motivos: idade superior a 80 anos (29%), hora de instalação dos défices desconhecida (12%), mais de 3 horas desde o início dos sintomas (33%), défices minor ou em recuperação (15%), outra contra-indicação (5%), mau funcionamento da VV (2%) e motivo desconhecido (4%). Conclusões: A apreciação global da aplicação do Protocolo de Trombólise é francamente positiva, com boa execução dos procedimentos, rentabilização do tempo e boa eficácia terapêutica.