Browsing by Author "Rodrigues, Ana Catarina Lopes de Castro"
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- Morte Súbita e o DesportoPublication . Rodrigues, Ana Catarina Lopes de Castro; Rodrigues, Manuel de CarvalhoA prática desportiva, para além dos benefícios indiscutíveis para a saúde, pode, em determinadas circunstâncias aumentar o risco de eventos cardíacos agudos. O coração, como qualquer outro musculo do corpo, é um órgão que se adapta ao esforço através de hipertrofia e maximização de função. Assim, um atleta pode apresentar alterações cardíacas a nível funcional, estrutural e eletrocardiográfico, geralmente denominadas “coração do atleta”, que não representam mais que uma adaptação fisiológica ao exercício. Por vezes, no entanto, essas adaptações podem evoluir para alterações patológicas que aumentam o risco de eventos cardíacos agudos aquando da prática desportiva, eventos esses que podem, por fim, culminar em morte súbita. A morte súbita é definida como uma morte natural que ocorre dentro de uma hora após manifestação inicial aguda, pode ocorrer ou não na presença de doença cardíaca subjacente, no entanto o momento e modo de apresentação não são expectáveis. Entre os principais fatores de risco para morte súbita destacam-se a idade, o sexo masculino e a raça negra. As principais causas de morte súbita nos atletas são variadas e dependem da região estudada e da idade dos atletas. Destacam-se a Miocardiopatia Hipertrófica nos EUA, a Displasia Arritmogénica do Ventrículo Direito em Itália e a Doença Coronária em atletas com idade superior a 35 anos. A avaliação pré-competitiva dos atletas inclui história clínica e exame físico. O recurso à eletrocardiografia como primeira linha no screening cardiovascular de atletas é ainda muito discutido, sendo o elevado número de falsos positivos a principal objeção à sua utilização. A definição de critérios específicos para a avaliação de parâmetros eletrocardiográficos em atletas veio dar resposta a este problema, diminuindo significativamente os erros de interpretação. Em 2006 foram criados os “Critérios de Seattle” que permitem distinguir as alterações fisiológicas típicas do “coração do atleta” de alterações patológicas que acarretam risco de morte súbita. É essencial a formação dos profissionais de saúde nesta área e a adaptação das instalações desportivas para que possa ser dada uma assistência imediata em caso de um evento agudo potencialmente fatal. É também imprescindível que cada país realize um estudo acerca das principais etiologias de morte súbita dos seus atletas para que possa aplicar as estratégias preventivas mais adequadas à sua realidade.