Browsing by Author "Rodrigues, Miguel Moreira"
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- Análise IndiscretaPublication . Rodrigues, Miguel Moreira; Mancelos, Joaquim João Cunha Braamcamp deA presente dissertação tem como objetivo reinterpretar “Visual Pleasure and Narrative Cinema” (1975), ao apresentar uma leitura diferente da que Laura Mulvey tece, nesse ensaio, sobre os filmes Rear Window (1954) e Vertigo (1958), ambos da autoria de Alfred Hitchcock. No seu ensaio, Mulvey defende a tese de que o cinema clássico de Hollywood apresenta o protagonista masculino como ativo, no sentido de ser o dono do olhar, controlando a personagem feminina, e de dominar o desenrolar da ação. Diferentemente, a personagem feminina cumpre um papel passivo, ao ser aquela que, apresentando-se como um objeto erótico, é alvo do olhar masculino. Segundo Mulvey, Rear Window e Vertigo exemplificam estas suas ideias. Por ser o protagonista masculino aquele que é ativo, Mulvey vê-o como a única opção de identificação por parte do espetador (masculino e feminino). Dito isto, posso dizer que, num sentido mais específico, viso mostrar como as protagonistas femininas de Rear Window e Vertigo não têm apenas um papel passivo e são capazes de levar a que o espetador feminino se identifique com elas. Após a publicação de “Visual Pleasure and Narrative Cinema”, surgiram alguns trabalhos focados no papel do espetador feminino, criticando a tese de Mulvey que toma o espetador como um todo. Estes estudos centraram-se particularmente nos filmes de Hitchcock, sendo este um dos realizadores mais estudado no campo dos estudos feministas. Trabalhos focados em Rear Window e em Vertigo que visam apresentar uma leitura alternativa à de Mulvey, abordando a questão do espetador feminino, da possível identificação com a protagonista e deixando de associar apenas o papel ativo ao homem e o passivo à mulher, serão igualmente aqui abordados, servindo de apoio para a construção das minhas análises fílmicas. No final da dissertação, irá chegar-se à conclusão de que as protagonistas de Rear Window e Vertigo se revelam ativas e conseguem suscitar um mecanismo de identificação por parte do espetador feminino.
