Browsing by Author "Santos, Anabela da Silva"
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- Caraterização Fitoquímica e Avaliação das Propriedades Antimicrobianas da Urze e Feto ComumPublication . Santos, Anabela da Silva; Duarte, Ana Paula Coelho; Ferreira, Susana Margarida ParaísoAs plantas são usadas na medicina popular desde cedo e constituem uma fonte de centenas a milhares de compostos com potencial terapêutico. Numa época em que os microrganismos estão constantemente a desenvolver mecanismos de resistência aos agentes antimicrobianos, torna-se fundamental a pesquisa por novos agentes antimicrobianos. Todas as estratégias devem ser exploradas e os produtos naturais constituem uma fonte de agentes terapêuticos inovadores que vêm de encontro a esta necessidade. A urze e o feto comum estão descritos na literatura como sendo utilizados na medicina tradicional no tratamento de feridas e como antisséticos, revelando-se assim candidatos interessantes para a pesquisa de agentes antimicrobianos. Assim, o objetivo global da presente dissertação passou pela caraterização fitoquímica dos extratos da urze e do feto comum, bem como pela avaliação da sua capacidade antioxidante e propriedades antimicrobianas. Desta forma, as plantas foram sujeitas a extração metanólica, e a partir do extrato bruto obtido foi realizado o fracionamento por passagem sucessiva de solventes de polaridade crescente, originando quatro frações. Os extratos brutos foram caraterizados fitoquimicamente, nomeadamente quanto ao seu conteúdo em fenóis totais e em flavonóides totais, pelos métodos colorimétricos de Folin-Ciocalteu e do cloreto de alumínio, respetivamente. De seguida, os extratos brutos foram avaliados quanto à sua atividade antioxidante por dois métodos diferentes: método do DPPH e método do sistema ß-caroteno/ácido linoleico. Os extratos e as respetivas frações foram sujeitos a cromatografia em camada fina (TLC), em que os cromatogramas obtidos foram revelados com reagente de Folin-Ciocalteu e com reagente de DPPH. No que toca à avaliação da atividade antimicrobiana, primeiro realizou-se o ensaio de difusão em disco, seguido da avaliação da concentração mínima inibitória (CMI) dos extratos e respetivas frações e foi realizada ainda a bioautografia destes. Perante a atividade antimicrobiana verificada pelos ensaios de difusão em disco e pela avaliação da CMI, procedeu-se à avaliação do modo de ação do extrato bruto e respetivas frações com maior atividade antimicrobiana, por ensaio de curvas de morte em L. monocytogenes, e foi testado o efeito destes extratos na formação de biofilmes e na tolerância a condições de stress (pH ácido e temperaturas elevadas) desta bactéria. Os resultados evidenciam um alto teor em fenóis e em flavonóides totais, com as flores da urze apresentando o maior conteúdo fenólico, e a urze e as suas flores o maior conteúdo em flavonóides totais. Relativamente à atividade antioxidante, a urze e as suas flores apresentaram uma atividade antioxidante forte, e o feto comum moderada, pelo método do DPPH. Pelo método do sistema ß-caroteno/ácido linoleico, o feto comum revelou a maior atividade antioxidante. Quanto à avaliação da atividade antimicrobiana, os extratos da urze e das suas flores mostraram o maior potencial antimicrobiano, nomeadamente contra bactérias gram positivas e contra leveduras, e os extratos do feto comum contra leveduras. O ensaio de curvas de morte revelou que os quatro extratos testados (fração 4 da urze, extrato bruto e frações 2 e 4 das flores da urze) reduzem o crescimento de L. monocytogenes, e que todos os extratos de forma geral inibem significativamente a formação de biofilmes da mesma bactéria. O estudo da influência destes mesmos extratos na tolerância de L. monocytogenes a condições adversas revelou que todos eles aumentam a suscetibilidade em condições ácidas, sendo que, no que toca a temperaturas elevadas, o efeito não é tão notório. Em conclusão, todos os extratos apresentam alto conteúdo em compostos fenólicos e flavonóides, e apresentam potencial antioxidante. O feto comum apesar de não ter demonstrado atividade antibacteriana revelou atividade antifúngica. A urze e as suas flores apresentam atividade antimicrobiana contra bactérias gram positivas e contra leveduras, sendo de destacar a atividade evidenciada pelas flores da urze. O estudo mais aprofundado dos extratos com maior atividade antimicrobiana indicou um potencial uso da fração 4 da urze e do extrato bruto e frações 2 e 4 das flores da urze contra L. monocytogenes. Assim, pode-se concluir que a urze e o feto comum podem ser uma fonte de novos compostos com potencial antimicrobiano.