Browsing by Author "Santos, Catarina Neves dos"
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- Comorbilidade cardíaca mais comum em doentes admitidos em Unidades de Cuidados Intensivos Polivalentes por motivo de internamento não cardíacoPublication . Santos, Catarina Neves dos; Carvalho, Luis Carlos Bronze dos SantosIntrodução: As doenças cardiovasculares representam a principal causa de morte em todo o mundo. Sabe-se que a presença de comorbilidades é um fator preditor negativo, mas não é conhecido o impacto específico das comorbilidades cardíacas. Este trabalho tem como objetivo identificar as comorbilidades cardíacas mais comuns nos doentes admitidos em unidades de cuidados intensivos polivalentes, por etiologia não cardíaca, e perceber como essas patologias influenciam a evolução clínica dos doentes. População e Métodos: Estudo caso-controlo, observacional e retrospetivo. Selecionaram-se dois grupos: doentes com antecedentes cardíacos (Grupo A) e doentes sem doença cardíaca conhecida prévia (Grupo B), de entre os doentes internados por etiologia não cardíaca nas unidades de cuidados intensivos do Centro Hospitalar Cova da Beira e Hospital das Forças Armadas, entre dezembro de 2013 e janeiro de 2015. Foram revistos os registos clínicos, que posteriormente foram analisados estatisticamente. Resultados: Estudaram-se um total de 71 indivíduos, 50 no grupo A e 21 no grupo B. A idade média foi de 75,4 ± 9,2 anos no grupo A e 56,8 ± 16,2 anos no grupo B (p<0,001). Os doentes do grupo A tiveram uma maior mortalidade (44% grupo A vs 9,5% grupo B; p=0,006). Entre as comorbilidades apresentadas no grupo A, salientam-se as disritmias, que aumentam em cerca de 47 vezes o risco de morte no internamento (56,2% faleceram vs 43,8% não faleceram, p=0,001; OR=46,8; 95%CI 4,7-63,9). A classificação NYHA (OR=3,1; 95%CI 1,3-7,4) e o score APACHE II (OR=1,1; 95%CI 1-1,2) demonstraram ser preditores de mortalidade. De entre as intercorrências, destacam-se a fibrilhação auricular, que aumenta cerca de 8 vezes o risco de morte (47,4% faleceram vs 52,6% não faleceram, p=0,005; OR=7,5; 95%CI 1,8–30,7), e o choque, principalmente o séptico, que condiciona um risco de morte 9 vezes superior (40% faleceram vs 60% não faleceram, p<0,001; OR=9,1; 95%CI 2-41,2). Verificou-se um uso significativamente superior de agentes inotrópicos no grupo A (30% grupo A vs 4,8% grupo B, p=0,027). Conclusões: Os doentes com comorbilidades ou intercorrências cardíacas, principalmente disrítmicas (como a fibrilhação auricular), apresentaram uma maior mortalidade. Esta deveu- -se principalmente a choque séptico, acompanhando-se de um maior uso de agentes inotrópicos neste grupo.