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- Artéria umbilical únicaPublication . Teles, Élvio Trindade; Resende, António José de CastroO cordão umbilical é uma estrutura essencial à vida do feto, sendo caracteristicamente constituído por três vasos sanguíneos: duas artérias (transporte de sangue venoso) e uma veia (transporte de sangue arterial). No entanto, é estimado que em cerca de 0,5-2,5% de todas as gestações ocorre o surgimento de uma artéria umbilical única (AUU). Anteriormente era considerada uma curiosidade anatómica, contudo é a anomalia verdadeira do cordão umbilical mais frequente. É possível encontrar uma AUU de forma isolada, ou associada a malformações, atendendo a que cerca de 30% das crianças com esta condição possuem anomalias estruturais congénitas associadas. Objetivos: perceber as possíveis etiologias que estão na base da AUU, com revisão da embriologia associada; analisar qual o prognóstico, dirigindo o estudo para as quais as potenciais anomalias associadas a este achado e o seu impacto na vida da criança; identificar possíveis fatores de risco associados; perceber o papel dos exames complementares de diagnóstico, principalmente a ecografia; verificar quais os procedimentos efetuados quando se verifica este achado; estudar qual o seguimento que está preconizado. Métodos: a pesquisa bibliográfica foi efetuada recorrendo a vários motores de busca disponíveis na internet, como Pubmed e Medscape, tal como a enciclopédias e livros da área. Conclusões: Apesar da ambiguidade caraterística deste tema, foi possível, com base na bibliografia revista, estabelecer a associação da AUU com malformações estruturais congénitas assim como cromossómicas. Desta forma, este achado associa-se a um prognóstico variável, atendendo às condições associadas. Constatou-se ainda que a ecografia pré-natal, realizada no segundo trimestre da gravidez, é um exame essencial para o seu diagnóstico precoce, após o qual é necessária uma investigação mais detalhada.
- Correlação entre as avaliações clínica e ecográfica em termos de contagem articular em doentes com Artrite ReumatóidePublication . Machado, Ângela Daniela Dias; Oliveira, Margarida Isabel Dias AlexandreIntrodução: A Artrite Reumatóide (AR) é uma doença sistémica auto-imune, que se manifesta por inflamação sinovial crónica de múltiplas articulações, podendo conduzir a destruição articular, com consequente incapacidade funcional e diminuição da qualidade de vida. Assim, é essencial que, em cada doente, se faça uma avaliação precisa da atividade da doença através da contagem de articulações com sinovite, obtida pelo exame clínico. Contudo, o exame clínico articular pode falhar na deteção precisa de todas as articulações com sinovite e é, nesse contexto, que vários estudos têm sugerido a ecografia músculo-esquelética como ferramenta complementar muito útil na avaliação de doentes com Artrite Reumatóide. O objetivo deste estudo consiste na investigação da concordância entre os achados da avaliação clínica e os achados ecográficos, de um determinado número de articulações, em pacientes com Artrite Reumatóide, bem como, verificar a concordância inter-observador na avaliação clínica e na avaliação ecográfica. Métodos: Foi realizado um estudo transversal que incluiu 39 pacientes, acompanhados na consulta externa de Reumatologia do Centro Hospitalar Cova da Beira, com o diagnóstico de Artrite Reumatóide, sujeitos a avaliação clínica articular e a avaliação ecográfica de 12 articulações (punhos, 2as, 3as e 5as metacarpofalângicas (MCFs) e 2as e 5as interfalângicas proximais (IFPs)), de uma forma sequencial e cega. Resultados: Pela escala de cinzentos, detetou-se 3 vezes mais sinovite e 2,09 vezes mais sinovite, comparativamente com a contagem das articulações tumefactas, quando a sinovite é definida, respetivamente, para um score =1 ou para um score =2; pelo Color Doppler, quando se define sinovite para um score =1, detetou-se 1,05 vezes mais sinovite em relação ao número de articulações tumefactas. A concordância entre as avaliações clínica e ecográfica foi de 63,2% e 76,7% na escala de cinzentos, se definirmos sinovite para um score =1 ou score =2, respetivamente; no Color Doppler, a concordância foi de 86,3% e 87%, se definirmos sinovite para um score =1 ou score =2, respetivamente. A concordância inter-observador na avaliação clínica foi substancial, bem como, a concordância inter-observador na avaliação ecográfica. Conclusão: A avaliação ecográfica foi mais sensível na deteção de sinovite do que a avaliação clínica, permitindo determinar a verdadeira extensão do envolvimento articular em pacientes com Artrite Reumatóide. Neste estudo, a concordância inter-observador na avaliação ecográfica realizada por dois ecografistas com larga experiência na realização de ecografia foi substancial, reforçando os dados da literatura que dizem que a ecografia é um método auxiliar de diagnóstico fiável e reprodutível. Os resultados deste estudo sugerem que as 12 articulações avaliadas (principalmente os punhos e as metacarpofalângicas) poderão ser representativas da atividade inflamatória global destes pacientes, podendo ter importantes implicações no diagnóstico, monitorização e gestão do tratamento dos pacientes com Artrite Reumatóide.
- Comorbilidade cardíaca mais comum em doentes admitidos em Unidades de Cuidados Intensivos Polivalentes por motivo de internamento não cardíacoPublication . Santos, Catarina Neves dos; Carvalho, Luis Carlos Bronze dos SantosIntrodução: As doenças cardiovasculares representam a principal causa de morte em todo o mundo. Sabe-se que a presença de comorbilidades é um fator preditor negativo, mas não é conhecido o impacto específico das comorbilidades cardíacas. Este trabalho tem como objetivo identificar as comorbilidades cardíacas mais comuns nos doentes admitidos em unidades de cuidados intensivos polivalentes, por etiologia não cardíaca, e perceber como essas patologias influenciam a evolução clínica dos doentes. População e Métodos: Estudo caso-controlo, observacional e retrospetivo. Selecionaram-se dois grupos: doentes com antecedentes cardíacos (Grupo A) e doentes sem doença cardíaca conhecida prévia (Grupo B), de entre os doentes internados por etiologia não cardíaca nas unidades de cuidados intensivos do Centro Hospitalar Cova da Beira e Hospital das Forças Armadas, entre dezembro de 2013 e janeiro de 2015. Foram revistos os registos clínicos, que posteriormente foram analisados estatisticamente. Resultados: Estudaram-se um total de 71 indivíduos, 50 no grupo A e 21 no grupo B. A idade média foi de 75,4 ± 9,2 anos no grupo A e 56,8 ± 16,2 anos no grupo B (p<0,001). Os doentes do grupo A tiveram uma maior mortalidade (44% grupo A vs 9,5% grupo B; p=0,006). Entre as comorbilidades apresentadas no grupo A, salientam-se as disritmias, que aumentam em cerca de 47 vezes o risco de morte no internamento (56,2% faleceram vs 43,8% não faleceram, p=0,001; OR=46,8; 95%CI 4,7-63,9). A classificação NYHA (OR=3,1; 95%CI 1,3-7,4) e o score APACHE II (OR=1,1; 95%CI 1-1,2) demonstraram ser preditores de mortalidade. De entre as intercorrências, destacam-se a fibrilhação auricular, que aumenta cerca de 8 vezes o risco de morte (47,4% faleceram vs 52,6% não faleceram, p=0,005; OR=7,5; 95%CI 1,8–30,7), e o choque, principalmente o séptico, que condiciona um risco de morte 9 vezes superior (40% faleceram vs 60% não faleceram, p<0,001; OR=9,1; 95%CI 2-41,2). Verificou-se um uso significativamente superior de agentes inotrópicos no grupo A (30% grupo A vs 4,8% grupo B, p=0,027). Conclusões: Os doentes com comorbilidades ou intercorrências cardíacas, principalmente disrítmicas (como a fibrilhação auricular), apresentaram uma maior mortalidade. Esta deveu- -se principalmente a choque séptico, acompanhando-se de um maior uso de agentes inotrópicos neste grupo.
- Persistência do canal arterialPublication . Mendes, Tânia Sofia Matias; Carvalho, Luis Carlos Bronze dos SantosO canal arterial é uma estrutura vascular que une a artéria aorta descendente ao segmento superior do tronco da artéria pulmonar, perto da origem da artéria pulmonar esquerda. É uma estrutura essencial à vida fetal intrauterina e que fecha espontaneamente após o nascimento. Após as primeiras semanas de vida, a persistência do canal arterial é considerada anormal, constituindo uma das cardiopatias congénitas com maior incidência nos recém-nascidos prematuros, estando também presente nos recém-nascidos de termo. São fatores que promovem o relaxamento muscular, e portanto mantêm o canal arterial permeável, as prostaglandinas, o óxido nítrico e a bradicinina. Por outro lado, fatores como oxigénio, altas doses de bradicinina e o sistema nervoso autónomo promovem a constrição da camada muscular. Existem algumas alterações genéticas que se associam à maior probabilidade de persistência do canal arterial, assim como fatores ambientais. O meio de diagnóstico mais sensível para a persistência do canal arterial é a ecocardiografia, sendo possível a realização de tomografia computorizada e ecografia intravascular para melhor caracterização da estrutura do canal arterial. Clinicamente, a persistência do canal arterial, pode ser assintomática ou ter consequências graves associadas como hipertensão pulmonar. O encerramento do canal arterial está recomendado em pacientes sintomáticos que apresentem um shunt esquerdo-direito significativo, que tenham sinais de dilatação auricular ou ventricular esquerda e ainda nos casos em que se verifique hipertensão pulmonar reversível. Em pacientes com hipertensão pulmonar irreversível não está recomendado o encerramento do canal arterial. Quando o canal arterial persistente é pequeno ou silencioso sem um shunt esquerdo-direito significativo, a decisão de encerrar ainda não é clara e consensual. Para o seu encerramento podem utilizar-se os inibidores das cicloxigenases como a indometacina, o ibuprofeno e o paracetamol. Para o encerramento percutâneo existem vários dispositivos que têm vindo a evoluir de modo a reduzir cada vez mais as complicações associadas, sendo considerada uma alternativa com bons resultados nesta patologia. A opção de encerramento cirúrgico reserva-se para os casos em que a terapêutica médica se tenha revelado ineficaz ou em situações selecionadas clinicamente.
- Diagnóstico Pré-Natal de Dilatação Pielocalicial e o Refluxo VesicouretéricoPublication . Alves, Helena Isabel Marques; Pereira, Bruno Alexandre Guerra Jorge; Salgado, Maria da Conceição RosaIntrodução: As malformações genitourinárias representam cerca de 20% do total das malformações fetais. A dilatação pielocalicial (DPC) pré-natal, definida pela presença no feto de um ou ambos os rins com algum grau de dilatação do sistema pielocalicial, é a anomalia urogenital mais comumente encontrada pela ecografia obstétrica. O seguimento de muitas DPC permanece discutível, pois na maioria dos casos são ligeiras e transitórias, representando uma variante fisiológica, de remissão espontânea, sem necessidade de intervenção terapêutica. Por outro lado, em alguns doentes, a DPC pode ser indicadora de patologia urológica efetiva, desde obstrução a refluxo vesicouretérico (RVU). Não há ainda dados pré-natais seguros que permitam distinguir precocemente as DPC fisiológicas daquelas às quais está associada uropatia. A relação entre o grau de dilatação pielocalicial pré-natal e o risco da criança apresentar RVU, continua incerta. Foi sugerido que o rastreio de dilatação do sistema urinário (SU) fetal durante a ecografia obstétrica possa conduzir à deteção do RVU logo após o nascimento, prevenindo assim a infeção urinária que, associada ao RVU, é causa de lesão renal. Métodos: Trabalho de investigação retrospetivo, cuja amostra é constituída por crianças com diagnóstico pré-natal de DPC, seguidos em Consulta de Pediatria/Cirurgia Pediátrica no Centro Hospitalar Tondela-Viseu (CHTV). Foi feita a recolha de dados dos processos clínicos de crianças com diagnóstico pré-natal de DPC, e esses dados foram analisados no programa Microsoft Excel 2013. Resultados: O diagnóstico pré-natal de DPC foi mais frequente no género masculino. 79,86% das crianças teve alta clínica aos 12 meses de idade e apenas 14,58% das crianças teve confirmação de uropatia associada à DPC. O RVU esteve presente em 6,25% do total da amostra e, mais especificamente, em 36% das crianças com patologia. Na estratificação das UR em classes de risco pré-natal, 58,76% das UR foi classificada como de baixo risco de patologia urológica (UTD A1). A confirmação da DPC na primeira ecografia pós-natal foi mais frequente no grupo de risco aumentado (UTD A2-3): 27,5% em oposição a 3,5% na UTD A1, assim como a presença de patologia urológica (30% em oposição a 8,77% na UTD A1). O RVU identificou-se em 7% das UR da UTD A1, em oposição a 7,5% das UR da UTD A2-3 e esteve presente em 15,38% das UR com confirmação de DPC na primeira ecografia pós-natal. Foram identificados graus idênticos de RVU em ambas as classes de risco pré-natal (III, IV e V) e essas UR foram todas submetidas a tratamento endoscópico. Conclusões: O diagnóstico de RVU foi feito em 6,25% das crianças com diagnóstico pré-natal de DPC. Quanto maior o valor do diâmetro anteroposterior da pélvis renal (DAPPR), menor é a probabilidade de resolução pós-natal da DPC e maior é a probabilidade de deteção de patologia urológica, contudo, especificamente em relação ao RVU, essa relação não se verifica. Não havendo também uma classe de risco que se vincule a um determinado grau de RVU. Assim, a classe de risco pré-natal não é um bom preditor da presença de RVU e da gravidade deste. Relativamente ao prognóstico do RVU, não se encontraram diferenças entre as classes de risco, dado que todas as UR estratificadas foram submetidas a tratamento.
- Microbiological Quality Control of Non-sterile Compounded Medicines Prepared in Centro Hospitalar Cova da BeiraPublication . Luís, Catarina de Matos; Fonseca, Maria Olímpia Cardoso Ferreira da; Oliveira, Rita Manuela Palmeira deThe compounded medicines emerge as individualized therapeutic alternatives, which are justified because they constitute an adjusted response to the demands of a particular patient, complementing the therapeutic arsenal available by the pharmaceutical industry that fails to meet all the needs. The preparation of compounded medicines in hospital and community pharmacies is an important factor in public health and is necessary to ensure the quality and safety of these products. This need has been increasingly demonstrated due to various public health problems associated with the preparation of compounded medicines. This work aimed to evaluate the quality of non-sterile formulations compounded at Centro Hospitalar Cova da Beira immediately after preparation and up to the defined expiration date. Microbiological quality control tests were performed in accordance with the monograph 5.1.4 of the European Pharmacopoeia 8.0. Samples of compounded products were collected from January to December 2014, after preparation and were analyzed immediatelly and reanalyzed after storage in the established conditions. In the test period, 421 preparations were analysed corresponding to 27 different formulations, according to the route of administration: 8 intermediate preparations for oral use, 11 solutions/suspensions for oral use, 5 topical products and 3 disinfectants/antiseptics preparations. All preparations were in accordance with the pharmacopoeial specifications immediately after preparation. However, for the formulations «Prednisolone oral solution (5mg/mL)» and «Nitroglycerine and cinchocaine ointment (0.25%/0.5%)» the results of microbial counts exceeded the defined limits after storage up to the expiration date. In conclusion, these results show that the compounding practices implemented at the Pharmacy Department of CHCB are able to assure the microbiological quality of compounded medicines. Moreover, with the evaluation of the microbiological quality of the preparations at the end of expiration date, it was possible to identify the need to reset the product period of validity (Nitroglycerin 0.25% (w/v) + Cinchocaine 0.5% (w/v) ointment) or to modify the formulation to assure the product microbiological protection (parabens addition to Prednisolone 5 mg/ml oral suspension).
- Pesquisa de alterações ecográficas compatíveis com depósitos de monourato de sódio em doentes com hiperuricémia assintomática e diagnóstico de artrite psoriática e psoríasePublication . Queirós, Ana Rita Rei; Oliveira, Margarida Isabel Dias Alexandre; Monteiro, Paulo; Pereira, NeideIntrodução: A hiperuricémia é um achado comum em pacientes com psoríase (Pso) e artrite psoriática (APso). A ultrassonografia (US) tem demonstrado ser uma técnica de imagem válida para estudar o envolvimento músculo-esquelético em pacientes com gota. Os principais achados ultrassonográficos relacionados com a deposição de cristais de monourato de sódio (MSU) são: tofos, sinal de duplo contorno (DCS) e erosões ósseas. Focos hiperecogénicos intra-articulares e intra-tendinosos e derrame intra-articular também têm sido descritos. Objetivos: Investigar a presença de achados US compatíveis com depósitos de MSU na cartilagem hialina, articulações e tendões num grupo de pacientes com hiperuricémia assintomática (AH) e diagnóstico de Pso e APso. Avaliar a concordância inter-observador entre dois médicos com experiência em US na descrição dos achados. Métodos: Foram incluídos no estudo vinte e um pacientes com AH: 15 com diagnóstico de Pso e 6 com diagnóstico de APso. Foram recolhidos dados laboratoriais (PCR, VHS e uricemia) e foi determinado o score Psoriasis Area Severity Index. Dois médicos com experiência em ultrassonografia, cegos relativamente aos dados clínicos e valores uricemia, realizaram em duas salas separadas, no mesmo dia, os exames US dos joelhos, das articulações tíbio-tarsais e primeiras articulações metatarso-falângicas. Resultados: Alterações compatíveis com depósitos de MSU foram encontradas em 100% dos pacientes com Pso e APso. Identificaram-se tofos em 7 pacientes (33,33%): 4 com Pso e 3 com APso; e DCS em 8 pacientes (38,10%): 6 com Pso e 2 com APso. No joelho observou-se derrame intra-articular em 16 pacientes (76,19%): 11 com Pso e 5 com APso; tofos em 6 (28,57%): 3 com Pso e 3 com APso; DCS em 6 (28,57%): 4 com Pso e 2 com APso; e focos hiperecogénicos dentro dos tendões e tecidos moles em 11 (52,38%): 8 com Pso e 3 com APso. Na articulação tíbio-talar 4 pacientes (19,05%), todos com Pso tiveram achados US compatíveis com depósitos de MSU (3 com DCS e 1 com derrame intra-articular). A primeira metatarso-falângica foi a única área articular onde foram encontradas erosões, em 13 pacientes (61,90%): 8 com Pso e 5 com APso. O grau de concordância global inter-observador foi 92,44% na Pso e de 95,5% na APso. Conclusões: Estes dados demonstram que alterações morfoestruturais compatíveis com depósitos de MSU, em pacientes com AH, ocorrem em ambas as estruturas intra e extra-articulares de pacientes com diagnóstico de Pso e APso, e em 100% dos pacientes neste estudo. Apesar disso 33,33% pacientes tiveram tofos e 38,10% tiveram DCS, que são achados US muito específicos para diagnóstico de gota. O grau de concordância inter-observador para o total dos achados US foi 92,44% na Pso e de 95,5% na APso, mas foi muito baixo na identificação de focos hiperecogénicos intra-articulares no joelho e primeira articulação metatarso-falângica (66,67%), achados passíveis de valorização mais subjetiva. A US é uma ferramenta promissora no diagnóstico e tratamento da gota e um bom instrumento para estudar pacientes com AH. No entanto são necessários mais estudos, com amostras de maiores dimensões.
- Utilidade da Ecografia músculo-esquelética na avaliação e seguimento de doentes com espondilite anquilosante e artrite psoriáticaPublication . Sêco, Rita Figueiredo; Oliveira, Margarida Isabel Dias AlexandreO diagnóstico precoce das Espondilartrites (SpA) mantem-se ainda um desafio, devido à baixa especificidade e oscilação das manifestações clínicas, nestas patologias. Por este motivo, as técnicas de imagem têm um papel muito relevante na avaliação clínica e no diagnóstico destas doenças. Ecógrafos de alta gama e com boa acuidade diagnóstica fornecem aos reumatologistas a informação necessária para a identificação da inflamação e danos estruturais precoces, permitem o acompanhamento e gestão diária da doença e permitem monitorizar a resposta às terapêuticas. A aplicabilidade da ecografia a várias articulações e a possibilidade da avaliação dinâmica das estruturas articulares e peri-articulares, contribuíram para considerar esta técnica como um prolongamento natural do exame físico. Vários estudos usaram a ecografia como técnica de imagem capaz de diferenciar entre SpA e outras patologias reumáticas, de acordo com o padrão de envolvimento articular. No entanto, sinais ecográficos isolados de sinovite e erosões nas SpA, não diferem daqueles que são observados noutros distúrbios inflamatórios reumatológicos. A principal característica ecográfica específica e presente em todos os subtipos de SpA, parece ser a presença de entesites, caracteriza-se pelos achados ecograficos em escala de cinzentos: ecogenicidade, espessura, depósitos calcificados, entesofitos, rutura, erosões, irregularidades corticais e bursite. Com esta revisão bibliográfica pretendemos reunir e rever a informação existente sobre a utilidade da ecografia no diagnóstico da Espondilite anquilosante e Artrite psoriática. As palavras-chave “spondylitis, ankylosing” , “arthritis, psoriatic”, “musculoskeletal ultrasonography”, “power doppler sonography” e “classification criteria” foram utilizadas para a pesquisa de artigos científicos nas bases de dados PubMed e uptodate. Foi também realizada a leitura livros de texto onde este tema era abordado.