Browsing by Author "Saraiva, Carlota Fernandes de Lima"
Now showing 1 - 1 of 1
Results Per Page
Sort Options
- Abordagem clínica da falência reprodutiva precoce: a realidade portuguesaPublication . Saraiva, Carlota Fernandes de Lima; Oliveira, José António Martinez Souto de; Serrano, Maria de Fátima CarvalhoIntrodução: O Aborto Recorrente (AR) é uma entidade heterogénea e multifatorial, ocorrendo em 1 a 2% dos casais. No sentido de promover a qualidade dos cuidados prestados aos casais que sofrem de AR, protocolos têm sido desenvolvidos por sociedades científicas de diferentes países. Embora todas recomendem uma prática clínica baseada na evidência, a adesão a estas orientações clínicas é pequena e a prática médica é muito diversa. Portanto, há necessidade de conhecer a realidade portuguesa na abordagem clínica das situações de AR e definir linhas de orientação atualizadas. São objetivos deste trabalho conhecer a abordagem diagnóstica e terapêutica adotadas pelos Serviços de Ginecologia e Obstetrícia em Portugal e identificar eventuais diferenças e similitudes nas suas práticas clínicas. Materiais e Métodos: Estudo transversal e descritivo, baseado na aplicação de um questionário online, elaborado especificamente para o efeito, cujo o acesso foi enviado por correio eletrónico aos Diretores de Serviço de 36 serviços de Ginecologia e Obstetrícia do país. Para testar a associação entre variáveis categóricas foi utilizado o teste do Qui-quadrado (X2). A comparação entre variáveis contínuas foi efetuada através do teste de Mann-Whitney para amostras independentes. A análise estatística foi efetuada no Microsoft Office Excel 2010 e no programa Statistical Package for the Social Sciences versão 21. Resultados: Dos 36 Serviços abordados, 20 colaboraram no estudo. Metade integram hospitais de Apoio Perinatal (HAP) e 45% (n=9) hospitais de Apoio Perinatal Diferenciado (HAPD). Setenta por cento disponibiliza uma consulta especializada em situações de AR. A definição de AR tem sido sede de controvérsia e, com este estudo, verifica-se que em Portugal a definição também não é uniforme entre os Serviços. Os fatores médicos associados ao AR mais frequentemente diagnosticados são a Síndrome dos Anticorpos Antifosfolípidos e as anomalias cromossómicas embriofetais. A ecografia vaginal 2D, a pesquisa de anticorpos antifosfolípidos e o cariotipo de sangue periférico do casal, são os únicos exames realizados sistematicamente na investigação dos fatores associados ao AR. Conclusão: Globalmente, a prática clínica dos Serviços portugueses não difere muito do que está preconizado na literatura e nas orientações normativas desenvolvidas noutros países. Contudo, verificam-se diferenças quer na definição adotada de AR, quer na abordagem diagnóstica e terapêutica destas situações entre os Serviços. Este estudo reforça a importância de uniformizar a definição de AR, da existência de uma consulta dedicada ao estudo destas situações e enfatiza a necessidade da implementação de linhas de orientação atualizadas e a adesão às mesmas.
